Viver sem uma família

Viver sem uma família
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 09 janeiro, 2018

Existe um segmento da sociedade que enfrenta a realidade de viver sem uma família. Tudo parece indicar que este grupo tende a crescer no futuro. Trata-se de uma nova realidade familiar que aparece em todo o mundo.

As razões para que isso ocorra são muitas. Às vezes são filhos únicos que não formam uma família própria. Assim, chegam sozinhos aos seus anos de velhice. Às vezes as famílias simplesmente se dispersam e cada um vive a milhares de quilômetros de distâncias. Em outros casos, é a violência que obriga alguém a viver sem uma família. Também aparece nos casos de pessoas de idade avançada que são abandonas por seus parentes.

“O vínculo que une a sua autêntica família não é o de sangue, e sim o de respeito e de alegria mútua”.
– Richard Bach –

O inquietante está no fato de que até pouco tempo atrás, isso era uma realidade excepcional. Agora, por outro lado, sem chegar a ser maioria, é um fenômeno que afeta uma porcentagem significativa da população. Vem crescendo o número de pessoas que decidem não se casar e também é muito maior o número de famílias que têm apenas um filho.

Viver sem uma família nos torna mais vulneráveis

É verdade que muitas vezes a família é idealizada, e que este núcleo nunca é um espaço sem conflito. Assim como o relacionamento, a família também está cheia de contradições. É uma pequena sociedade humana e nela se agitam sentimentos nobres e paixões negativas ao mesmo tempo.

Homem chateado na praia

No entanto, o usual é que os vínculos que existem entre os membros de uma família sejam muito mais fortes do que os que são estabelecidos com pessoas externas. Popularmente diz-se que “o sangue é mais espesso que a água”. Inclusive entre quem não se entende bem, os laços de sangue impõem uma marca de compromisso com os parentes.

Por isso viver sem uma família dá lugar a um estado de maior vulnerabilidade. Com os demais membros da sociedade não existe este laço de sangue que costuma predominar nas situações limite. Nem por isso devemos esquecer que às vezes a família é a principal fonte de risco físico ou psicológico. No entanto, quem conta com uma família mais ou menos saudável está melhor protegido frente as inconstâncias da vida.

A solidão como escolha

Diz-se que cedo ou tarde todos teremos que enfrentar a solidão. Seja porque não existe quem procurar, ou mesmo porque os outros não têm a disposição ou a disponibilidade para nós. Isso é uma realidade que aparece com ou sem família. Todos teremos que nos preparar emocionalmente para ela.

Mulher em meio a plantação

É possível viver sem uma família e se sentir bem emocionalmente? A resposta é sim. O ser humano vem dotado de uma incrível capacidade de adaptação, que lhe permite sobreviver a todo tipo de circunstâncias. A única coisa que é realmente importante é que esta condição seja o fruto de uma escolha consciente. Seja porque alguém tenha optado por uma vida assim livremente, ou porque as circunstâncias tenham ocorrido dessa maneira e a pessoa está em capacidade de aceitá-las, sem alterar seu rumo.

Quando viver sem uma família não é uma condição escolhida, as coisas podem ser muito diferentes. Esta situação pode dar origem a um profundo sofrimento. Também causa medos, ansiedades, e eventualmente dá lugar a doenças físicas.

Pensar no futuro e fazer projetos 

Existe um ponto da vida no qual cada um deve identificar o quanto pode ser afetado pelo fato de viver sem uma família. Às vezes simplesmente deixamos o tempo passar, sem enfrentar cara a cara essa realidade. E em um dado momento, pode ser tarde.

Se reconhecemos que viver em companhia é muito importante, é necessário tomar as decisões e as ações para conseguir que assim seja. Isso não cai do céu. É uma realidade que deve ser construída, primeiro na mente e no coração, e depois na prática concreta. Existem muitas maneiras de construir uma família atualmente. Teríamos que embaralhar as opções e escolher a melhor para nós.

Mulher dançando em paisagem natural

Se, por outro lado, alguém identificar que este aspecto não é tão fundamental, é importante se preparar para assumir o custo dessa decisão, que também tem suas vantagens. Viver sem uma família não equivale a mergulhar na mais absoluta solidãoTambém existem caminhos para sentir que tudo e todos são nossa casa.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.