O que provoca o rubor facial?

O rubor facial é a manifestação de um certo desconforto, mas na maioria dos casos não tem grandes efeitos. Na verdade, está provado que algumas pessoas o acham atraente. No entanto, em alguns casos, pode ser a parte visível de um problema mais sério.
O que provoca o rubor facial?
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 14 fevereiro, 2023

O rubor é um fenômeno exclusivamente humano. Nenhum outro animal apresenta esse estado e é por isso que o próprio Darwin o definiu como ‘a mais humana das expressões’. É uma reação involuntária, fisiológica, mas com implicações psicológicas e sociais.

Às vezes o rubor facial representa um episódio passageiro e sem grandes consequências. Outras vezes, constitui uma resposta frequente que vem condicionar a vida das pessoas. Nos casos mais graves, o condicionamento é tal que se desenvolve uma fobia desse rubor que é frequentemente experimentado. As pessoas são conhecidas por se isolarem completamente devido a esse medo extremo chamado eritofobia.

Embora todos nós, ou quase todos nós, tenhamos experimentado o rubor, não é um tópico altamente tratado na medicina ou na psicologia. Em geral, é considerado uma expressão de pouca importância e, de fato, atraente para muitas pessoas. No entanto, em alguns casos, mereceria um estudo mais aprofundado.

O homem é o único animal que cora. Ou que precisa fazê-lo.”

-Mark Twain-

mulher com vergonha
Quando coramos, há um aumento no fluxo sanguíneo.

O rubor do ponto de vista físico

Em princípio, o rubor é explicado como uma manifestação fisiológica. O cérebro e a pele estão intimamente interligados. Muitos dos fenômenos que ocorrem na mente acabam se manifestando através da pele. Isso se deve em grande parte ao fato de a pele ter inúmeras terminações nervosas.

Existem situações sociais e emoções que levam ao aumento do fluxo sanguíneo na pele. Ocorre quando sentimos vergonha, arrependimento, culpa, nervosismo, mas também raiva ou ofuscação. Isso faz com que a cor da pele mude. O fenômeno, claro, é mais perceptível em pessoas que têm um tom de pele mais claro.

O rubor é frequentemente acompanhado por uma sensação de calor. É uma reação completamente involuntária e é considerada parte da linguagem corporal não verbal. A vermelhidão do rosto também está presente durante a excitação sexual e ao realizar alguma atividade corporal exigente. A razão física é a mesma: um aumento no fluxo sanguíneo.

O rubor e a situação social

O rubor é muito mais comum em situações sociais, embora também possa ocorrer quando a pessoa está sozinha. Muitas vezes aparece em quem tem um certo grau de timidez e de repente se sente muito exposto. Como quando alguém recebe um elogio público, é olhado por um grande número de pessoas e isso gera nervosismo e desconforto quando se sente o centro das atenções.

Outras vezes o rubor aparece porque uma pessoa se sente envergonhada ou constrangida, porque algum erro ou deficiência que ela tem, ou pensa que tem, tornou-se evidente para os outros. Para alguns especialistas, esse rubor é um estado fisiológico que uma pessoa experimenta quando uma informação privada é descoberta, ou há uma ameaça de que isso aconteça.

Uma das pessoas que mais estudou esse fenômeno é Peter J. de Jong, que apresentou suas conclusões no livro The Psychological Significance of the Blush. Lá ele aponta que, com base em vários experimentos, pode-se concluir que as pessoas que coram são mais confiáveis para os outros e os acham mais atraentes.

Mulher corando de surpresa
Corar é visto em muitos casos como um sinal de honestidade e nobreza.

Quando há problemas?

O rubor facial em si não é um problema. Torna-se um quando causa sofrimento psicológico à pessoa que o apresenta. Nesse caso, não estamos mais falando de um constrangimento ou nervosismo temporário, mas de um estado de ansiedade que aumenta quando o rubor aparece. Em casos extremos, isso leva à eritofobia, ou um medo intenso ou irracional de corar.

Nessa condição, a qualidade de vida é seriamente afetada. Assim, é considerada uma manifestação de ansiedade social grave. Deste ponto de vista, o rubor não é mais a expressão de um estado de espírito temporário, mas o sintoma de um problema psicológico mais profundo. É um comportamento de evitação que impede uma pessoa de se sentir confortável na companhia de outras.

Se não for tratado, esse tipo de problema pode levar ao isolamento ou privação de experiências sociais por medo da reação dos outros quando o rubor ocorrer. É uma situação que pode ser resolvida através da psicoterapia que nos permite explorar o significado desse medo dos outros.


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