Transtorno desafiador opositivo: sintomas, causas e tratamentos
O transtorno desafiador opositivo (TDO) é caracterizado por um padrão recorrente de comportamentos não cooperativos, desafiadores, negativos, irritantes e hostis em relação aos pais, colegas, professores e outras figuras de autoridade (1).
O DSM-5 (2) o agrupa sob o título de Transtornos Disruptivos, de controle de impulsos e de comportamento. Outros transtornos deste título são o Transtorno de Conduta Dissocial (TC), Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) e Transtorno da Personalidade Antissocial (TPA).
Embora a atitude desafiadora seja comum em crianças, em alguns casos ela pode evoluir para um distúrbio como este. O comportamento opositivo pode assumir diferentes formas. Pode acontecer que a menina ou o menino demonstrem uma extrema passividade (não obedecendo sistematicamente por ser passivo ou inativo).
Ao contrário, também podem usar verbalizações negativas, insultos, hostilidade ou resistência física com agressividade para com as figuras de autoridade, sejam elas os próprios pais, professores ou educadores (3).
Epidemiologia
A prevalência do TDO varia dependendo da natureza da população estudada e dos métodos de avaliação. As taxas de incidência do transtorno desafiador opositivo estão entre 2% e 16% (1). Este distúrbio pode aparecer a partir dos 3 anos de idade. No entanto, geralmente começa aos 8 anos de idade, sendo raro que comece após a adolescência.
O normal é que os sintomas negativos surjam no ambiente familiar. No entanto, com o tempo, podem ocorrer também em outros ambientes, como na escola, por exemplo. Esse transtorno afeta cerca de 2 a 16 crianças e adolescentes em cada 100, e é mais comum entre jovens de famílias de baixo nível socioeconômico.
Possíveis causas do transtorno desafiador opositivo
O comportamento de oposição pode ser normal e necessário no ciclo de vida. É necessário para assumir uma individualidade e estabelecer regras e controles internos (1). Os sintomas de oposição podem aparecer como uma reação a um evento importante da vida. Um acidente ou evento traumático são exemplos disso.
Além disso, também pode ser uma defesa contra sentimentos de incapacidade, incompetência, ansiedade, perda de autoestima ou tendências de submissão.
Teoria biológica-fisiológica
Uma vez que o comportamento agressivo pode estar relacionado a fatores bioquímicos e hormonais, acredita-se que estes possam desempenhar um papel importante no surgimento de comportamentos de oposição.
Teoria de aprendizagem
Essa teoria afirma que as características negativas do transtorno são atitudes que os jovens aprendem com as atitudes negativas usadas por pais e figuras de autoridade. Algumas delas são a punição, gritaria ou até mesmo bater nas crianças.
Não é que existam padrões familiares específicos de educação, mas descobriu-se que muitos pais de crianças ou adolescentes com esse transtorno estão exageradamente interessados no poder e no controle sobre os seus filhos.
Além disso, o ambiente familiar pode influenciar o aparecimento desses comportamentos. Irmãos teimosos, mães deprimidas e controladoras e pais passivo-agressivos foram observados em algumas famílias. Um exemplo deste último poderia ser um pai que ignora a educação de seus filhos, mas que, no entanto, critica qualquer intervenção da sua companheira.
Diagnóstico do transtorno desafiador opositivo
Para diagnosticar esse transtorno, é normal entrevistar os pais primeiro. Nessa conversa, o psicólogo poderá determinar como tem sido o comportamento da criança ou do adolescente ao longo do seu ciclo de vida.
Também serão necessárias uma conversa direta com o menor ou adolescente e uma avaliação dos professores da sua escola. Será pedido um histórico médico completo (incluindo histórico familiar, pessoal, patológico e de desenvolvimento), para saber se será necessário consultar outro especialista e quando encaminhar para outro nível de atenção (1).
Tratamento do transtorno desafiador opositivo
O tratamento para esse transtorno deve ser baseado na psicoterapia individual, familiar e de grupo. Além disso, envolve trabalhar tanto com a criança quanto com os pais.
Psicoterapia individual
O objetivo deste tipo de terapia deve ser aumentar a capacidade da criança de:
- Resolver os problemas.
- Colocar as suas habilidades de comunicação em prática.
- Controlar a sua raiva e os seus impulsos.
Terapia familiar
Além da psicoterapia individual, é fundamental levar em consideração a comunicação e a interação da família diante desses tipos de transtornos. Os pais ou responsáveis podem precisar da ajuda de um profissional para desenvolver algumas habilidades na educação das crianças ou adolescentes.
Em conclusão, podemos dizer que o transtorno desafiador opositivo não afeta exclusivamente a criança ou o adolescente. Também afeta a família, professores e colegas. A sua origem parece ser principalmente psicossocial e pode ter a ver com a educação que foi dada à criança ou adolescente. Esse transtorno deve ser tratado o mais rápido possível; caso contrário, pode evoluir para um problema maior de comportamento, como o transtorno de personalidade antissocial.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- 1. Vásquez, J., Feria, M., Palacios, L., & De la Peña, F. (2010). Guía clínica para el trastorno negativista desafiante. México: Instituto Nacional de Psiquiatría Ramón de la Fente Muñiz.(Serie: Guías clínicas para la atención en trastornos mentales).
- De Psiquiatria, A. A. (2013). Guía de consulta de los criterios diagnósticos del DSM 5. Arlington, VA, Asociación Americana de Psiquiatría, 28-33.
- Ruiz, A. B. R. (2014). Intervención cognitivo-conductual en un caso de trastorno negativista desafiante en una adolescente. Revista de Psicología Clínica con Niños y Adolescentes, 1(1), 89-100.