René Descartes: biografia do pai da filosofia moderna
A biografia de René Descartes mostra que ele não é apenas o pai da filosofia moderna, mas também foi o pensador mais influente do racionalismo. Assim como outros gênios, tinha múltiplos interesses.
Por isso, aventurou-se em diferentes áreas, como a matemática, a geometria, a moral, a filosofia, e até mesmo a arte. Seu principal valor foi ter enfrentado a filosofia escolástica, predominante em sua época e repleta de preconceitos.
Atualmente, persiste um debate em relação à autenticidade de suas ideias. Segundo alguns autores, existe uma coincidência extrema entre o que René Descartes propôs e a obra de Gómez Pereira, um humanista espanhol do século XVI.
Além disso, as teses em relação ao método são notoriamente similares às de Francisco Sánchez, apelidado de “O cético”.
“Liberte-se de todas as impressões dos sentidos e da imaginação, e confie apenas na razão”.
-René Descartes-
Por essas coincidências e outras em relação à obra de Agostinho de Hipona e Avicena, ele foi acusado de plágio. O debate persiste na atualidade, e há evidências suficientes para indicar que uma parte da obra de Descartes é muito similar à de seus antecessores.
No entanto, o filósofo francês também trouxe contribuições que podem ser consideradas plenamente autênticas.
Os primeiros anos da biografia de René Descartes
René Descartes nasceu em Touraine (França) em 31 de maio de 1596. Seu pai era conselheiro no parlamento de Bretanha e sua mãe morreu logo depois que ele completou um ano.
Desde então, Descartes ficou sob os cuidados de sua avó e de uma ama-de-leite, com quem sempre manteve um vínculo estreito. Assim foram os primeiros anos de sua vida.
Seu pai começou a chamá-lo de “pequeno filósofo” porque ele fazia perguntas sobre tudo. Teve uma saúde frágil durante a infância. Aos 11 anos, começou a estudar em um colégio de jesuítas e se destacou como um aluno esperto e muito profundo. Tinha especial facilidade para matemática e física.
Aos 18 anos, começou a estudar medicina e direito na Universidade de Poitiers, na França. Quando tinha 22 anos, mudou-se para a Holanda e criou um profundo vínculo com esse país, que durou até a sua morte.
René Descartes foi um viajante incansável e essa faceta começou a se manifestar com esse primeiro grande deslocamento.
Pesquisador e criador
Entre 1618 e 1648, René Descartes teve sua fase intelectual mais fecunda como pesquisador e criador. Em várias oportunidades, mencionou que tinha sonhos premonitórios ou reveladores, os quais interpretava como mensagens dos céus.
Considerava que tais mensagens o preparavam para ser o autor de uma importante obra intelectual. Depois desses sonhos, em uma oportunidade, estabeleceu as bases da geometria analítica. Em outra ocasião, a ideia da teoria de Euler sobre os poliedros.
Rapidamente, ele se tornou uma referência para os intelectuais da época. Sua casa na França se transformou em um ponto de reunião para cientistas e filósofos.
Não há muitas informações sobre sua vida pessoal. Sabe-se que duelou por uma mulher em 1628, enquanto que, por outro lado, há algumas alusões à sua suposta homossexualidade.
O ponto culminante de seu trabalho foi a publicação de Discurso do Método, em 1637. Ele o chamou de discurso e não tratado porque temeu ser objeto da ira dos escolásticos e acabar tendo a mesma sorte de Copérnico e Galileu.
Esse temor também o levou a viver na Holanda, uma sociedade mais aberta e tolerante do que a francesa.
A morte de René Descartes
A morte de René Descartes também foi objeto de polêmica. Oficialmente, ele faleceu por causa de uma pneumonia que contraiu em Estocolmo, após ter sido convidado pela rainha Cristina da Suécia ao seu palácio.
Essa foi a teoria mais aceita até que, em 1980, o especialista alemão Eike Pies levantou uma nova hipótese. Segundo ele, Descartes teria sido assassinado com arsênico.
Posteriormente, Theodor Ebert, outro especialista no tema, ratificou a mesma hipótese. Segundo suas pesquisas, Descartes era visto como um herege. Suas ideias racionalistas eram vistas com receio pela Igreja e pelos escolásticos.
Dar à razão um papel fundamental na estrutura humana não era de bom tom. Por isso, aparentemente, o confessor da rainha Cristina deu a ele uma hóstia envenenada com arsênico.
Ao conhecer a biografia de René Descartes, podemos perceber que ele marcou um antes e um depois na história da filosofia e do pensamento ocidental. Suas contribuições foram decisivas para o método indutivo, assim como na matemática e na física.
O “Penso, logo existo” marcou uma nova maneira de ver o ser humano e a realidade. Com esse grande filósofo, teve início um novo capítulo para a humanidade.
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