O rancor, um espinho no coração

O rancor, um espinho no coração

Última atualização: 24 abril, 2016

Sentir rancor envolve um sentimento de raiva significativo e constante que não se dissipa. Todos nós já vivemos isso em algum momento da vida. Muitas vezes esse sentimento pode se transformar em um desejo de vingança e tornar-se obsessivo. Neste caso, precisamos parar, refletir e, se necessário, procurar ajuda profissional.

Em alguns casos, o motivo desse conflito pode ser algo irrelevante; para muitos outros, no entanto, uma pequena afronta representa uma agressão de grande dimensão. Em ambos os casos, o gatilho que dispara o sentimento é o mesmo. As lembranças fazem disparar as mesmas emoções que sentimos no momento dos acontecimentos negativos. Cada vez que um gatilho externo nos relembra esses acontecimentos, sofremos muito.

“Quando odiamos alguém, odiamos na sua imagem algo que está dentro de nós”.

-Herman Hesse-

Se a pessoa que sente rancor foi objeto de uma grande agressão, pode sofrer muito mais do que o próprio agressor, pois enquanto a primeira guarda uma mágoa profunda, o segundo pode sentir-se tranquilo e livre de toda culpa.

Diante do rancor e do ressentimento, cabeça fria e boa vontade

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Uma das maiores dificuldades do rancor tem a ver com a falta de expressividade. Muitas vezes a pessoa que nos feriu não percebeu que nos prejudicou e mesmo assim aumentamos a ferida com um rancor, obviamente, inútil.

Para acabar com o rancor é necessário saber perdoar e dialogar. Um perdão que seja produto do entendimento e da compreensão dos defeitos ou deficiências do outro. Perdoar sem consentir novas agressões. Quando você perdoa um ressentimento, está se libertando e abrindo espaço para emoções positivas.

Parar de pensar no que aconteceu e seguir em frente nos ajuda a curar nossos corações. Esta cura resulta da razão, do bom coração e da sabedoria que acumulamos ao longo da vida.

Tudo deve ser analisado detalhadamente: por que isso aconteceu, até que ponto sou responsável ou não por esse problema, qual a responsabilidade do outro nessa situação. Observe se existe alguma solução, mesmo que seja parcial, para melhorar um pouco a situação e tomar as decisões adequadas de forma sensata, objetiva e imparcial. Não é fácil, mas vale a pena.

Quando sentimos rancor, é importante desabafar, de acordo com o nossa personalidade e o tamanho da agressão. Não devemos simplesmente permanecer em silêncio, pois isto pode ocasionar depressão ou agressividade.

Não tome decisões de “cabeça quente”

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Quando os fatos são recentes e ainda estamos muito afetados pela situação é difícil ser objetivo, sensato e justo. É como apagar um incêndio com gasolina. Nesse caso, é melhor se acalmar antes de tomar qualquer decisão. A vida continua; “amanhã o sol nascerá novamente” e mais problemas aparecerão. A vida é um constante “cair e levantar”.

Não se prenda ao passado e nem fique questionando o porquê dos fatos. O que passou, passou e temos que seguir em frente. Assumir a posição de vítima não ajuda a solucionar o problema, refaça o que puder ou recomece do zero.

O desejo de soltar esse ressentimento será fundamental. Dependendo da forma como resolvermos essa situação, podemos crescer como pessoas, estagnar e até mesmo retroceder. Aprender ou não é uma decisão pessoal; é muito melhor aprender por vontade própria do que ser obrigado pelas circunstâncias.

Não fuja das situações, mas entenda e assuma

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É importante aprender com as experiências. Se agirmos corretamente, uma ofensa recebida, em vez de representar uma desgraça, com o tempo se tornará uma base sólida para enfrentar a vida: o esforço para superar o rancor é um grande investimento em nós mesmos.

No entanto, se depois de algumas tentativas a pessoa ainda insistir em magoá-lo, o melhor é se afastar. Talvez não sejamos a pessoa certa para mostrar-lhe que essa forma de agir não levará a lugar nenhum.

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Não adianta ficar discutindo com as pessoas, porque isso só aumenta o sofrimento. Onde existe muito ódio e rancor, o ambiente pode tornar-se problemático e até mesmo perigoso; pode desencadear uma escalada de agressividade com consequências negativas imprevisíveis.


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