O poder de um sorriso
Uma criança ri até 400 vezes por dia, no entanto, o adulto mais alegre não excede 100 vezes e a média fica entre 20 e 30 vezes. Conforme envelhecemos o riso e o sorriso desaparecem das nossas vidas, apesar dos benefícios que trazem, e aprendemos a fingir em vez de mostrar a nossa tristeza.
Muitas vezes escondemos nossos sentimentos sob um sorriso dizendo que nada aconteceu, quando na verdade estamos tristes. Não nos atrevemos a explicar porque e acreditamos que é mais fácil sorrir do que explicar nossa tristeza para as outras pessoas.
“Eu acredito que o que chamamos de beleza reside unicamente no sorriso”.
-León Tolstoi-
Mesmo antes do nascimento os bebês sorriem. De acordo com uma equipe de cientistas japoneses que, em 2012, gravou durante 62 minutos 31 fetos através de uma técnica de ultrassom, eles sorriram 51 vezes, com uma duração média de 3,21 segundos. Dessa forma, foi demonstrado que sorrimos mesmo antes de nascer.
Como identificar um sorriso falso que esconde tristezas
Ao longo do tempo foram realizados vários estudos sobre este assunto. Em 1862 o neurologista francês Duchenne de Boulogne realizou um estudo que concluiu que um sorriso falso movimenta apenas os músculos da boca e dos lábios, enquanto um sorriso sincero ativa também os músculos ao redor dos olhos.
Em 1973 o psicólogo Paul Ekman realizou uma experiência que mostrou 30 fotografias dos rostos de 14 pessoas de diferentes culturas expressando seis emoções primárias (alegria, medo, surpresa, tristeza, raiva e desgosto) e concluiu que as emoções, especialmente a alegria, foram associados da mesma forma pela maioria dos participantes.
Em 2012 os cientistas do Instituto de tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um sistema para distinguir um sorriso falso de um verdadeiro. Para fazer isso, pediram que um grupo de voluntários fingisse frustração e depois preenchesse um formulário online, feito especialmente para causar frustração (depois de preencher os campos necessários e clicar em “Ok”, toda informação era apagada). No final, era exibido um vídeo de um lindo bebê.
No primeiro caso, quando fingiram frustração, 90% dos participantes não sorriram. No segundo caso, apesar de estarem decepcionados, muitos sorriram e, finalmente, com o vídeo do bebê, a maioria sorriu. A diferença é que o sorriso de frustração é mais instantâneo que o da alegria.
Além disso, os músculos envolvidos são diferentes. De fato, nos sorrisos verdadeiros os músculos que levantam as bochechas e enrugam ao redor dos olhos se movimentam.
“O riso é extremamente relaxante, é uma grande meditação. Se você pode rir de tudo, entra em um espaço de não-mente, de não-tempo. A mente vive das expectativas, o riso não é deste mundo, ele é divino”.
-Osho-
O que escondemos por trás de um sorriso
Por trás de um sorriso falso escondemos motivações diferentes. Uma das mais comuns é o medo de mostrar nossos sentimentos quando estamos tristes ou nos sentimos mal. Nessas situações nos sentimos vulneráveis e o fato de mostrarmos nossos sentimentos é mais complicado do que apenas sorrir.
Às vezes o nosso sorriso oculta a nossa tristeza para não machucar a outra pessoa. Nós não percebemos que esse sorriso falso nos trai e pode prejudicar a nós mesmos e a outra pessoa.
O poder de um sorriso sincero
Desde muito pequenos aprendemos que o sorriso tem poder e causa um efeito positivo sobre as pessoas. Um bebê interpreta o sorriso do seu pai ou da sua mãe como um sinal de confiança, de que fez tudo certo ou de que não há nenhum perigo. Neste sentido, em 1957 foi realizada nos Estados Unidos uma experiência onde foram colocados vários bebês na borda de uma superfície transparente, elevada até determinada altura, chamado de “Rochedo Visual”.
“A vida é cheia de solidão, miséria, sofrimento, tristeza e, no entanto, acaba muito rápido”.
-Woody Allen-
As crianças tinham a sensação de que se andassem sobre a superfície transparente cairiam no vazio. No outro extremo estavam suas mães; algumas sorriam e outras não. Aquelas que sorriram conseguiram que seus filhos vencessem o medo e atravessassem a superfície transparente. As crianças cujas mães não sorriram optaram por não cruzar essa área.
Além disso, entre homens e mulheres adultos, o sorriso tem um grande poder. Em 2001 foi realizado um estudo que comprovou que as pessoas são 10% mais propensas a confiar em quem sorri. Finalmente, em 1985, foi demonstrado que as mulheres sorridentes aumentam a seu poder atração sobre os homens em 40%.