Os 12 nervos cranianos e suas funções

Os nervos cranianos fazem parte da estrutura de comunicação mais importante do sistema nervoso. Nós falamos de pares porque eles são duplicados, e de cranianos porque começam ou terminam nessa estrutura.
Os 12 nervos cranianos e suas funções
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 18 maio, 2023

A complexidade do sistema nervoso é imensa. Suas múltiplas conexões fazem deste sistema um dos mais importantes em nosso corpo. Neste artigo vamos falar sobre várias das suas vias mais importantes: os nervos cranianos.

Os pares ou nervos cranianos emergem da base do crânio e chegam às suas áreas de destino através de orifícios distribuídos nele. Assim, eles se comunicam com áreas periféricas.

Seu nome se deve ao fato de que há um nervo em cada lado do cérebro. Então, há doze nervos no hemisfério direito e doze nervos no esquerdo.

Classificação dos nervos cranianos

Os nervos cranianos podem ser classificados de diferentes maneiras:

  • De acordo com sua função.
    • Nervos cranianos motores. Existem nervos cranianos relacionados aos movimentos oculares: três, quatro e cinco; e os nervos cranianos relacionados aos movimentos da língua e do pescoço: dez e doze.
    • Nervos cranianos sensoriais: um, dois e oito.
    • Nervos cranianos mistos: cinco, sete, nove e dez.
    • Nervos cranianos parassimpáticos: três e sete.
  • De acordo com a sua posição. São aqueles que estão acima do tronco encefálico (pares um e dois); aqueles que se encontram na parte superior do tronco encefálico (pares três e quatro); aqueles perto da ponte (pares cinco, seis, sete e oito); aqueles que estão na parte mais baixa da medula espinhal (pares nove, dez, onze e doze).

Segundo Bear, Connors e Paradiso, autores do livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso, os dois primeiros nervos cranianos fazem parte do sistema nervoso central e os outros são como os nervos espinhais, “no sentido de que contêm axônios do sistema nervoso periférico”, embora cada nervo tenha fibras que realizem funções variadas.

Figura com os nervos cranianos

Nervos cranianos e suas funções

Primeiro nervo craniano

Tipos de axônios: sensoriais especiais.

É o nervo craniano mais curto, já que sua área de destino está próxima da área da qual ele surge no cérebro. Também é chamado de nervo olfativo. Além disso, como o outro nome indica, é responsável por transportar informações nervosas relacionadas ao olfato.

Segundo nervo craniano

Tipos de axônios: sensoriais especiais.

Origina-se no diencéfalo. Como o anterior, tem fibras aferentes, ou seja, que transportam impulsos nervosos dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central. Sua função é transmitir informações visuais.

Terceiro nervo craniano

Tipos de axônios: motores somáticos e motores viscerais.

É chamado de duas outras formas: nervo oculomotor ou motor ocular comum. É responsável pelo movimento dos olhos e pálpebras. Além disso, rege o controle parassimpático do tamanho das pupilas.

Quarto nervo craniano

Tipos de axônios: motores somáticos.

O quarto par se origina no mesencéfalo. É chamado de nervo troclear e nervo patético. Também cuida do movimento dos olhos. Especificamente, envia sinais para o músculo oblíquo superior do olho.

Quinto nervo craniano

Tipos de axônios: somáticos sensoriais e somáticos motores.

Conhecido como nervo trigêmeo. Possui funções motoras e sensoriais. A nível motor, envia ordens para os músculos responsáveis ​​pela mastigação, e a nível sensorial, coleta informações táteis, de dor e proprioceptivas da boca e do rosto.

Sexto nervo craniano

Tipos de axônios: motores somáticos.

É chamado nervo abducente. É responsável pelos movimentos abdutores do olho, ou seja, aquele que faz com que o olho se mova em direção ao lado oposto do nariz. Incrível!

Sétimo nervo craniano

Tipos de axônios: somáticos sensoriais e somáticos motores.

Também conhecido como par facial. É responsável pelos movimentos dos músculos da expressão facial. Além disso, pelo sentido do paladar nos dois terços anteriores da língua. Também envia ordens para as glândulas lacrimais e salivares.

Oitavo nervo craniano

Tipos de axônio: sensorial especial.

É o nervo vestibulococlear. Cuida do sentido da audição e do equilíbrio. Portanto, recebe informações sobre o que ouvimos e a posição em que nos encontramos.

Nono nervo craniano

Tipos de axônios: motores somáticos, motores viscerais, sensitivos sensoriais e viscerais especiais.

Chamado de nervo glossofaríngeo. É um nervo misto, e a partir do seu nome poderíamos deduzir algumas de suas funções. Veremos quais são:

  • Movimento dos músculos da garganta.
  • Controle parassimpático das glândulas salivares.
  • Detecção de alterações na pressão arterial na aorta.
  • Sentido do paladar, no terço posterior da língua.
Dor no pescoço

Décimo nervo craniano

Tipos de axônios: motores viscerais.

É chamado de nervo vago. É responsável pelo controle parassimpático do coração, pulmões e órgãos abdominais, bem como a sensação de dor visceral, do movimento dos músculos da garganta, e recebe informações do paladar.

Décimo primeiro nervo craniano

Tipos de axônios: motores somáticos.

É chamado de nervo espinhal acessório. Ele lida com os movimentos dos músculos da garganta e pescoço.

Décimo segundo nervo craniano

Tipos de axônios: motores somáticos.

Chamado de hipoglosso. Participa da ação de engolir. Além disso, é responsável pelo movimento da língua, trabalhando em conjunto com os nervos nove e dez. Graças a este par, a deglutição é realizada de forma otimizada.

Qualquer dano aos nervos cranianos pode significar um problema para a nossa sobrevivência ou para o funcionamento do nosso corpo. Acima de tudo, podemos evidenciar distúrbios neurológicos.

Esperamos que, graças a esta jornada, tenha sido possível conhecer um pouco melhor essa parte essencial do nosso corpo.


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  • Bear, M. F. Connors, B. W., PAradiso, M.A. Nuin, X.U., Guillén, X.V & Sol Jaquotor, M.J. (2008). Neurociencias la exploración del cerebro. Wolters Kluwer/Lippicott Williams & Wikins.
  • Kandel, E. R., Schwartz, J. H., & Jessel, T.M. (2001). Principios de neurociencia. Madrid: McGrawHill Interamericana.

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