Um suspiro é o ar que nos resta quando sentimos falta de alguém

Um suspiro é o ar que nos resta quando sentimos falta de alguém

Última atualização: 25 outubro, 2016

Dizem que um suspiro é o ar que resta quando sentimos falta daquela pessoa. É uma prática diária que parece nos permitir desabafar a dor do sofrimento, como quem deixa escapar o peso da alma tentando encontrar um alívio, um consolo fugaz quando a dor se torna muito grande.

Contudo… os suspiros realmente são a catarse fisiológica dos nossos problemas emocionais? Apenas em parte. As pessoas suspiram quando se sentem estressadas, frustradas ou quando a tristeza as oprime com o seu véu suave. É nesse momento que o nosso subconsciente, quase que num ato de reflexo, parece buscar esse botão de reinício para nos oxigenar, para nos deixar livres momentaneamente da dor.

Portanto, poderíamos admitir que as pessoas praticam esse ato biológico como um simples desabafo emocional. No entanto, nem sempre é assim, na verdade, se as pessoas não suspirassem, morreriam. Porque um suspiro é um tipo de respiração muito concreta que praticamos durante o dia inteiro e de forma involuntária.

Em cada punhado de ar que deixamos escapar de forma sonora, reiniciamos o ciclo da vida. É algo tão curioso e bonito que queremos compartilhar com você.

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O suspiro involuntário, a respiração vital

Existem suspiros voluntários e suspiros involuntários. Esses últimos na verdade configuram todo um suporte que é vital para a saúde e o funcionamento dos nossos pulmões. A maneira como essa reação funciona e se arquiteta em nosso organismo obedece a uma sequência fascinante de passos que vale a pena conhecer.

Segundo um trabalho realizado na Escola de Medicina da Universidade de Stanford (Estados Unidos), nosso cérebro “escolhe” qual tipo de respiração precisamos em determinado momento. Contudo, quem executa essa delicada tarefa são dois tipos de neurônios localizados no tronco cerebral, e que os cientistas convenientemente denominaram “botões dos suspiros”.

Esse dado é muito curioso: existem momentos em que nossos alvéolos entram em colapso. Quando isso acontece, a capacidade dos nossos pulmões para trocar oxigênio por dióxido de carbono fica seriamente comprometida. A solução? É então que os “botões dos suspiros” entram em ação, dando a ordem de suspirar para poder abrir os alvéolos, permitindo assim que entre o dobro do volume convencional de ar de uma respiração normal.

É um mecanismo de sobrevivência que executamos sem perceber por volta de doze vezes por hora. Sem dúvida, é incrível e maravilhoso.

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Os suspiros emocionais, aquilo que nos falta

Karl Teigen é um famoso cientista da Universidade de Psicologia de Oslo, premiado precisamente pelos seus estudos sobre os chamados “suspiros emocionais”. Ao longo de 2010 executou diversas pesquisas onde pode demonstrar o seguinte:

  • As pessoas são muito receptivas aos suspiros alheios. Nos identificamos quase no mesmo instante com alguém que deixa escapar um suspiro profundo.
  • No entanto, e isso é interessante, essa “conexão” é tão intensa porque associamos geralmente esse ato a uma dor emocional.
  • Os suspiros voluntários são interpretados pelo nosso cérebro como um desabafo diante de uma frustração, decepção, sofrimento, derrota, por alguém que sentimos saudades ou por algum desejo. Por isso que quase no mesmo momento perguntamos “o que está acontecendo, o que você está pensando, o que o preocupa?”

As pessoas se identificam mais diante da dor alheia do que com os instantes de felicidade. É um mecanismo instintivo e sutil que desde sempre ajudou a nossa espécie a sobreviver como um grupo social. Porque saber ler necessidades é vital para poder dar apoio.

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Suspirar para renovar-se fisicamente e mentalmente

Já sabemos que os suspiros são essenciais para manter o ciclo vital dos nossos pulmões. Uma conexão íntima e perfeita entre nosso cérebro e o sistema respiratório. Contudo, segundo um trabalho realizado pela Universidade de Leuven, se ao longo do dia buscarmos vários momentos para relaxar e simplesmente suspirar, notaríamos grandes benefícios.

Esse dado não é novo, nem estranho. A ciência da respiração lenta e profunda abrange muitas técnicas de relaxamento, de ioga e exercícios relacionados com o Mindfulness. Segundo os autores desse trabalho, seria interessante que colocássemos em prática o seguinte:

  • Buscar um lugar tranquilo para descansar mentalmente.
  • Sentar com as costas retas.
  • Levar o peito à frente e descansar as nossas mãos sobre o nosso colo.
  • Puxar o ar profundamente pelo nariz por 4 segundos. Retê-lo mais quatro segundos e, em seguida, lançar um longo e sonoro suspiro de 7 segundos.

Esse exercício simples, além de favorecer o relaxamento, nos permite estar mais presentes, melhora nossas capacidades cognitivas e elimina o desagradável ruído mental. Por isso, e como podemos ver, um suspiro inclui fascinantes dimensões que definem o que somos, como funcionamos, o que sentimos e até como interagimos com o nosso entorno. Não hesite em suspirar todos os dias e a cada momento para reiniciar o maravilhoso ciclo da vida e da felicidade.

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