As oito idades do homem, de acordo com Erik Erikson

As oito idades do homem, de acordo com Erik Erikson

Última atualização: 07 junho, 2016

Erik Erikson fui um psicanalista norte-americano que desenvolveu uma teoria do desenvolvimento da personalidade de ampla aceitação e divulgação. Embora inicialmente tenha se baseado nos conceitos de Freud, ele se distanciou dos mesmos ao perceber que a influência cultural tinha muito mais importância do que Freud havia mencionado.

Todos nós passamos por momentos de crise e estamos habituados a vê-los como algo negativo. No entanto, para Erik Erikson, as crises são processos que nos levam à evolução e a mudanças. São circunstâncias que nos permitem transcender, crescer e tornar-nos conscientes de nós mesmos.

Segundo Erik Erikson, o nosso caminho pela vida é composto por oito idades ou ciclos, e cada um deles é marcado por um conflito específico.

“Com vinte anos todos têm o rosto que Deus lhes deu; com quarenta o rosto que a vida lhe deu e com sessenta o rosto que merecem”.

-Albert Schweitzer-

Estes ciclos indicam que os seres humanos estão constantemente adquirindo novos conhecimentos e evoluindo por toda a sua existência. Se não for assim, ocorrerão bloqueios em alguma fase do seu desenvolvimento. Algumas pessoas se negam a crescer, enquanto outras amadurecem mais cedo. Tudo isso vai depender, em grande parte, do contexto e do ambiente em que cada um vive.

As idades do homem a partir da perspectiva de Erikson

Os oito estágios do desenvolvimento humano, de acordo com Erikson, são as seguintes:

1- Confiança básica x Desconfiança básica – de 0 a 1 ano

O recém-nascido estabelece uma relação de dependência, especialmente com a sua mãe. Seus cuidados satisfazem plenamente as suas necessidades, garantem a aprendizagem e o desenvolvimento da sua confiança, se as suas necessidades básicas forem prontamente atendidas.

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Conforme seus sentidos evoluem, o bebê reconhece o seu ambiente como familiar e sua primeira grande conquista será não sofrer de ansiedade na ausência da mãe e superar o medo de ser abandonado por ela. Caso contrário, crescerá cético e desconfiado.

2- Autonomia x vergonha e dúvida – de 01 a 03 anos

Durante esta fase, a criança adquire autonomia para se deslocar de um lugar para o outro. Gritar ou chorar é a linguagem que utiliza para obter o que deseja. Se o seu ambiente não corresponde às necessidades que experimenta, aparecem a dúvida sobre si mesmo e o medo de tomar iniciativa.

A vergonha na criança é manifestada como uma necessidade de não ser vista: esconde o rosto, o que resulta em ataques de raiva e choro, ou outras manifestações de excesso emocional. O controle dos pais deve ser firme e tranquilizador para desenvolver a sua autonomia.

3- Iniciativa x Culpa – de 03 a 06 anos

Se há alguma coisa que distingue a criança nessa fase é a iniciativa. Especialmente durante as brincadeiras, ela descobre o papel mais significativo para si e o representa. A criança precisa identificar e projetar o seu papel no mundo.

A rivalidade e os ciúmes também aparecem nessa fase. A criança quer ser tratada como alguém especial e rejeita qualquer deferência da mãe pelos irmãos ou outras pessoas. Se não receber um tratamento relativamente privilegiado, desenvolve a culpa e a ansiedade.

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4- Habilidade x Inferioridade – dos 06 anos até a adolescência

Nessa fase a criança tem uma vida escolar. Independentemente de se sentir feliz ou insatisfeito, a criança começa a ganhar reconhecimento pelo que faz neste novo ambiente. É capaz de adquirir novos conhecimentos e habilidades para se tornar produtivo.

Nossa cultura já adquiriu altos níveis de especialização que tornam complexa e limitada a iniciativa individual. Nesta fase, se não houver reconhecimento suficiente, pode surgir uma sensação de inadequação que pode levar a um sentimento de inferioridade.

5- Identidade X Confusão de papéis – adolescência

Este período é caracterizado por duvidar de tudo o que se acreditava anteriormente. Duvidam dos conhecimentos, das habilidades e até das experiências. Tudo isso se deve às mudanças sofridas pelo corpo e as crises de personalidade que isso gera.

Os adolescentes se preocupam com a imagem que passam para os outros, estão em constante conflito entre o que foram até agora e o que serão no futuro. Estão confusos quanto a sua identidade, são idealistas e muito influenciáveis. Se atravessarem essa fase com tranquilidade, conseguirão construir uma sólida identidade. Do contrário, estarão sempre fingindo ser o que não são.

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6- Intimidade x Isolamento

Este é o momento em que o jovem adulto é capaz de assumir compromissos sentimentais, profissionais, políticos, sacrificando algo em troca. Sem por medo, esse jovem adulto não conseguir estabelecer essas ligações com o mundo, o perigo é o isolamento.

É uma fase de decisões e desafios para ganhar estabilidade, onde as concepções de trabalho, amizade e família são fortalecidas. Basicamente, é nesta fase que damos um passo definitivo para a vida adulta. É o início da maturidade, aproximadamente o período de namoro e começo da vida familiar.

7- Generatividade x Absorção em si mesmo

Erikson se refere a generatividade como o desejo na idade madura de ser produtivo, de orientar as novas gerações. Quando isso não ocorre, começa um processo de estagnação pessoal ligada ao sentimento de não transcender, não ter qualquer interferência sobre o futuro: um sentimento de impotência.

Somente as pessoas que enfrentaram as vitórias e as derrotas, que criaram e colocaram em prática novas ideias, amadureceram gradualmente e alcançaram a plenitude.

8- Integridade x Desespero

A última idade da vida pode ser uma etapa serena ou cheia de ansiedade. Tudo depende de como foram vividas as idades anteriores. Uma pessoa idosa deve ser capaz de fazer uma avaliação sensata da sua época e da sua vida, onde prevaleça o reconhecimento da realidade e compreensão do mundo em que vive.

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Haverá integridade nesta fase se conseguirmos combinar a reflexão com a experiência. Nos casos em que existem conflitos não resolvidos ou etapas que não foram superadas, normalmente aparece um profundo medo das doenças, do sofrimento e da morte.


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