Zumbis digitais: seres que andam olhando o celular

Zumbis digitais: seres que andam olhando o celular
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 25 novembro, 2018

“Zumbis digitais” é o termo usado para denominar as pessoas que andam na rua olhando o celular. Prestar toda a nossa atenção ao celular pode envolver certos riscos, pois andamos enquanto estamos inconscientes do ambiente ao redor. Nesse sentido, podemos ser atropelados por algum veículo ao não prestar atenção nos semáforos ou trombar com outras pessoas na rua.

Aplicativos como Facebook, Whatsapp, Twitter e Instagram monopolizam a atenção de muitas pessoas enquanto andam pelas ruas. Isso, além de envolver riscos, também inclui o inconveniente de impedir que observemos o ambiente ao redor e as mudanças que nele ocorrem.

Os perigos dos “zumbis digitais” para os pedestres

Por mais que conheçamos as ruas da cidade em que vivemos, andar por elas requer uma certa atenção. As mudanças que ocorrem no ambiente em que estamos não costumam ser muito rápidas, mas são variações que demandam reações. Por isso, ser um “zumbi digital” pode representar um perigo para a nossa saúde.

Homem olhando o celular na rua

De fato, no começo do século XX, com o nascimento e a difusão dos automóveis, houve uma intensa campanha de conscientização para ressaltar os novos perigos para os pedestres mais distraídos. Esse tipo de pessoa foi chamado de “jaywalker. O termo faz referência a pessoas vindas das zonas rurais que chegavam às grandes cidades e ficavam impressionadas com os edifícios, os monumentos, os anúncios publicitários ou o intenso tráfego de pessoas.

Essa atenção dispersa, somada à falta de consciência que se tinha à época em relação ao comportamento e aos prejuízos que um automóvel poderia causar, aumentava muito o risco de acidentes. Voltando ao presente, hoje em dia temos uma nova forma de pedestres distraídos: os zumbis digitais.

As tentativas de avisar sobre os perigos de ser um “zumbi digital”

Várias campanhas foram lançadas para alertar os pedestres sobre os perigos de ser um “zumbi digital”. Por exemplo, em San Javier, uma cidade espanhola, foi colocada uma placa que alertava os pedestres no verão de 2013.

A curiosa placa dizia: “Atenção, pedestre. Preste atenção enquanto anda. Seu WhatsApp pode esperar”. Por outro lado, no centro de Londres, alguns semáforos e outros elementos do mobiliário urbano foram recobertos com um material mais macio para que os pedestres não se machucassem ao colidir com eles. Embora pareça estranho, são muitos os casos de pessoas que se envolvem nesses pequenos acidentes. Afinal, olhar fixamente para a tela do celular também limita nossa visão periférica.

Em Taiwan, chegou-se a discutir se os pedestres distraídos que estivessem olhando o celular enquanto atravessassem a rua deveriam ser multados. Essa medida, embora possa parecer rígida, poderia evitar acidentes. De fato, a proposta chegou até ao parlamento do país depois de várias pessoas terem sido atropeladas nessas condições.

Pessoa mexendo no celular na rua

Medidas tecnológicas contra os “zumbis digitais”

Hoje em dia, existem alguns aplicativos que tentam reduzir os riscos de ser um “zumbi digital”. Um exemplo interessante é o Transparent Screen, que utiliza a câmera do celular para simular um efeito de transparência na tela. Dessa forma, os pedestres podem enxergar a rua através da tela.

De fato, os responsáveis por algumas marcas planejam incorporar esse tipo de aplicativo em seus produtos. Essas soluções, embora possam ser engenhosas e relativamente efetivas, também podem ser uma medida contraproducente. Afinal, elas facilitam a prática de ser um “zumbi digital” e fazem com que as pessoas se sintam mais inclinadas a fazer isso.

A melhor solução é, naturalmente, que cada pessoa faça um esforço responsável para não utilizar o celular enquanto anda. Isso é o que realmente pode fazer com que os riscos diminuam. No caso de ter a necessidade de olhar o celular na rua, podemos parar alguns segundos para fazer isso com segurança e sem incomodar os outros pedestres.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.