Os eixos do amor segundo o budismo

Os quatro eixos do amor são valores essenciais aplicáveis ​​a todas as formas de afeto, inclusive o amor que sentimos por nós mesmos. São parâmetros que devem ser cultivados e mantidos para que o melhor que existe em nosso interior possa aflorar.
Os eixos do amor segundo o budismo
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 22 abril, 2020

Para o budismo, existem quatro eixos do amor que foram descritos pelo mestre zen Thich Nhat Hanh. Em seus textos, o autor não se refere apenas ao amor de um casal, mas a todos os tipos de vínculos afetivos, inclusive aquele que você deve ter consigo mesmo.

Na verdade, os eixos do amor são verdades simples que, talvez por esse motivo, passam despercebidas aos nossos olhos. Eles falam sobre os elementos essenciais que devem ser identificados, cultivados e protegidos nas relações familiares, amorosas e de amizade.

De fato, o ideal seria levá-los em conta em nosso relacionamento global com nós mesmos e com o mundo.

  Aqui estou, te escuto atentamente e estou feliz por fazer isso”.
-Thich Nhat Hanh-

O budismo entende o amor como um sentimento universal que deve ser aplicado a tudo que existe. Enchendo-se de amor verdadeiro, você alcança o equilíbrio e, com isso, a paz espiritual.

Nós convidamos você a refletir sobre os eixos do amor de acordo com o budismo. Acreditamos que esta pode ser uma grande contribuição para a sua vida.

Troca de energia entre pessoas

A alegria, um dos eixos do amor

A alegria é uma manifestação de regozijo interior. Significa que estamos satisfeitos e felizes com a realidade, e esta desperta nosso entusiasmo e alegria.

Isso não significa que essa emoção permaneça constante ou com a mesma intensidade em todos os momentos. Pelo contrário, é uma disposição.

Quem está alegre transmite essa alegria para os outros. Assim como a ansiedade ou a tristeza têm algo de contagioso, a alegria também irradia e permeia o bom humor para aqueles que nos rodeiam.

É um dos eixos do amor por si mesmo e pelos outros. E exige um trabalho constante para que possamos nos adaptar e nos equilibrar.

A compaixão, um eixo fundamental

Compaixão não significa sentir pena de outra pessoa, nem vê-la como alguém inferior ou limitado. Como a própria palavra indica, trata-se de compartilhar paixão (em sua acepção de sofrimento) com o outro.

Compreender a dor do outro e conseguir senti-la como sua. Portanto, é fundamentalmente um ato de empatia.

A compaixão é uma parte essencial do amor porque implica um envolvimento com os sentimentos de outra pessoa, além da aceitação e validação de suas vulnerabilidades e limitações. A compaixão faz com que, em vez de questioná-las, nós as entendamos e passemos a senti-las como nossas.

O prazer mútuo, a felicidade multiplicada

Sabe-se que existe amor quando uma pessoa desfruta da existência e da companhia de outra. Isso implica o desejo de dedicar seu tempo ao outro e estar verdadeiramente presente nos momentos passados ​​com essa pessoa.

Isto é, focar nossa atenção nela quando conversamos ou quando compartilhamos alguma situação em comum.

Implica também a capacidade de escutar e estar aberto ao que essa pessoa pensa, diz e faz. De acordo com o budismo zen, o prazer mútuo não é apenas um dos eixos do amor, mas também oferece um sinal inequívoco da presença do amor.

Se não há prazer mútuo, não se pode falar de amor.

Casal em templo

A liberdade, a base dos eixos do amor

O budismo observa que não se pode ser livre se não houver um equilíbrio interior. Este é expresso como tranquilidade e compostura em qualquer tipo de situação.

Indica que para amar a nós mesmos e aos outros é essencial, primeiramente, acalmar as tempestades internas que, às vezes, nos invadem e nos impedem de deixar aflorar os sentimentos mais positivos.

O que mais prende o ser humano e lhe tira a maior liberdade são os medos e a raiva. Apenas trabalhando sobre essas emoções e conseguindo diluí-las conseguiremos ser verdadeiramente livres para amar.

Caso contrário, podemos acabar transformando o outro em objeto desses medos e dessas agressões. Em contrapartida, se há harmonia interna, nós nos tornamos livres e deixamos o outro ser.

Para o zen, o importante não é apenas cultivar o nosso próprio interior. Quando se ama, também há interesse de que o ser amado cresça e alcance seu próprio equilíbrio interior. O amor é um sentimento ativo, não receptivo.

Cada um é um apoio e uma referência para aqueles a quem ama. Então, ao cultivar os eixos do amor, o outro também acaba sendo influenciado, principalmente pelo caminho do exemplo.


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  • Burin, M., Meler, I., & Ramírez Rodríguez, M. H. (1998). Género y Familia poder, amor y sexualidad en la construcción de la subjetividad [Reseña]. Trabajo Social, (3), 159-161.

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