Problemas de aprendizagem: cuidando da saúde emocional do seu filho

Problemas de aprendizagem: cuidando da saúde emocional do seu filho
Laura Reguera

Escrito e verificado por a psicóloga Laura Reguera.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Sabemos cada vez mais sobre os diferentes problemas de aprendizagem que podem aparecer na fase escolar. À medida que a sociedade progrediu, a necessidade de adaptar o conteúdo e o modo de ensino às crianças que apresentam esse tipo de dificuldade foi ganhando importância.

Assim, as figuras de apoio foram inseridas nas escolas. Agora, elas geralmente têm especialistas, tanto na pedagogia terapêutica quanto na audição e na linguagem. No entanto, apesar de todo esse progresso, em geral, outro aspecto fundamental na vida dessas crianças é, muitas vezes, negligenciado: sua saúde emocional e os cuidados de que elas precisam nessa área. Agora, a questão é, o que podemos fazer para apoiá-los e não fazer com que eles se sintam estigmatizados?

“Diga-me e eu esquecerei, mostre-me e eu lembrarei, envolva-me e eu aprenderei”.
-Benjamin Franklin-

O que as crianças com problemas de aprendizagem podem sentir?

Quando uma criança tem problemas de aprendizagem, é comum que, associada a essas dificuldades, sofra por questões de ordem emocional. Assim, sentimentos de frustração, tristeza ou ansiedade podem aparecer. Claro, não devemos esquecer que esses problemas emocionais também ocorrem em crianças que não têm dificuldades em seu desempenho acadêmico.

Como os pais podem detectar se seus filhos estão com problemas? Existem vários sinais que podem servir como um alerta. Por um lado, podem surgir emoções como as já mencionadas, especialmente em relação às situações escolares. Elas podem ser manifestadas por gritos, preocupações, dores de cabeça, dores de estômago e problemas comportamentais.

“Aprendendo nossas limitações muito rapidamente, nunca aprenderemos nossos poderes”.
-Mignon McLaughlin-

Mãe tentando acalmar filho chorando

Ter problemas de aprendizagem não significa ser menos inteligente

Esses sentimentos podem aparecer por várias razões. Um deles é que, muitas vezes, crianças com problemas de aprendizagem pensam que são mais “burras” do que as outras. É muito importante que os pais trabalhem esses tipos de crenças, porque elas estão erradas.

Por um lado, os pais devem explicar, de forma clara e adaptada ao nível de desenvolvimento da criança, quais são as dificuldades de aprendizagem. Nesse sentido, deve ficar muito claro para a criança que eles não estão relacionados a uma inteligência maior ou menor. Além disso, é necessário que eles entendam a mensagem de que suas dificuldades de aprendizagem não os tornam menos valiosos ou que as pessoas ao seu redor os amarão menos.

Isso é muito importante. Se as crianças percebem que seus pais se sentem mal por esse diagnóstico, elas terão a sensação de que há algo que não está certo nelas. Por isso, os pais e as mães terão que tomar as rédeas e transmitir uma atitude positiva aos seus filhos.

Menino brincando de construir torre

Eu sou diferente porque tenho problemas de aprendizagem?

Quando somos mais velhos, entendemos que todos são o que são e que há o que conhecemos em psicologia como “diferenças individuais”. Mas quando somos pequenos, o que queremos é ser iguais às outras crianças que nos rodeiam. Pelo menos, se formos diferentes, que essa diferença não nos prejudique. Portanto, é bom intervir e ajudar as crianças a entenderem qual é a origem e as consequências do que eles percebem como diferente em si mesmos.

Para ajudá-los a esse respeito, é importante que as crianças também recebam atenção quando acertam, e não apenas quando cometem erros relacionados aos seus problemas de aprendizagem. Nesse sentido, uma inércia pode ser gerada, alimentada com toda a nossa boa intenção. Ou seja, destacamos as falhas para que as crianças melhorem em detrimento de seus sucessos. Por isso, é necessário fazer um esforço para reverter essa inércia, se ela já foi criada. Dessa forma, poderemos reforçar o comportamento quando fazem coisas certas.

Finalmente, também devemos avaliar se os apoios e adaptações curriculares que a criança recebe são adequados. Pode ser necessário reajustá-los tendo em conta as dificuldades emocionais e sociais que surgirem. Além disso, é importante trabalhar em conjunto com pais e professores para alcançar um maior bem-estar da criança.

“As pessoas vão esquecer o que você disse, as pessoas vão esquecer o que você fez, mas as pessoas nunca esquecerão o que você as fez sentir”.
-Maya Angelo-

Vida escolar

Tanto esforço está me esgotando: a sobrecarga de crianças com problemas de aprendizagem

Não se deve esquecer que, em geral, as crianças com problemas de aprendizagem precisam dedicar mais tempo e esforço às tarefas de classe. Essa concentração extra pode levar à frustração e à raiva. Por isso, é muito importante trabalhar esse aspecto.

Em vista disso, será mais motivador e frutífero para eles trabalharem com base em pequenos objetivos, mais fáceis de alcançar. Dessa forma, a criança perceberá que está progredindo, em vez de ver diante dela uma montanha impossível de escalar. Esse passo simples é fundamental.

E, finalmente, há outro elemento que irá ajudá-los a melhorar consideravelmente seu bem-estar emocional: encontrarem algo em que sejam bons. Ou seja, alguma atividade ou esporte que as crianças desfrutem e em que se sintam realizadas. Ter problemas de aprendizagem pode afetá-los emocionalmente, mas está em nossas mãos ajudá-los a se sentirem melhor.

Imagens cortesia de Ben White, Michal Parzuchowski e Element 5 Digital.


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