O maior experimento do mundo sobre a inteligência

Um dos aspectos mais interessantes do maior experimento do mundo sobre a inteligência é que ele prova, mais uma vez, que a prática regular de atividade física é benéfica para o cérebro.
O maior experimento do mundo sobre a inteligência
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 07 setembro, 2020

A BBC, em colaboração com o Dr. Adam Hampshire, do Imperial College London, lançou em janeiro de 2020 o que pode ser considerado o maior experimento do mundo sobre a inteligência. O que o diferencia dos outros é que apresenta resultados numéricos altamente representativos, já que conta com mais de 250.000 participantes.

De acordo com o próprio Dr. Adam Hampshire: “É o equivalente a cerca de 125.000 horas de testes, ou mais de 14 anos.” Os primeiros resultados do maior experimento do mundo sobre a inteligência já estão disponíveis. No entanto, deve-se destacar que o processo não terminou e ainda é possível participar.

A proposta desse experimento é muito fácil. O público foi convidado a entrar em uma plataforma e responder a uma série de perguntas e depois fazer um teste. Não é um teste de QI, mas um exame abrangente de vários aspectos associados à cognição e inteligência emocional.

“A maioria dos homens tem uma capacidade intelectual muito superior à utilização que fazem dela”.
– José Ortega y Gasset –

As linhas de pensamento do cérebro

O maior experimento do mundo sobre a inteligência

Como já mencionamos, mais de 250.000 pessoas participaram deste experimento até agora. Deve-se dizer que a maioria delas é de nacionalidade britânica, portanto, neste aspecto, a amostra não é totalmente representativa. Em termos de gênero e idade, os participantes são muito variados.

A primeira parte do teste tem a ver com questões sobre o estilo de vida. O objetivo desta seção é coletar informações sobre aspectos como alimentação, uso de tecnologia, hábitos, etc.

Na segunda parte, são realizados diversos exercícios sobre diferentes habilidades cognitivas, como resolução de problemas, memória, raciocínio espacial, etc.

Da mesma forma, são realizados diversos testes que buscam encontrar informações sobre a inteligência emocional. Finalmente, os resultados de ambas as seções são cruzados para tirar conclusões.

A resolução de problemas e a idade

Até agora, os dados fornecidos por este experimento confirmam premissas já conhecidas sobre a inteligência. Por exemplo, a idade não é um fator determinante. Embora existam habilidades cognitivas que são mais visíveis em determinadas idades, a verdade é que elas não desaparecem em outras idades e também têm expoentes notáveis.

Os dados do experimento indicam que a capacidade de resolução de problemas atinge seu pico na faixa dos 20 aos 30 anos. A partir desse momento, começa a haver um declínio. No entanto, isso se refere estritamente a problemas cognitivos no contexto de um teste em tempo real.

Não há informações sobre o valor da experiência na resolução de problemas no âmbito de um período mais longo para concluir o teste. O mesmo experimento, além de outros estudos disponíveis, prova que quanto maior a idade, mais lentas são as funções cerebrais.

Jovem pensando

Dados novos

Uma das novidades sobre o maior experimento do mundo sobre a inteligência é que o raciocínio verbal é uma habilidade que aumenta com a idade. Este estudo verificou que ele progride mesmo após os 80 anos. Até agora, acreditava-se que o pico dessa habilidade ocorria aos 60 anos e que, a partir de então, começava a diminuir.

Outro fato muito marcante desse estudo tem a ver com a memória. Pelo que se pôde estabelecer, quem pontuou melhor neste item foram os jogadores de videogame. Este segmento específico tinha uma melhor memória espacial. Isso é muito interessante se você levar em consideração que esses tipos de jogos são tradicionalmente considerados cognitivamente inúteis.

A pesquisa também descobriu que as pessoas que frequentam as redes sociais com muita regularidade têm uma pior saúde mental. Muitas delas apresentam sintomas de ansiedade e depressão, talvez porque predomine um esquema de comparação nas redes e porque há quem avalie o seu sucesso social a partir do feedback nesses espaços.

Um dos aspectos mais valiosos deste estudo é que ele confirma que o estilo de vida tem um impacto decisivo na inteligência. Especificamente, eles observaram que o cérebro funciona muito melhor quando você se exercita. Da mesma forma, permanecer intelectualmente ativo e aprender um idioma em qualquer idade parecem ser dois antídotos para o envelhecimento do cérebro.


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  • Andere, E. M. (2020). ¡ Aprender!: Emociones, inteligencia y creatividad. Siglo XXI Editores México.


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