Pessoas diplomáticas: 5 traços que as caracterizam

Pessoas diplomáticas: 5 traços que as caracterizam
Sara Clemente

Escrito e verificado por psicóloga e jornalista Sara Clemente.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

Em muitas ocasiões, pensamos que ser muito impulsivos ou “dizer as coisas na cara” necessariamente impõe uma espécie de condenação sobre nós: a de sermos pouco respeitosos. Nada está mais longe da realidade: a sinceridade não está necessariamente em desacordo com a educação. Tem mais a ver com saber enviar mensagens de forma clara e gentil, mas assertivamente. Isso é o que as pessoas diplomáticas fazem.

Também é verdade que essas últimas geralmente possuem uma série de habilidades específicas que lhes permitem desempenhar melhor seu trabalho e manter relações sociais mais saudáveis. Mas, como você já sabe, as habilidades podem ser treinadas! Portanto, se você quiser desenvolver essas habilidades, anote.

Taxonomia básica das pessoas diplomáticas

Para poder entender como são as pessoas diplomáticas, tomamos como referência os traços de personalidade que os profissionais que se dedicam a isso (por exemplo, os embaixadores) tendem a ter. Com este propósito, vamos descrever quais são, de acordo com o modelo Big Five de Costa e McRae, os fatores estáveis ​​dos quais a personalidade dos diplomatas é composta.

Reunião de negócios

Abertura à experiência

Alguém que é destinado a um país estrangeiro, no qual deve desempenhar um papel mediador, deve ser curioso e aberto. Por esta razão, presume-se que ele está disposto a entender e a se adaptar ao mundo ao seu redor, ao seu povo, à sua cultura, às suas tradições… Isso o leva a ser tolerante e respeitoso com o que será sua casa durante anos.

Portanto, essa mentalidade aberta é a base sobre a qual o restante de suas habilidades são construídas. Esta posição supõe saber ouvir opiniões contrárias à sua e, o que é mais importante, saber como usá-las para sua vantagem. Uma prerrogativa pode se tornar uma oportunidade.

Levar em consideração as reclamações, os pedidos, os desentendimentos dos demais, pode te ajudar a melhorar. Não só o relacionamento com seus clientes ou com a sua equipe, mas com você mesmo. Te ajuda a ser mais autocrítico e a entender como os outros pensam e são. Portanto, não tenha a mente fechada, ouça e aprenda.

Estabilidade emocional

Costa e McRae definem isso como o oposto do neuroticismo. No caso das pessoas diplomáticas, este deve ser baixo ou insignificante. Imaginemos que existe uma crise institucional e os responsáveis ​​por solucioná-la foram facilmente superados pelas emoções.

Seria um absurdo absoluto deixar nas mãos de alguém uma tarefa tão imprevisível com tanto impacto quanto a mediação. É aconselhável e muito mais preciso que um diplomata tenha um caráter silencioso e pacífico. Além disso, esta atitude é especialmente valiosa em situações estressantes ou ao tomar decisões muito relevantes.

A estabilidade emocional capacita em si mesma a diplomacia. Manter a calma na vida diária acentua nossa capacidade analítica e estratégica. Ser capaz de ficar calmo em situações de grande pressão ou responsabilidade faz a diferença. Isso não significa que, em determinado momento, não possamos sentir raiva ou frustração. Mas a chave está no fato de que essas pessoas sabem como controlá-las.

Responsabilidade

Evidentemente, as pessoas diplomáticas possuem um senso de dever muito alto. Para obter resultados satisfatórios, é necessário que tenham autodisciplina e ordem. No entanto, isso não pode se tornar rigidez ou teimosia, pois sabemos que para ser um bom negociador, em muitos casos, temos que ser mais flexíveis.

Quanto mais rigoroso e fiel você for consigo mesmo, maior será sua credibilidade e confiabilidade. Pensemos em alguém da nossa família. A quem você confiaria uma tarefa muito importante: alguém que demonstra ser responsável em seu dia a dia ou a quem não demonstra ser confiável?

Pessoas negociando em ambiente de trabalho

Amabilidade

Para poder exercer essa profissão, a cordialidade – bom tratamento – é um dos traços de personalidade mais básicos. E não só por causa da empatia e cooperação que são necessárias em um ambiente intercultural, mas também por causa dos elementos essenciais que seus contatos têm para um diplomata.

Ter pessoas felizes, valorizadas e compreendidas ao seu redor é uma base muito importante para o bom desempenho do seu trabalho. Alguém amável geralmente tem um sólido círculo íntimo social, baseado na confiança e no respeito.

É um dos fatores chave na personalidade de qualquer pessoa que queira ser diplomática. Isso não significa ser falso ou tentar dizer sempre o que o outro quer. Se baseia em tentar manter a coerência entre pensamentos/valores e comportamentos sem prejudicar as pessoas ao redor e quem tem opiniões contrárias. Ou seja, ser capaz de fazer observações sem prejudicar as sensibilidades.

Extroversão

Embora esteja intimamente relacionada com a abertura à experiência, não pode ser considerada a mesma coisa. A extroversão se refere mais à tendência de uma pessoa a querer se relacionar com outras pessoas. No caso de um diplomata, essa qualidade é básica.

Alguém com sua responsabilidade deve ser assertivo, falante, sociável e enérgico. Ele deve lidar com habilidades de comunicação e se sentir confortável trocando opiniões com os outros. Se se mostra retraído ou tímido, muitas de suas tarefas exigirão um esforço extra que acabará por esgotá-lo.

Portanto, as pessoas diplomáticas têm uma personalidade aberta ao diálogo, resoluta, negociadora e extrovertida. São carismáticas, estão dispostas a conhecer o mundo, são emocionalmente estáveis, gentis e muito responsáveis. E você, se encaixa neste perfil ou conhece alguém que o faça?


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.