O tédio não é uma praga, mas um estado completamente normal em alguns momentos da vida. Ficar entediado com o parceiro significa apenas que é o momento de introduzir novidades e mudanças para reanimar o relacionamento.
Ficar entediado com o parceiro é tão normal quanto entediar-se do trabalho, da família, dos compromissos ou de qualquer outra realidade da vida. Comecemos dizendo que o tédio não é um estado tão deplorável nem tão negativo quanto muitos acreditam. A grosso modo, é como a gripe: ninguém está livre de tê-la de vez em quando.
Podemos definir o tédio como um estado em que há ausência de interesse ou de motivação. Etimologicamente, vem do latim taedium, de taedere, que significa desinteresse, trazer monotonia. Portanto, do ponto de vista etimológico, seria um desinteresse devido à monotonia.
Entediar-se do parceiro, do trabalho, dos amigos, do que quer que seja, é perfeitamente normal sob determinadas circunstâncias. É simplesmente uma consequência, não um problema em si.
Assim como a noite permite valorizar o dia, e vice-versa, esse períodos em que há um certo cansaço também permitem valorizar a novidade.
“Dai-me uma alma que não conheça o tédio nem os resmungos, suspiros e lamentos, e não permitais que eu me atormente demais com essa coisa incômoda demais chamada ‘eu'”. -Tomás Moro-
Isaac Asimov disse uma vez que o tédio se tornaria a grande doença dos tempos modernos. Por que dos tempos modernos? Por acaso o tédio não existia na antiguidade?
Talvez a conotação desse sentimento tenha mudado. Foi na atualidade que ele adquiriu um significado altamente negativo e, por essa razão, quase não é tolerado.
Uma pessoa fica entediada quando não há diversão em sua vida. O tédio nasce quando as atividades ou a rotina se tornam excessivamente repetitivas. Também quando não há metas ou objetivos, ou estes perdem seu poder de atração.
Ficar entediado com o parceiro
Ficar entediado com o parceiro é algo visto como um grave sinal de alerta. A primeira ideia que surge é a suspeita de que o amor acabou. Aqueles em relacionamentos de longa data sabem que este não é o caso.
Amor e tédio são realidades que, muitas vezes, coexistem, mesmo que pareçam contraditórias.
O mais comum é as pessoas se cansarem do parceiro depois de alguns anos de convivência. Alguns estudos indicam que o ponto crítico se dá aos quatro e aos sete anos de relacionamento.
Assim, estamos preparados biologicamente para não precisar mais do parceiro quando a sobrevivência da espécie está plenamente garantida.
Do ponto de vista psicológico, ficar entediado com o parceiro pode ser um sinal de que o estágio do amor romântico terminou. No entanto, um estudo realizado por Sandra L. Murray, Dale W. Griffin e John G. Holmes destaca que, quanto maior a idealização na fase em que se está apaixonado, menor será a probabilidade de tédio depois dela.
A ansiedade de afeto
Quando duas pessoas se apaixonam, ativa-se nelas o que é conhecido como “ansiedade de afeto”. Começar um relacionamento amoroso com alguém gera a sensação de que a própria vida está passando por uma expansão.
Tudo isso é experimentado como um despertar psicológico que dá origem a sensações muito agradáveis.
Surge, então, a necessidade de proteção e conforto, assim como o medo da perda. O antídoto para tudo isso é a proximidade do ser querido. Quando ele está perto e corresponde esses sentimentos, a ansiedade diminui. Assim, o que existe é uma forte necessidade de conexão com a pessoa amada.
Com o passar do tempo, esse sentimento de expansão individual e de despertar psicológico vai se atenuando. O que era extraordinário se torna familiar e a sensação de novidade desaparece. Com ela, também enfraquece o entusiasmo e diminui o acúmulo de sensações agradáveis que antes eram experimentadas.
Introduzir novidades e mudanças é o principal caminho para despertar o interesse mútuo. Além disso, também é importante evoluir individualmente para modificar a sensação de estar “fazendo sempre a mesma coisa”.
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