Truques para uma boa comunicação

Truques para uma boa comunicação
Alicia Escaño Hidalgo

Escrito e verificado por a psicóloga Alicia Escaño Hidalgo.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Quando falamos em comunicação, estamos nos referindo a todas as ações que têm como objetivo enviar uma mensagem para outras pessoas e que elas a recebam corretamente. Dito desta forma, parece ser algo tão simples que poderia parecer absurdo escrever um artigo sobre o assunto, mas, na verdade, a comunicação é mais difícil do que pensamos e requer certas habilidades e, acima de tudo, muita prática.

De fato, a maioria dos conflitos interpessoais que ocorrem têm origem na má comunicação. Por esta razão, é essencial aprender a desenvolver essa habilidade se quisermos ter relações sociais mais satisfatórias e de maior qualidade.

Aprender a se comunicar não é uma tarefa fácil. Na escola, ensinam de tudo, menos como nos comunicar de forma eficaz com os outros, e isso acaba resultando em problemas.

As pessoas às vezes são muito viscerais. Agimos de forma automática e isso faz com que, ao nos relacionarmos com os outros, acabemos fracassando. Quantas vezes nos arrependemos de ter dito algo infeliz para alguém que apreciamos? Quantas vezes poderíamos ter evitado um conflito se tivéssemos nos expressado melhor?

Por que a nossa comunicação é tão ruim?

Os especialistas dizem que haveria duas teorias principais para explicar por que a nossa comunicação geralmente não é adequada: a teoria do déficit e a teoria da motivação.

De acordo com a teoria do déficit, as pessoas não se dão bem totalmente porque ignoramos como isso deve ser feito. Ou seja, não temos a menor ideia do que fazer e de como devemos agir para termos boas relações com os outros. Conforme dissemos antes, geralmente nos ensinam a ler, escrever e resolver problemas, mas ninguém nos ensina a nos comunicar de forma eficaz ou a resolver problemas derivados precisamente dessa falta de eficácia…

Por que somos tão ruins em comunicação?

Por outro lado, encontraríamos a teoria da motivação, que diz que temos relacionamentos ruins porque não temos a motivação necessária para abordar as pessoas que enfrentamos.

Mas, se refletirmos um pouco mais sobre o assunto, poderíamos acrescentar ainda mais uma teoria: a da exigência. É claro que, quando brigamos com alguém e nos aborrecemos excessivamente, é porque estamos exigindo que a outra pessoa seja como queremos e não como ela realmente é. Assim, acontece que, como estratégia para fazer o outro mudar, nós o confrontamos, gritamos, oferecemos a nossa face mais hostil ou listamos efusivamente as ações desprezíveis que ele realiza.

Portanto, o primeiro passo, e também o mais importante, é perceber a realidade: as pessoas não vão mudar só porque nós queremos e não temos que exigir que ninguém seja do nosso agrado.

A mudança começa em você

O leitor se perguntará então quem tem que mudar. Na verdade, não é o outro, mas sim você mesmo. Todas as mudanças que queremos fazer em nossas vidas devem começar com a nossa própria vontade, com nossas próprias ações, ainda que pareça que o nosso ego se quebrará em mil pedaços. Isso deve ser desta forma porque somos as únicas pessoas sobre as quais temos o verdadeiro controle, ainda que às vezes isso seja complicado.

Esqueça-se da ideia de que você pode controlar o outro, de que você pode fazer algo para mudá-lo; você não pode. Porém, o que pode acontecer é que, ao mover as suas peças, o tabuleiro do jogo seja reestruturado; ou seja, quando você mudar, o outro pode começar a fazer as coisas de forma diferente. Mas ele não vai mudar de forma alguma só porque ficamos com raiva dele; isso só levantará uma barreira defensiva.

Temos que olhar para dentro de nós

Temos que olhar para dentro de nós mesmos e perceber como realizamos as nossas habilidades de comunicação, se elas são úteis ou se pioram os problemas, se precisamos modificá-las. Se você quiser mudar, seria muito conveniente manter à mão um diário para registrar a forma como você se comporta em situações sociais e, assim, poder analisar se o seu comportamento é ou não eficaz, tentando mudá-lo se não for.

Truques

Há alguns truques para uma boa comunicação, mas não se trata de algo mágico. Ou seja, é preciso estar disposto a se esforçar e começar a trabalhar para mudar. Nenhuma mudança acontece da noite para o dia. A seguir, vamos listar algumas técnicas de comunicação eficaz que vão ser muito úteis para melhorar as suas relações com os outros, para brigar menos e para que você possa se sentir melhor com as outras pessoas.

  • Técnica do desarme: trata-se de encontrar alguma verdade no que a outra pessoa está dizendo. Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que não há verdade absoluta e que ninguém está completamente certo sobre algo. Portanto, não há problema em deixar o ego de lado e reconhecer a verdade do outro. Dessa forma, teremos aberto a porta para a escuta da outra pessoa; ela se sentirá compreendida e relaxada e estará mais propensa a nos ouvir.
  • Empatia: basicamente, a ideia é se colocar no lugar do outro, sentir o que ele está sentindo sem ter que compartilhar da sua opinião. Para que a outra pessoa sinta a nossa empatia, precisamos resumir as palavras do outro e reconhecer os seus sentimentos, levando em consideração o que está nos dizendo.
Comunicar efetivamente
  • Perguntar: não somos adivinhos e, às vezes, há coisas que nos escapam, mas temos vergonha, preguiça ou medo de perguntar e esclarecer certas informações. É preciso perguntar para evitar um mal-entendido, para descobrir mais sobre o que o outro pensa ou sente. As perguntas devem ser feitas com gentileza e respeito.
  • “Sinto que”: nunca comece uma frase com “Você”, como em “você me deixa nervoso” ou “você é um idiota”, já que a única pessoa responsável pelo seu estado emocional é você mesmo e não o outro. Você se sente mal porque exige que o outro seja quem não é e isso é um absurdo. Portanto, seja responsável pelas suas emoções e afirme como você está se sentindo.
  • Carinho: sempre terminar o conflito com algo positivo e agradável para dizer à outra pessoa, mesmo que estejamos muito chateados. Isso provocará em nós uma imensa sensação de paz e o outro não ficará mais na defensiva.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.