Diferenças entre a tomografia axial computadorizada e a ressonância magnética

Diferenças entre a tomografia axial computadorizada e a ressonância magnética
Sara Clemente

Escrito e verificado por psicóloga e jornalista Sara Clemente.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

A neuropsicologia é o ramo especializado da psicologia responsável pelo estudo do funcionamento cerebral e de sua relação com o comportamento humano. Ou seja, busca correlações entre as funções cerebrais e o comportamento. Para isso, utiliza métodos diferentes, como a tomografia axial computadorizada, mais conhecida pela sigla TAC e pela ressonância magnética (RM).

São dois dos exames de neuroimagem mais usados ​​atualmente, pelos resultados que fornecem e por sua acessibilidade e facilidade de uso. Mas, sabemos realmente quais são suas semelhanças e diferenças? Para que são usados? Nós explicaremos a seguir!

Semelhanças entre os dois exames

A TAC e a ressonância magnética (RM) são utilizados ​​para localizar, quantificar e descrever com precisão as estruturas do corpo que foram afetadas por uma lesão. Além disso, permitem quantificar as lesões logo após a ocorrência e saber o volume de tecido envolvido.

Um de seus pontos fortes é sua resolução espacial, excelente do ponto de vista macroscópico (TAC de 1mm e RM de 0,5mm). Em termos microscópicos, a resolução é mais modesta.

Análise do cérebro humano

Por outro lado, e embora não em todos os casos, para realizar uma tomografia axial computadorizada ou uma ressonância magnética, recomenda-se fazer jejum de 4 ou 6 horas antes. Além disso, se a pessoa tem claustrofobia ou tendência a se sentir sobrecarregada em lugares fechados, o recomendável é que o paciente consulte seu médico para procurar soluções, como a aplicação de anestesia.

Principais diferenças entre a tomografia axial computadorizada e a ressonância magnética

Tomografia axial computadorizada (TAC)

A TAC foi a primeira técnica de neuroimagem disponível no mercado, desde que foi colocada à venda em 1972. Esta data marcou um antes e um depois na neuropsicologia, pois até então praticamente só técnicas post-mortem estavam disponíveis.

A TAC é um tipo de scanner em forma de tubo que pode girar entre 180 e 360 graus em torno da área que se deseja examinar. O dispositivo emite raios X simultaneamente e de diferentes ângulos. Seu objetivo é detectar as partes do corpo que absorvem de maneira anormal esses raios X.

Esses detectores são sensíveis às variações de densidade do tecido mole em 1% (contra 10-15% das radiografias convencionais). Após essa emissão e captura das variações de densidade, um computador reúne o resultado em uma série de imagens. Estas são axiais e perpendiculares ao eixo céfalocaudal (cabeça-pés). As áreas hipodensas aparecem em escuro (por exemplo, o líquido cefalorraquidiano e a gordura), enquanto as áreas hiperdensas, como os ossos ou as hemorragias, possuem uma tonalidade mais clara.

Ao contrário da luz, os raios X penetram no corpo. Esta é uma grande vantagem na hora de observar as estruturas internas do organismo. Portanto, a tomografia axial é uma técnica muito útil para detectar tumores, edema ou infartos cerebrais, e para localizar lesões ósseas e internas, doenças intestinais como diverticulite e apendicite, ou para visualizar o fígado, o baço, o pâncreas e os rins.

Exame de ressonância magnética

Ressonância Magnética (RM) ou Ressonância Magnética Nuclear (RMN)

Por sua vez, a RM é a técnica que permite um maior contraste entre tecidos moles, ou seja, aqueles que não são compostos de ossos, como músculos, ligamentos, meniscos, tendões… Sua descoberta em 1946 melhorou significativamente a visualização anatômica, em especial a diferença entre a substância cinzenta e branca do cérebro.

Uma das maiores diferenças entre a TAC e a ressonância magnética é que esta última possui uma grande sensibilidade ao movimento dos fluidos. Isto permite obter angiografias (imagens dos vasos sanguíneos) sem utilizar substâncias de contraste. No entanto, a TAC é um exame mais rápido, mas tem uma resolução espacial pior do que a ressonância magnética.

Ao contrário da TAC, a RM permite obter imagens nos três planos do espaço (horizontal, coronal e sagital). Por sua vez, isto possibilita o uso de um atlas estereotáxico, para o qual é necessário dispor dessas 3 coordenadas espaciais. Assim, é possível identificar estruturas danificadas que não são evidentes a olho nu.

Ressonância magnética

Efeitos nocivos da TAC e da ressonância magnética

A ressonância magnética, como seu próprio nome indica, funciona através de um campo magnético e ondas de radiofrequência. Portanto, ao contrário da TAC, que emite raios X, a RM não emite radiação alguma. No entanto, o exame de RM pode ser algo desconfortável para o paciente. Pelo barulho desagradável proveniente da máquina e pela necessidade de permanecer imóvel durante o exame.

A RM, como a TAC, não pode ser realizada se o paciente possuir algum objeto metálico no corpo, já que pode interferir no teste. É contraindicado para pacientes com implantes cocleares (orelha), válvulas cardíacas, clipes vasculares, marca-passos ou bioestimuladores.

A RM também não produz iatrogenia, isto é, não causa danos à saúde do paciente, como pode ocorrer em uma operação na qual o cirurgião deve realizar uma abertura.

Como você pode ver, não há um exame melhor que o outro, mas mais ou menos adequado dependendo do propósito e do tipo de estrutura a se examinar. A TAC e a ressonância magnética são dois métodos não invasivos que evidenciam os grandes avanços da medicina. Avanços que repercutem nas descobertas realizadas em outros campos, como a psicologia.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.