As 5 regras do bem-estar, de acordo com o budismo tibetano

Os budistas insistem na ideia de que você só pode ser feliz se tiver paz interior, e de que você só pode ter paz interior se aplicar algumas regras simples de bem-estar. 
As 5 regras do bem-estar, de acordo com o budismo tibetano
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 17 março, 2021

O budismo tibetano é uma filosofia pacifista na qual a felicidade humana ocupa um lugar central. No entanto, ao contrário dos ocidentais, os budistas não acreditam que a felicidade seja um estado de realização ou excitação. Seria o oposto. Para que haja felicidade, primeiro deve haver paz interior. E para isso, as cinco regras do bem-estar devem ser seguidas.

Os budistas criaram as regras do bem-estar com base no que chamam de “os venenos da vida”. Isso envolve todos aqueles sentimentos e situações que tomam conta do ser humano, o invadem e nunca o deixam ficar em paz. Esses venenos são o ódio, a angústia, o orgulho, o egoísmo e o inconformismo.

As cinco regras do bem-estar visam expulsar esses cinco venenos da vida Enquanto estiverem dentro de nós, como faria um veneno, eles nos intoxicam com emoções que nos ferem e vão contra nós mesmos. Portanto, se quisermos ter paz interior, devemos observar essas regras. São as seguintes.

Alegre-se, porque cada lugar está aqui e todo momento é agora.”
-Buda-

As 5 regras do bem-estar que precisamos aplicar em nossas vidas

1. Liberte o coração do ódio

O ódio  é um sentimento complexo e profundo. É composto por raiva, rejeição, ressentimento e aversão, entre outros. Por isso, é também um sentimento muito invasivo, que acaba impregnando nossa maneira de ver o mundo. Você não pode ficar bem enquanto abrigar ódio no seu coração.

Portanto, uma das cinco regras budistas do bem-estar é libertar o coração do ódio. Obviamente, é mais fácil falar do que fazer. Para conseguir isso, você precisa de uma forte dose de empatia.

Trata-se de olhar para quem odiamos a partir de um ponto de vista compassivo, tentando entender suas deficiências e limitações. Isso nos permite perdoar e parar de odiar.

Liberte o coração do ódio   

2. Liberte a mente das preocupações

As preocupações são uma antecipação ansiosa do futuro. Em outras palavras, a expectativa de que algo desagradável acontecerá e nos causará dor, angústia ou alguma forma de desconforto. Esta não é uma perspectiva racional. Se fosse, simplesmente buscaríamos os meios para evitar o risco iminente.

A melhor maneira de libertar a mente das preocupações é nos colocarmos no presente. Em vez de pensar no que pode acontecer, devemos antes nos dedicar a tornar o momento presente o melhor possível. Isso não apenas alivia a angústia, mas também nutre um sentimento de autocontrole.

3. Liberte o espírito do orgulho

Um dos aspectos mais paradoxais  do orgulho é que ele torna muito vulneráveis ​​aqueles que são vítimas dele. Isso acontece porque aqueles que se sentem superiores aos outros são mais propensos a se chicotear por qualquer erro que cometerem. Também são facilmente dominados pela lisonja ou artificialmente humilhados pelas críticas.

Levar-se muito a sério só provoca desconforto. Isso pode ser evitado se formos humildes o suficiente para compreender que não vamos conseguir aprender tudo que queremos e nem alcançar todas as metas que traçarmos para nós. Sem orgulho, a vida é mais leve.

4. Aprender a dar, uma das regras do bem-estar

Os budistas insistem que uma das regras do bem-estar é aprender a agir generosamente. Essa virtude é típica de quem confia em si mesmo e deseja que o sofrimento não esteja em sua vida nem na das pessoas ao seu redor. O generoso enriquece qualquer ambiente em que está.

Dar é uma forma de poder pessoal. Quem se dá de coração se sente mais forte fazendo isso. Expande o seu ser e é um gerador de bem-estar. Isso é o que você vai colher no final das contas: bem-estar para você e para aqueles ao seu redor.

Aprender a dar, uma das regras do bem-estar

5. Aceitar mais e esperar menos

Uma das regras mais importantes do bem-estar, segundo o budismo tibetano, é aprender a aceitar cada uma das experiências que nos são apresentadas. Cada pessoa e cada situação que surge em nossas vidas traz consigo um presente. O que acontece é que nem sempre conseguimos identificá-lo.

Se, ao invés de negar ou rejeitar o que nos acontece, nos colocarmos em uma atitude de aprendizagem, nosso bem-estar aumentará. O melhor de tudo é que realmente teremos a capacidade de reverter os eventos negativos, transformando-os em uma fonte de crescimento.

As regras do bem-estar de acordo com o budismo tibetano são um catálogo de vida. Às vezes complicamos a existência sem necessidade. Essas regras nos lembram de que, no fundo, trata-se apenas de viver com simplicidade, humildade e uma boa atitude para com nós mesmos e os outros.


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  • Loy, D. (2004). El gran despertar: una teoría social budista. Editorial Kairós.

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