Você pode se apaixonar por um desconhecido
Nos apaixonamos de forma totalmente inconsciente e intuitiva. Não é necessário realizar operações matemáticas complexas, nem listar todos os argumentos contra ou a favor, para que alguém roube nosso coração.
Nossa intuição é treinada para não pensar muito sobre se gostamos ou não de determinada pessoa. Sabemos inconscientemente quando alguém nos atrai ou se podemos nos apaixonar por ele ou ela.
36 perguntas para se apaixonar
“Apaixonar-se é como saltar de um penhasco. O seu cérebro grita que não é uma boa ideia e que isso trará inevitavelmente dor e sofrimento, mas seu coração acredita que pode elevar-se, deslizar e voar”.
– Marie Coulson –
O psicólogo Arthur Aron, da Universidade de Nova Iorque, elaborou em 1997 um teste de 36 perguntas afirmando que podemos nos apaixonar por um desconhecido e criar intimidade em apenas 45 minutos.
O teste de Arthur Aron voltou a ser muito comentado em 09 de janeiro de 2015, quando Mandy Len Catron publicou um artigo no New York Times contando como havia se apaixonado com o teste de Aron.
Aron buscava criar intimidade entre desconhecidos e realizou um estudo com várias pessoas para tentar descobrir quais perguntas poderiam fazer com que nos apaixonássemos por um desconhecido.
Finalmente, Aron escolheu vários casais heterossexuais para responderem às perguntas e descobriu, que dessa forma, as pessoas criavam uma grande intimidade com seus parceiros. No final do teste, os casais se olhavam nos olhos por 4 minutos.
Por que nos apaixonamos por uma determinada pessoa?
Quando nos apaixonamos por uma pessoa ou por outra, agimos de acordo com a nossa intuição. Percebemos que gostamos dessa pessoa sem a necessidade de recorrer à lógica.
É uma sensação que nos faz ver claramente que gostamos dessa pessoa e não de outra. Essa intuição depende de dois fatores fundamentais: um psicológico e outro químico.
Nosso sistema de crenças é o fator psicológico que nos ajuda a escolher determinada pessoa. Geralmente, escolhemos pessoas com gostos parecidos e com a maneira de ver a vida semelhante à nossa. Às vezes, buscamos inconscientemente pessoas que se pareçam com nossos familiares ou amigos que admiramos muito.
Podemos nos apaixonar por alguém que está ao nosso redor, e isso depende muito do momento que estamos vivendo. Precisamos estar dispostos a nos apaixonar para que isto aconteça.
“O encontro entre duas pessoas é como o contato entre duas substâncias químicas: se houver alguma reação, ambas se transformam”.
– Carl Jung –
Mas a nossa atração por uma pessoa também é uma questão de química. A química do amor é composta por todos os processos hormonais e os neurotransmissores que são acionados quando duas pessoas entram em contato físico.
Helen Fisher, pesquisadora do Departamento de Antropologia da Universidade de Retgers, EUA, diz que os homens se apaixonam mais rápido do que as mulheres.
Fisher afirma, com base em suas pesquisas, que nos homens existe uma maior atividade cerebral em uma parte do cérebro relacionada aos estímulos visuais. É por isso que as mulheres tentam agradar os homens com a sua aparência.
No entanto, nas mulheres foi detectada uma maior atividade cerebral em três áreas do cérebro relacionadas à memória. Para saber se um homem pode ser um bom pai ou bom marido, uma mulher tem que se lembrar de como ele se comportou, o que disse, etc.
Por que podemos nos apaixonar por um desconhecido?
Aron criou o teste das 36 perguntas para provar que podia criar intimidade entre duas pessoas em 45 minutos.
Cada casal deve responder alternadamente todas as perguntas do teste, que estão divididas em três grupos e são cada vez mais íntimas. A fase final do teste inclui perguntas como:
– Quando foi a última vez que você chorou na frente de outra pessoa? E sozinho?
– Diga ao seu parceiro algo que você gosta nele ou nela.
– Compartilhe um problema pessoal e peça sugestões de como agir nesse caso. Pergunte ao seu parceiro como ele acha que você está se sentindo a respeito do problema relatado.
Essa experiência consiste em responder as perguntas e criar uma cumplicidade com a outra pessoa de forma gradual. As perguntas vão se tornando cada vez mais pessoais e vamos conhecendo a outra pessoa profundamente em pouco tempo.
Desse conhecimento íntimo e profundo, pode surgir a intimidade necessária para nos apaixonarmos.
Parece uma forma muito rápida de se apaixonar, mas este teste potencializa o aspecto concreto que faz com que nos conectemos com uma pessoa: a intimidade. E a intimidade pode nos levar ao amor.
“Minha estratégia é que, em um dia qualquer,
não sei como e nem com que pretexto,
mas que finalmente você precise de mim”.
– Mário Benedetti –