Pulsão de vida ou eros: o que é?

A pulsão de vida engloba todos os impulsos e comportamentos que motivam a nossa sobrevivência sem abrir mão do prazer e contribuindo para a sensação de bem-estar.
Pulsão de vida ou eros: o que é?
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 03 janeiro, 2023

Há momentos em que encontramos uma inspiração incomparável, como se tivéssemos sido tocados por uma varinha. Ficamos tão motivados que o mundo é pequeno demais para nós, e queremos ir atrás dos nossos objetivos com entusiasmo e coragem. Estamos falando de momentos que são genuinamente definidores da pulsão de vida.

Esse impulso nos convida à paixão e à vitalidade. Além disso, é uma forma de resolver tensões. Porém, diferentemente do que pode parecer à primeira vista, nem sempre é algo de cunho erótico ou sexual.

Por meio deste artigo, mostraremos o que realmente define esse impulso: um dos conceitos essenciais da teoria psicanalítica. Além disso, mostraremos como ela se manifesta, sua origem, sua relação com a mitologia e os conceitos associados.

Mulher respirando ar puro

O que é a pulsão de vida?

Para começar a entender a pulsão de vida, é necessário abordar o conceito de pulsão. O conceito deriva da teoria da personalidade de Freud, que sugere que agimos para resolver as tensões que temos.

A pulsão é, de acordo com essa corrente, a origem de toda atividade mental. Conta com:

  • Fonte. Trata-se do órgão onde nasce a pulsão.
  • Força. O que o empurra para a ação.
  • Meta. Consiste na satisfação da excitação.
  • Objeto. Aquilo que satisfaz.

Como já apontamos, a pulsão não é necessariamente uma questão sexual, embora pelos seus nomes possa ser pensada dessa forma. Vai mais longe, embora esteja ligada à busca do prazer e da satisfação. Agora, a pulsão de vida é aquela pulsão que gera tanto ativação quanto excitação no plano orgânico. Seu objetivo é preservar a nossa sobrevivência.

Além disso, é uma força dinâmica que vai em busca do prazer, deixando de lado o que não o gera. Isso funciona quando ativamos mecanismos para reduzir as nossas tensões.

Por que é chamada de eros?

Também recebe esse nome porque a psicanálise sempre esteve próxima da mitologia; na verdade, este é um assunto pelo qual Sigmund Freud era apaixonadoPortanto, é comum usar metáforas ou analogias que se referem a certas histórias ou características da mitologia para explicar as teorias, uma ótima ideia para torná-las mais compreensíveis.

Assim, a pulsão de vida está associada ao Deus da mitologia cujo nome é Eros. É o responsável pela atração sexual, amor e fertilidade.

Como se manifesta?

Eros está presente em cada um de nós. Intervém na relação que temos conosco, com os outros e com a natureza. Depois, manifesta-se na forma como interagimos, motivando ações que nos levam à sobrevivência.

Além das atividades fisiológicas básicas, nas quais se encontra o sexoa pulsão de vida está presente nos sonhos, na criatividade, no erotismo e no amor.

Além disso, se apresenta evitando a dor ou o que não nos agrada, embora Freud sempre tenha enfatizado que as barreiras entre o prazer e o desprazer são bastante difusas.

Mulher sonhando

Conceitos associados à pulsão de vida

Na psicanálise, os limites entre alguns conceitos são mínimos: isso tem a ver com a compreensão do aparelho psíquico como elemento dinâmico. O impulso de vida não é exceção. Vamos ver, no âmbito da teoria econômica, a quais conceitos ela está associada:

  • Princípio do prazer. Aquele que busca satisfação.
  • Princípio de realidade. Aquele que é responsável pela adaptação às circunstâncias.
  • Pulsão de morte. Envolveria aqueles impulsos associados à dissolução, à tendência de destruir a vida e à agressividade.
  • Princípio do Nirvana. Teria a ver com a tendência de reduzir o nível de excitação a zero.

O conceito de pulsão de vida faz parte dos conceitos mais importantes da teoria da psicanálise, fazendo sentido quando compreendido dentro da concepção psicanalítica do aparelho psíquico. Além disso, embora possa parecer paradoxal, está intimamente relacionado com a pulsão de morte: na verdade, não há um momento em que ambos não estejam presentes.

Em suma, a pulsão de vida é aquela pulsão que nos convida e nos motiva a sobreviver. Um impulso dinâmico de autopreservação que está na base de muitos dos comportamentos que realizamos.


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  • Freud, S. (1976/1920). Más allá del principio del placer. Obras completasBuenos Aires: Amorrortu.


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