Psicologia perinatal: a importância de construir um vínculo saudável com o bebê

Psicologia perinatal: a importância de construir um vínculo saudável com o bebê
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

Estar grávida é uma experiência mágica para muitas mulheres. No entanto, na maternidade se presta muita atenção aos aspectos físicos, deixando de lado o componente psicológico. Uma parte essencial em todo esse processo, estudado pela psicologia perinatal. Uma especialidade da psicologia que aborda as mudanças psicológicas que ocorrem desde a concepção até o final do período do puerpério.

Embora a gravidez seja uma experiência maravilhosa, muitas mães podem se sentir sozinhas, mal vestidas ou com sintomas de ansiedade e estresse. Se acrescentarmos a isso o fato de viver em um ambiente problemático ou passar por um parto traumático, podemos acabar com uma depressão pós-parto. A psicologia perinatal surge para prevenir e melhorar esse tipo de situações como uma orientação para gerenciar situações difíceis para promover uma saúde materno-infantil adequada.

No entanto, essa não é a única coisa relevante que a psicologia perinatal pode oferecer às mães. Também fornece ferramentas e estratégias mentais para construir um vínculo saudável com o bebê e melhorar seu bem-estar e qualidade de vida.

Medos e temores durante a gravidez e a maternidade

São diversos os medos enfrentados pelas mães quando há um bebê a caminho. Vai dar tudo certo?”, “Algo errado vai aparecer na ultrassonografia?”, “O médico fez uma cara estranha, está me escondendo algo?

“Se a sua gravidez foi planejada meticulosamente, ou se teve uma surpresa, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma”.
-Catherine Zeta Jones-

A maternidade implica uma mudança radical de temores, insegurança e estresse. Um parto prematuro ou traumático; dificuldades durante a amamentação ou a criação do vínculo com o bebê; um aborto espontâneo ou problemas para conceber…

Mulher grávida

Essas dificuldades passadas por muitas mães podem ser melhor abordadas se forem ajudadas pela psicologia perinatal. Através dela, encontrarão recursos psicológicos para lidar com um processo de luto após um aborto, lidar com as diversas dificuldades da parentalidade e estabelecer diferentes maneiras de consolidar um vínculo saudável com seu filho.

A psicologia perinatal é uma forma de preservar a saúde mental da mãe, assegurando seu bem-estar, apoiando-a nesta etapa e melhorando sua qualidade de vida. Além disso, essa especialidade trabalha a autoestima com o objetivo de abordar as dificuldades a partir de outra perspectiva.

A psicologia perinatal também inclui a família

Falamos sobre a psicologia perinatal destinada à mulher, mas também devemos incluir o pai e a família. Pilares fundamentais que devem estar envolvidos e possuir uma atitude aberta para receber ferramentas e conhecimentos que ajudem a mãe.

A mãe é o eixo central de tudo. O processo de gravidez a afeta mais que aos demais devido às mudanças físicas que sofre. Também é preciso levar em conta as mudanças hormonais e emocionais. Por isso, a psicologia perinatal ofere apoio:

  • Apoio antes da concepção: os pais podem ter problemas para conceber ou, talvez, tenham que se submeter a tratamentos de fertilidade que podem gerar grandes pressões e estresse. A psicologia perinatal trabalha as crenças sobre ter filhos, se é que, enfim, o casal não pode tê-los. Também ajuda a superar experiências traumáticas, como um aborto no passado.
  • Apoio durante a gravidez: as mães de primeira viagem podem ter medo do parto por nunca o terem vivenciado, além de não saberem como lidar com as mudanças físicas e psicológicas durante a gravidez. Tudo isso gerará muita ansiedade e é aí que a psicologia perinatal pode ajudar a acalmar os ânimos e dar fôlego através de estratégias de relaxamento e respiração e gestão de medo e estresse.
  • Apoio após o parto: as mães podem sofrer um parto traumático se o bebê não estiver na posição correta, se tiverem que usar o fórceps ou se, após várias tentativas, realizarem uma cesárea. O apoio psicológico é necessário para evitar que essas experiências levem à depressão pós-parto e, acima de tudo, para fortalecer o vínculo mãe-filho.
  • Apoio à família: a chegada de um bebê muda a vida da mãe, mas também a de seu parceiro e de toda a família. Adaptar-se a essa mudança nem sempre é fácil. A psicologia perinatal proporcionará ferramentas e segredos, tanto para os pais quanto para a família, para lidar com as diferentes situações que podem ocorrer e, finalmente, conseguir uma adaptação adequada ao novo contexto.

A depressão pós-parto é um problema que afeta o vínculo afetivo da mãe com o bebê. Para preveni-la recomenda-se o contato pele com pele da mãe com seu bebê.

Mulher grávida com seu parceiro

O vínculo mãe-filho

A psicologia perinatal é muito importante para fornecer o apoio psicológico tão necessário que toda mãe, casal e família necessitam. Sobretudo, ajuda na criação do vínculo mãe-filho que se forma de maneira natural.

Esse vínculo surge durante a gravidez, quando o bebê se encontra no útero de sua mãe. A partir desse momento, desenvolve-se uma relação especial que se tornará mais sólida quando o bebê estiver nos braços de sua mãe.

Pode haver problemas com a amamentação, além de dificuldades sobre como proceder em relação ao choro do bebê ou problemas para se aproximar dele e atender às suas necessidades, especialmente se a mãe sofre de depressão pós-parto. O contato é extremamente importante e identifica e satisfaz as necessidades do bebê ainda mais.

A psicologia perinatal ensina a mãe a se relacionar com seu filho com afeto, algo fundamental para construir um vínculo de apego seguro que sirva de suporte e segurança.

Pais com seu bebê

“Quando os adultos têm dificuldades para oferecer à criança o que ela pede, cabe a nós revisar nosso próprio desamparo infantil, ao invés de culpar a criança”
-Laura Gutman- 

A psicologia perinatal proporciona soluções nas diferentes etapas da gravidez até o final do período do puerpério, buscando o bem-estar e o equilíbrio tanto para a mãe quanto para seu filho. Seu objetivo final é a criação de um vínculo que promova um apego saudável para garantir um futuro sem carências.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.