Marilyn vos Savant, um exemplo de inteligência extrema

Você sabe quem são as pessoas mais inteligentes do mundo? Stephen Hawking? Paul Allen, talvez? Você vai ficar surpreso ao conhecer essa grande mulher e sua extrema inteligência: Marilyn vos Savant.
Marilyn vos Savant, um exemplo de inteligência extrema

Última atualização: 12 dezembro, 2020

A inteligência foi definida de maneiras diferentes. Apesar das inúmeras definições, parece haver um consenso de que inteligência é a capacidade de compreender, assimilar, processar informações e usá-las para resolver problemas. Hoje, vamos falar sobre a inteligência notável de Marilyn vos Savant.

Costuma-se pensar que Albert Einstein foi a pessoa mais inteligente do mundo, mas… não foi. Existem várias mentes brilhantes que o superam, mas neste artigo vamos falar especificamente sobre uma delas: Marilyn vos Savant. Ela foi considerada “a pessoa mais inteligente do mundo”. A próxima coisa que alguém poderia pensar é “ela deve ser uma cientista brilhante!”. Bom, nada mais longe da verdade. Continue lendo para saber mais sobre essa mulher incrível.

Inteligência humana

Quem é Marilyn vos Savant?

Marilyn nasceu em 11 de agosto de 1946 em Saint Louis, Missouri (EUA). De mãe italiana e pai alemão, é descendente do cientista Ernst Mach, que fez importantes descobertas nas áreas da óptica, acústica e termodinâmica. Na escola, foi rejeitada por causa do seu sexo, e seus professores consideraram sua inteligência inútil porque ela era mulher.

Quando terminou a escola, ela se matriculou no curso de Filosofia da Universidade de Washington, mas dois anos depois sua família a forçou a abandonar os estudos e trabalhar na lavanderia familiar. No entanto, quando se tornou financeiramente independente, ela começou sua carreira como escritora.

Seu segundo casamento foi com o Dr. Robert Jarvik, um pioneiro do coração artificial “Jarvik -7”. Ela foi sua diretora de finanças e assistente nos trabalhos de pesquisa e prevenção de doenças cardiovasculares. Além disso, trabalhou no Museu Nacional da História da Mulher, graças ao qual recebeu o prêmio “Mulheres que fazem História”, por sua luta contra os estereótipos das mulheres.

A inteligência de Marilyn vos Savant à prova

Durante a infância, realizou vários testes de inteligência: aos 7 anos de idade obteve uma pontuação de 127 pontos. No entanto, três anos depois, aos 10 anos, essa pontuação passou para 167. Sua pontuação mais alta no Stanford-Binet foi um quociente de inteligência de 228 pontos. Graças a essa pontuação, em 1986 ela entrou para o Livro Guinness dos Recordes como “a pessoa com o quociente de inteligência mais alto do mundo”.

Como resultado, a mídia começou a se interessar pelo caso dela. Em primeiro lugar, a revista Parade publicou um artigo que incluía uma seção de perguntas e respostas. A popularidade dessa ideia deu origem à coluna “Pergunte a Marilyn”, na qual ela respondia a questões sobre matemática, lógica, filosofia, política, e outras perguntas mais básicas.

Sua coluna é a origem de seus três livros: Ask Marilyn: Answers to America’s Most Frequently Asked Questions (1992), More Marilyn: Some Like It Bright (1994) e Of Course I’m for Monogamy: I’m Also for Everlasting Peace and an End to Taxes (1996).

Inteligência exposta: Marilyn vos Savant resolve “o problema de Monty Hall”

Em 1990, Marilyn recebeu uma carta de Craig F. Whitaker com a seguinte declaração:

“Suponha que você esteja em um concurso e tenha que escolher entre três portas. Atrás de uma delas, há um carro e, atrás das outras duas, há cabras. Você escolhe uma porta, digamos a 1, e o apresentador, que sabe o que há atrás de cada porta, abre uma das que você não escolheu, digamos a 3, revelando uma cabra atrás dela. E agora ele pergunta: “Você quer ficar com a porta 2?”

A questão desse enigma é: nesse caso, é melhor mudar sua escolha inicial? A isso, Marilyn respondeu (sem saber o que viria em seu caminho):

“É conveniente mudar de porta, pois no caso descrito, mudar para a porta 2 nos dá uma probabilidade de 2/3 de levar o carro em comparação com uma probabilidade de 1/3 que teríamos se mantivéssemos a escolha inicial, porta 1.”

Após a publicação da solução, a revista Parade passou a receber cartas cheias de palavrões para Marilyn vos Savant:

“Como matemático profissional, estou muito preocupado com a falta de habilidade matemática do público em geral. Por favor, ajude confessando seu erro e, no futuro, seja mais prudente.

Talvez as mulheres vejam os problemas matemáticos de maneira diferente dos homens.

Você é a cabra!”.

Aproximando-se da solução

Apesar da pressão, ela se recusou a se retificar e dedicou quatro colunas para explicar a solução do problema. Na segunda coluna, propôs um método para esclarecer as probabilidades. Consistia em listar todos os resultados possíveis do jogo da seguinte forma:

Porta 1Porta 2Porta 3Resultado
Rodada 1CarroCabraCabraMuda e perde
Rodada 2CabraCarroCabraMuda e ganha
Rodada 3CabraCabraCarroMuda e ganha
Rodada 4CarroCabraCabraNão muda e ganha
Rodada 5CabraCarroCabraNão muda – perde
Rodada 6CabraCabraCarroNão muda – perde

Aqui é possível observar que se a porta for trocada, a probabilidade de conseguir o carro é de 2/3, enquanto se a porta não for trocada, a probabilidade de consegui-lo é de apenas 1/3.

Na terceira coluna ela explicou a tabela e as probabilidades, e na quarta revelou que muitos de seus leitores haviam jogado Monty Hall e agora apoiavam sua solução. Até o grande matemático Paul Erdös teve de se desculpar por ter considerado a solução de Savant incorreta!

Marilyn vos Savant

A humildade de Marilyn

Uma das coisas que mais incomodaram os leitores não é que a solução seja um “ataque” ao bom senso, mas sim que quem tenha se atrevido a resolvê-la em público tenha sido uma mulher (quando o problema já havia sido estudado em diferentes escolas e por diferentes matemáticos). Mais uma vez, ela teve que enfrentar a discriminação por ser mulher. Qual é o sentido de acreditar que inteligência é coisa de homem?

Apesar de ser uma das mulheres mais brilhantes e inteligentes do mundo, Marilyn vos Savant é muito humilde em relação à sua inteligência. Ela reconhece que não possui grandes habilidades matemáticas, nem memória fotográfica. Em vez disso, afirma que seus “pontos fortes” são a análise objetiva, a tomada de decisões e a resolução de problemas. Além disso, afirma também que pessoas inteligentes podem não ser inteligentes, mas é mais provável que sejam pessoas altamente instruídas em um campo específico ou altamente especializadas em um ramo do conhecimento.

“Sei um pouco de tudo, mas não sou especialista em nada.”
-Marilyn vos Savant-


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