Não deixe que o passado o impeça de iniciar um novo relacionamento

Apesar dos problemas, fracassos, lembranças e mudanças de vida, sempre buscamos um novo relacionamento. Mas por quê? Existe algo dentro de nós que nos leva a fazer isso? É o DNA, a influência da sociedade, ou ambos?
Não deixe que o passado o impeça de iniciar um novo relacionamento

Última atualização: 16 fevereiro, 2022

Apesar dos relacionamentos fracassados ​​e decepções que podemos ter experimentado no passado, os seres humanos tendem a procurar um novo relacionamento como se fosse uma parte fixa de si mesmos. Isso ocorre devido à biologia ou à cultura social? Você já pensou nisso? Vamos refletir sobre o tema a seguir.

Ao longo da história humana, houve várias (senão incontáveis) mudanças na maneira como os casais se formam. Esse é um dos motivos pelos quais sabemos que a dinâmica do casal não é a mesma de cinquenta ou mesmo cem anos atrás.

No entanto, as mudanças não foram radicais. Pode-se dizer que as modificações evolutivas do casal diferem pouco quanto à estrutura e à rotina. 

Começar um novo relacionamento

Começar um novo relacionamento agora não é a mesma coisa de 50 anos atrás

Após surgir há 50 anos, o pós-modernismo trouxe instabilidade e insegurança emocional , abalando as estruturas de casais e famílias. Tudo isso aconteceu dentro da forma linear positivista de pensar.

Atualmente, estamos em um momento de mudança de paradigma. Como resultado, as pessoas questionam as ideologias atuais, as regras sociais e familiares, as crenças, a forma de organização da vida humana, os critérios de verdade, objetividade, a racionalidade e a realidade. Portanto, o pós-modernismo não só levou a uma mudança teórica, mas também a mudanças em termos práticos. Por sua vez, isso teve diferentes efeitos na estrutura das famílias e dos casais.

Quando pensamos na unidade familiar ou refletimos sobre os casais, podemos nos perguntar coisas como: Qual será o rumo dessas estruturas? Para onde estamos indo? Qual é o modelo que tendemos a construir na hora de formar um casal, quais são os caminhos e múltiplas formas de chegar a um modelo pós-moderno do casal, etc.

As respostas para todas estas perguntas não são livres de alterações. Por quê? Porque o conceito de casal e família está sempre mudando.

Hoje, existem diferentes modelos de casais e também de famílias

Nos últimos cinquenta anos, o conceito de casal mudou consideravelmente. A existência do divórcio criou a possibilidade de uma pessoa ter dois, três ou mais parceiros durante a vida e gerou novos tipos de famílias.

Hoje, existem novos ideais para casais e famílias com características diversas. Por exemplo, há casais que não dormem no mesmo quarto, com cada pessoa tendo o seu próprio quarto na mesma casa. Há casais que decidem ter apenas um certo número de filhos. E há solteiros que conseguiram ter filhos graças à biotecnologia, sem ter que passar pelo processo de encontrar um parceiro primeiro.

Na sociedade atual, o sexo não está necessariamente ligado à gravidez e à reprodução, já que os métodos contraceptivos permitem o sexo simplesmente por prazer. Inevitavelmente, isso levou a mudanças no propósito de encontrar um parceiro.

Atualmente, é comum ver pessoas querendo iniciar um novo relacionamento, mas não apenas para poder ter filhos e constituir uma família, e sim para encontrar o amor e ter uma vida sexual satisfatória. Assim, o desejo pelo amor e pelo sexo tornou-se mais proeminente nos relacionamentos amorosos.

E como era de se esperar, todos esses fatores causaram mudanças estruturais na forma como os casais se formam.

Terminar ou reacender o relacionamento

Ao longo da sua vida, o ser humano vive diferentes experiências. Em casal, por exemplo, os parceiros passam anos juntos e acumulam muitas memórias.

O cérebro armazena uma grande quantidade de informações e seleciona o que vai lembrar de todas as experiências. Esse material fica guardado na memória (responsabilidade do hipocampo, que nos faz associar e dar sentido às diferentes alternativas da situação). É por isso que você sempre tende a se lembrar dos aspectos positivos do passado em vez dos negativos. É como diz o ditado popular: “Bons e velhos tempos”.

Viver com um parceiro é um processo complexo que exige paciência, generosidade, tolerância e adaptabilidade, além de amor. É claro que o amor é a satisfação de muitas fantasias, mas viver junto implica trabalho duro, aprender a suportar um ao outro, tentar combinar duas personalidades diferentes para viver juntos e, se concordarem, gerar filhos.

As mudanças que podem afetar os casais ao longo dos anos

Os anos vão passando e várias situações vão surgindo: maturidade, responsabilidades domésticas, questões de trabalho, criação dos filhos… esses são aspectos que podem afastar gradualmente o casal. A rotina e o cansaço podem esfriar o fervor sexual do início do relacionamento, diminuindo os encontros sexuais.

Além disso, com o tempo, o vigor da juventude diminui e muitas outras questões podem ocupar a mente da pessoa de maneira que, quase sem perceber, o desejo pelo parceiro diminui progressivamente.

Existem muitos casais por aí que, embora vivam juntos, quase não compartilham mais uma ligação, tanto sexualmente quanto nas atividades diárias. Eles se resignam a levar uma vida um tanto quanto entediante e se refugiam em passeios com os netos e outros casais. Dessa forma, eles têm algo de vida social, mas às custas de uma relação conjugal que deixa a desejar.

Outros optam por se separar, mas essas separações geralmente são o resultado de não trabalhar duro o suficiente para reacender seu relacionamento.

As mudanças que podem afetar os casais ao longo dos anos

Depois de tantos anos, experiências e memórias compartilhadas, ainda existe o desejo de continuar morando junto?

O que os casais que estão juntos há algum tempo podem fazer? É  uma boa ideia sentar uma vez por ano para discutir e repensar seu relacionamento.

Se o casal decidir se separar, deve ter em mente que a separação é um fenômeno complexo no qual podem se desenvolver diferentes complicações relacionais, como alianças, coalizões, agressões, etc. Os casais acumulam diferentes costumes problemáticos que podem surgir na sequência de uma separação, tornando difícil chegar a acordos.

Apesar dos problemas que a separação e o divórcio envolvem, é surpreendente saber que cerca de 80% dos separados se casam novamente. Além disso, 60% dessas novas famílias incluem a existência de uma criança de um relacionamento anterior.

Esses números indicam que questões do passado, embora traumáticas, não desencorajam as pessoas a tentar encontrar um novo parceiro. Isso também sugere que, apesar dos problemas potenciais, as pessoas continuam apostando nas relações amorosas. Em outras palavras, as expectativas de encontrar um novo amor e iniciar um novo relacionamento triunfam sobre as experiências passadas.


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