Que posição de controle você ocupa?

Que posição de controle você ocupa?

Última atualização: 15 agosto, 2015

Talvez você se surpreenda, mas de acordo com os especialistas, mais de 60% da população apresenta um tipo de personalidade orientada para um locus de controle externo. Assim, é possível que tanto você quanto eu nos encaixemos nessa dimensão. Mas, o que isso quer dizer? Para entender melhor, podemos observar um simples exemplo.

“Encontramos um amigo, e  preocupados  com sua expressão, perguntamos: – Você não parece bem. Está acontecendo alguma coisa? Diante dessa pergunta, nossas respostas podiam ser as seguintes: “Meu parceiro me ofendeu”, “Meus pais não me apoiam”, “Meu melhor amigo não quis me emprestar dinheiro”, “Tenho má sorte”, “As coisas estão cada vez piores”.

Essencialmente, ter um locus de controle externo alude a que, na maioria das ocasiões, atribuamos às circunstâncias externas – e a pessoas – a responsabilidade do nosso humor. Um outro exemplo seria talvez pensar “Ultimamente estou tendo muita sorte”, uma expressão comum onde continua aparecendo a responsabilidade atribuída a um marco de referência externo. Vejamos detalhadamente.

Controle: a que você atribui seus êxitos e fracassos?

Então, como uma pessoa com um locus de controle interno age? Você perguntará a si mesmo. Estas personalidades colocam sobre elas mesmas toda a responsabilidade do que sentem e do que fazem. Parecerá estranho para você, mas segundo os psicólogos, não são muitas as pessoas que  atribuem  a elas mesmas todo o peso do que ocorre em suas vidas.

Sabemos que podemos alternar, em algumas ocasiões, ambos locus de controle. Você pode saber que, por exemplo, ter um melhor trabalho depende de você (melhorar seus estudos, mudar de casa, de país), mas, no entanto, pode pensar que a felicidade da sua vida emocional depende exclusivamente do seu parceiro, sem ver sua própria responsabilidade nisso. Nós, pessoas, somos muito complexas nesse tipo de dimensão, e está claro que nem sempre é fácil ver nossa própria responsabilidade em toda e cada uma das facetas que nos rodeiam.

É sempre fácil pensar que, se não tenho trabalho, é culpa do contexto social e político no qual meu país está envolvido, caindo pouco a pouco, sem perceber, em uma atitude derrotista. E, ainda mais, também há pessoas que mesmo não sendo  felizes no casamento  ou em sua situação pessoal, decidem simplesmente aguentar sem levar em conta suas próprias necessidades; o próprio direito de ser feliz.

O que, sim, devemos ter claro é que existem muitas formas exteriores que são impostas a nós e das quais não podemos escapar. Todos nós temos obrigações em muitos dos contextos nos quais nos movemos diariamente. Mas, dentro destas esferas, dispomos do direito e da possibilidade de controlar nossas vidas e escolher nosso próprio caminho. Para isso, para conseguir, devemos começar a colocar o pronome pessoal em muitas de nossas ações e pensamentos. “EU vou procurar todas as opções para me sentir melhor.” “As coisas estão melhorando porque EU me esforcei para conseguir isso”. “Nos momentos em que EU me sentir mal no meu relacionamento pessoal, EU devo fazer a minha parte para encontrar uma solução.” “EU sou responsável por mim mesmo e é aqui onde quero estar”.

Sabemos que não é fácil. Mas nunca conseguiremos ter o controle da nossa própria felicidade se não investimos em nossa própria realização, evitando, antes de tudo, nos deixar manipular por forças externas. A vida costuma nos trazer muitas perdas em nossos caminhos pessoais, em nosso mapa existencial. Mas evitá-los, abrir passagem para transitar em paz pelo nosso caminho, depende de nós mesmos. Da nossa força vital, da nossa motivação. Os fatalistas e os que se sentem determinados por agentes externos sempre se sentirão manipulados pelo resto, quase obrigados a viver uma vida “planejada”. E ninguém pode ser feliz dessa forma… 

Créditos da imagem: deRoger Hall


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