O que acontece em nossos neurônios durante o sono?

Dormir é essencial para a sobrevivência do nosso organismo e para o funcionamento do nosso cérebro. Então, o que acontece nos neurônios enquanto dormimos? Vamos descobrir.
O que acontece em nossos neurônios durante o sono?
Andrés Navarro Romance

Escrito e verificado por o psicólogo Andrés Navarro Romance.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

Quando dormimos mal, geralmente nos sentimos cansados, exaustos e mentalmente mais lentos… Descansar de forma inadequada pode ter consequências graves para a nossa saúde física e psicológica. É por isso que dormir bem é fundamental, além de essencial para todo animal que tem um sistema nervoso. Afinal, o que acontece em nossos neurônios durante o sono?

A ciência mostrou, repetidas vezes, que dormir é uma função vital. De fato, a ausência prolongada de sono profundo e reparador pode ser letal.

Por outro lado, um estudo publicado na revista Nature Communications Sleep afirma que o sono aumenta a capacidade dos cromossomos de reduzir o dano genético que ocorre nos neurônios.

Além disso, entre outras coisas, oferece algumas explicações possíveis sobre o propósito do sono:

Mulher dormindo tranquilamente

A ação dos neurônios durante o sono

De acordo com o estudo, o dano que ocorre ao longo do dia no DNA das células do cérebro encontra o momento ótimo para a reparação durante o período de sono.

Assim, quando dormimos, a quantidade de dano genético em nossos neurônios se reduz e, por conseguinte, a possibilidade de um mau funcionamento celular diminui.

Também é importante notar que o dano genético acumulado ao longo de períodos extensos de tempo pode levar ao aparecimento de doenças neurodegenerativas e outras desordens neurológicas. Por isso é tão importante cuidar da qualidade do nosso sono com o objetivo de torná-lo profundo e reparador.

A um nível molecular, como foi verificado por meio de técnicas de neuroimagem, os cromossomos das células nervosas mostram uma capacidade de compactação e descompactação de DNA substancialmente maior em um estado de repouso do que durante a vigília, na qual estão em plena atividade.

No entanto, essa peculiar dinâmica de reparação de material genético é dependente do momento do dia e, em particular, dos ritmos circadianos, essencialmente observados em neurônios.

Outros tipos de células, pertencentes a outros componentes anatômicos, parecem não mostrar diferenças tão marcantes na eficácia do reparo.

A partir do exposto, seria possível concluir que o sono, enquanto estado fisiológico que propicia a reparação do dano celular, é mais eficaz nos neurônios do que em relação a outros sistemas do corpo.

Assim, a partir de uma perspectiva evolutiva, podemos dizer que o homem precisava de uma estratégia para manter os neurônios saudáveis ​​e foi o sono, com suas características e mecanismos peculiares, o processo ideal erguido para este fim.

“Se é bom viver, é ainda melhor sonhar e, o melhor de tudo, acordar.”
-Antonio Machado-

Ligações entre neurônios

Por outro lado, a partir das descobertas do estudo, descobriu-se também que esse mecanismo de reparação de danos pode agir em direções opostas.

Na realidade, o próprio fenômeno de acumulação de erros nas sequências de genes de DNA pode, em si, promover o começo dos mecanismos de reparação genética através da indução do sono no indivíduo.

Alguns dos fatores que podem causar danos às cadeias de nucleótidos que compõem o DNA dos neurônios, bem como a atividade cerebral em si, são o estresse oxidativo, as radiações e o consumo de substâncias.

Assim, a realidade clínica de que a grave privação do sono pode levar à morte – algo conhecido há séculos no campo médico – poderia ser baseada nos defeitos de reparação genética que envolvem a privação do sono.

Como podemos ver, não há dúvida, portanto, de que os ciclos de sono e vigília devem ser respeitados o máximo possível para a manutenção da boa saúde cerebral e cognitiva. Afinal, dormir bem é viver bem.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.