A psicologia no design de interiores
É incrível como um espaço é capaz de gerar emoções apenas através da observação. Quem não se sente agoniado em um lugar sujo e desorganizado? Ou quem nunca experimentou uma sensação de paz em um espaço minimalista e decorado com cores suaves? Acredito que todos nós, em algum momento de nossas vidas, tivemos experiências semelhantes. No entanto, é preciso considerar que as características pessoais também têm uma influência. A psicologia no design de interiores tem muito a nos dizer sobre isso.
Não há dúvida de que a psicologia pode desempenhar um papel importante nos diferentes ambientes que nos cercam e que, em grande parte, compõem as nossas casas, locais de lazer e trabalho.
Embora a relação entre a psicologia e o design de interiores sempre tenha existido, parece que ela vem ganhando força a partir do século XIX. Agora, como isso nos influencia? Vejamos com mais profundidade a seguir.
Psicologia e design de interiores: como eles se relacionam?
A psicologia do design de interiores é uma área da psicologia ambiental que estuda a relação entre os diferentes tipos de ambientes e como eles afetam o comportamento e o humor das pessoas que os habitam. O seu objetivo é criar efeitos positivos e também aproveitar ao máximo essa relação.
Cada lugar que visitamos, cada espaço que percorremos nos transmite algo, ou seja, produz um efeito sobre nós. É exatamente aí que reside a aplicabilidade da psicologia no design de interiores. Especificamente, ela envolve tudo relacionado às cores, à disposição dos móveis e à seleção de determinados objetos ou outros.
Pesquisas curiosas, como a realizada por Sibel Silk Dazkir, doutora em Design e Ambiente Humano pela Universidade Estadual de Oregon (EUA), são uma prova de como a decoração influencia o humor das pessoas.
Os seus estudos confirmaram que objetos projetados com linhas curvas e sinuosas despertam sentimentos relacionados à felicidade e ao relaxamento, enquanto linhas retangulares estão associadas a sentimentos de frieza e hostilidade.
A influência dos espaços nos aspectos psicológicos
Como vimos, espaço e humor estão relacionados. Assim, os profissionais que aplicam a psicologia no design de interiores levam em consideração as características pessoais de seus clientes, bem como o seu modo de ser, ao criar um espaço.
Agora, como os espaços podem nos influenciar psicologicamente? Que sensações os diferentes tipos de espaços e decoração podem despertar em nós? Vejamos alguns aspectos importantes.
- Amplitude: geralmente está associada à tranquilidade e ao descanso.
- Complexidade: nos traz uma sensação de desafio que pode ser muito atraente.
- Coerência: à medida que o espaço e os objetos se tornam mais homogêneos, experimentamos uma sensação agradável e confortável.
- Textura: Quanto mais suave, maior a sensação de prazer. No entanto, isso não ocorre apenas no tato, mas também com o restante dos sentidos.
- Identificabilidade: se um objeto ou um canto em particular for facilmente identificável, a sensação que ele nos transmitirá será agradável. Caso contrário, pode gerar tensão e inquietação até decifrarmos o seu significado.
- Cor: cada cor está associada a um registro de emoções específico. Por exemplo, o preto costuma ser associado ao pessimismo e à agressividade; o branco com a pureza; o amarelo com a felicidade e o verde com sentimentos de harmonia, esperança e paz.
- Social: os espaços também são para o compartilhamento. Na verdade, existem determinados espaços que são projetados com essa finalidade. Por esse motivo, às vezes podemos procurar espaços ideais para atividades com outras pessoas.
- Temperatura: é a sensação térmica associada aos espaços. Será mais confortável ou não dependendo do que mais nos agrada: frio ou calor.
Na área terapêutica
Não podemos generalizar: cada pessoa é diferente. Na autenticidade reside o valor do ser humano, cada um pensa, sente e age de maneira distinta. Além disso, perceberá e sentirá os espaços de maneira diferente. Portanto, um espaço pode despertar tranquilidade em uma pessoa e tensão ou sufocamento em outra.
A psicologia no design de interiores também é importante no campo terapêutico. Por exemplo, foi realizado um estudo em 2013 para analisar a importância dos espaços dedicados à terapia para os pacientes. Verificou-se que qualquer estímulo externo tem uma influência, e que um design profissional no consultório torna a terapia mais eficaz.
Os benefícios da psicologia no design de interiores
A distribuição dos espaços, bem como as cores e a disposição dos elementos que o compõem nos influenciam diretamente. De fato, existem várias recomendações da psicologia em design de interiores para decorar uma casa:
- É melhor usar os tons pastéis do que tons cinza e branco, pois os últimos dão um toque impessoal e a gama dos tons pastéis proporciona uma sensação de relaxamento e intimidade.
- A amplitude gera uma sensação de liberdade e tranquilidade, portanto, é recomendável não sobrecarregar demais o ambiente.
- Personalizar os espaços com fotos ou objetos que tenham um significado pessoal importante ajuda as pessoas a se sentirem mais confortáveis.
Por fim, não podemos esquecer que, em um espaço, cada detalhe é importante. De alguma forma, eles nos convidam a lembrar, despertam emoções e favorecem diferentes sensações.
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- Thomberg, J.M. (1986). Psicología y Arquitectura: notas breves. Introducción a la psicología ambienta.
- Catzman, C. (2013). Psicología y Diseño de Interiores. Estudio de la influencia del diseño en la práctica terapéutica. Proyecto de investigación pedagogía del diseño y las comunicaciones. Universidad de Palermo y Facultad de Diseño y Comunicación.