Sintomas do transtorno depressivo persistente

Não é uma simples tristeza, cansaço ou mal-estar. A distimia e os sintomas do transtorno depressivo persistente podem durar anos e, sem o diagnóstico e o tratamento adequados, podem levar à depressão maior.
Sintomas do transtorno depressivo persistente
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 29 julho, 2022

Os sintomas do transtorno depressivo persistente, ou distimia, indicam que estamos lidando com mais do que apenas tristeza crônica. Em muitos casos, essa condição clínica é o prelúdio da depressão maior. Porém, o mais difícil é que uma pessoa pode passar meses e até anos arrastando essa tristeza sufocante sem saber a origem, mas tendo a sua qualidade de vida muito prejudicada.

Se as pessoas com distimia fizerem uma ressonância magnética, poderão ver algo muito impressionante. O cérebro de pacientes com depressão – geralmente em um estado emocional negativo – funciona de forma muito diferente daqueles que não sofrem com isso. Há um desequilíbrio; as áreas encarregadas de regular o pensamento, o sono, o apetite e até a tomada de decisões têm dificuldade de se comunicar e trabalham mais devagar.

Essas realidades psicológicas não são apreciadas externamente. O transtorno depressivo persistente não deixa marcas, não dá febre e nem mesmo nos incapacita completamente para ir trabalhar ou socializar; no entanto, ele está lá. A vida dói e se torna lenta, difícil e sombria quando a distimia convive com o paciente como um copiloto permanente que, aos poucos, vai assumindo o controle de qualquer situação.

Portanto, sabendo disso, é vital aprendermos a reconhecer os sintomas. Abordar essa condição precocemente evita que ela se agrave, pois, como os dados clínicos revelam, o risco de levar à depressão maior é de 50%.

“Eu caminho devagar, mas nunca caminho para trás.”
-Abraham Lincoln-

Sintomas do transtorno depressivo persistente

Quais são os sintomas do transtorno depressivo persistente (distimia)?

Na última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), a distimia, ou transtorno distímico, recebeu um novo rótulo: transtorno depressivo persistente. Esta designação descreve uma entidade clínica que, sem ser tão grave quanto a depressão maior, caracteriza-se sobretudo por ser persistente, por ter uma duração que varia entre 6 meses e dois anos.

Estudos, como os realizados na Universidade da Califórnia pelos médicos CT  Hoepner e M.  Zetin , mostram que considerá-la uma depressão menor ou leve seria um erro. Portanto,  enquanto a depressão maior tem sintomas intensos ou limitantes, a distimia tem características menos debilitantes, mas crônicas.  Ou seja, são incômodos, arrependimentos e um cansaço que se repete dia após dia, mês após mês, até que o espírito do paciente seja profundamente abalado.

Portanto, não é um transtorno menor. Por outro lado, é surpreendente que ocorra a seguinte realidade: a distimia,  em muitos casos, tem um fator genético  e afeta mais as mulheres. Às vezes, há quem diga que se sentir assim é uma extensão dos sentimentos que predominaram na infância.

Mulher com depressão

Sintomas do transtorno depressivo persistente (distimia)

Apesar de os sintomas da depressão serem replicados de forma diferente dependendo da pessoa a quem afeta, deve-se notar que geralmente há padrões comuns que suportam os critérios diagnósticos mais importantes. São fatos, pinceladas sutis, sensações e estados emocionais que, sem serem graves ou incapacitantes pela sua intensidade, acabam sendo pela sua persistência.

Assim, a pessoa pode não se sentir incapaz de trabalhar, socializar ou realizar atividades de lazer. Essas tarefas são realizadas “por obrigação”, mas sem sentir motivação ou prazer genuíno em realizá-las. Vejamos mais sintomas do transtorno depressivo persistente abaixo:

  • Distúrbios alimentares: podemos ter pouca fome ou comer excessivamente.
  • Dormir pouco ou ficar com sono na maior parte do dia.
  • Falta de energia, fadiga constante.
  • Problemas para se concentrar e tomar decisões.
  • Baixa motivação.
  • Mimetismo social: podemos nos limitar a fazer o mesmo que os outros, rir quando os outros riem, assistir a eventos, acompanhar conversas com aparente interesse… Porém, tudo isso nada mais é do que uma camuflagem, porque, por dentro, não há nenhum interesse ou apelo.
  • Desânimo, arrependimento e negatividade.
  • Momentos em que predomina o mau humor.
  • A distimia nos torna muito críticos de nós mesmos, e a baixa autoestima permeia quase tudo…

Esses sintomas devem estar presentes por pelo menos dois anos.

Qual é o tratamento para a distimia?

Uma vez identificados os sintomas do transtorno depressivo persistente, é essencial procurar ajuda profissional. Um fato que devemos levar em consideração é que, embora se diga que seu aparecimento é mais comum em mulheres, é grande a possibilidade de os homens ainda relutarem em pedir ajuda.

Essa condição não desaparece por conta própria. Não é uma desaceleração temporária, não é um momento ruim. É como um vírus que se instala e permanece formando estados muito debilitantes. Portanto, a estratégia terapêutica mais comum é dupla.

  • Em alguns casos, a via farmacológica será necessária. Entre os tratamentos mais comuns estão os seguintes:
  • Em segundo lugar, a terapia psicológica é necessária em todos os casos, sendo a terapia cognitivo-comportamental a mais eficaz.
  • Outras abordagens também serão úteis, como grupos de apoio, psicoterapia, mindfulness, intervenções para melhorar a qualidade do sono, alimentação, relacionamento social…

Estrada ao entardecer

Para finalizar, cada pessoa se beneficiará de um tipo específico de tratamento. De uma forma ou de outra, o transtorno depressivo persistente pode ser tratado e o prognóstico costuma ser bom. Não devemos hesitar em pedir ajuda: existem pequenas ações que podem abrir o caminho para o bem-estar que merecemos.


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