Você é tão forte e decidida que esquecem que você também sofre
Você é tão valente e decidida que às vezes esquecem que você também sofre, que tem sentimentos e que, como deveria ser óbvio, o negativo também afeta seu equilíbrio emocional. Que você também chora quando seu coração se dilacera e te rompe por dentro.
Precisamos alfabetizar nosso cérebro emocional
Há um tempo em uma conferência foi dita essa frase: “Precisamos alfabetizar nosso cérebro emocional”. Muitas das pessoas da platéia se mostraram inquietas sobre essa questão, em parte porque estavam ali porque intuíam que realmente é preciso abrir nossa mente e educar nossas emoções.
A questão a respeito disso é que devemos replantar nossas crenças caso assumir o medo, a tristeza ou a frustração seja para nós algo pouco saudável, como nos fizeram acreditar.
Assumimos que chorar é sinônimo de fraqueza e que, por isso, quem em algum momento tem algo dentro de si que se rompe não é um exemplo de força, liberdade e unidade. Não chorar, pelo contrário, supõe reprimir nossas emoções e sentimentos, não dar importância aos mesmos e usar uma máscara.
A toxicidade emocional surge, precisamente, da falta de compreensão para consigo mesmo. Isso é natural porque se pararmos para pensar todas as crianças de nossa sociedade cresceram ouvindo aquilo de “não chore, não foi nada”. Quantas vezes nós invalidamos nossos sentimentos dizendo para nós mesmos que deveríamos estar felizes?
Mas as lágrimas têm a sua função. Em respeito a isso, há um trecho precioso que convém ler e reler do livro “A chuva sabe o porquê”
-Deixe que se vão, Lúcia – disse a avó.
-Quem?
-As lágrimas! Às vezes, parece que são tantas que achamos que vamos nos afogar nelas, mas não é bem assim.
-Você acredita que um dia elas deixarão de cair?
-Claro! – respondeu a avó com um doce sorriso. As lágrimas não caem por um longo tempo; cumprem o seu trabalho e seguem o seu caminho.
-E qual é o seu trabalho?
-Elas são como a água, Lúcia. Limpam e clareiam como a chuva. Tudo fica mais claro depois da chuva…
Nossa mochila, o peso de nossa vida
Nossa mochila está carregada de pedras grandes e pequenas. É bom, no entanto, tirar de vez em quando o que levamos, selecionar o que queremos e o que não queremos, filtrando aquilo que nos faz bem e o aquilo que nos faz mal.
O que é extremamente pesado nos limita, nos aprisiona e nos impede de avançar. Ao contrário, aquilo que nos faz bem nos torna mais leves e rápidos. Não obstante, quando revisamos o conteúdo de nossas mochilas, também percebemos que há dentro de nós coisas que fomos nós mesmo que criamos e colocamos ali, ainda que inconscientemente.
Esse é o medo de experimentar, de mostrar-nos como realmente somos ou como nos sentimos, por isso sabotamos nossos sentimentos e evitamos reconhecer nossos sofrimentos. E então, veremos dentro de nossas mochilas a ideia de que “pedir ou precisar de ajuda é sinônimo de fraqueza e de incompetência”.
Que loucura! Que insanidade! Cada uma das vezes em que nos abrimos nos torna pessoas emocionalmente inteligentes, pessoas com recursos e habilidades sociais. Por isso, não deixe de mostrar suas emoções porque isso dá a todos nós uma lição de força, seja qual for sua idade e seja o que você tiver enfrentado em sua vida.