3 tipos de estratégias de aprendizagem

3 tipos de estratégias de aprendizagem
Alejandro Sanfeliciano

Escrito e verificado por o psicólogo Alejandro Sanfeliciano.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A aprendizagem significativa depende tanto do processo de ensinamento quanto da maneira como esse ensinamento é processado por quem está aprendendo. Os psicólogos educacionais se preocupam consideravelmente com ambos os aspectos e desenvolveram teorias para otimizá-los. Neste artigo vamos falar do segundo aspecto: as estratégias de aprendizagem.

O objetivo principal das estratégias de aprendizagem é conseguir fazer com que os alunos se transformem em aprendizes mais eficazes. A exploração e a pesquisa nesse campo nos proporcionaram diferentes maneiras de alcançar esse objetivo. As três estratégias de aprendizagem mais famosas são as mnemotécnicas, as estruturais e as generativas.

Tipos de estratégias de aprendizagem

1. Estratégias mnemotécnicas

Esse tipo de estratégia de aprendizagem ajuda os estudantes a memorizar conteúdos como fatos ou termos específicos. Por exemplo, são úteis na hora de se lembrar de nomes de capitais, datas importantes, vocabulários de um idioma, etc. Quando é necessário memorizar dados sem significado, as estratégias mnemotécnicas nos oferecem um meio para estabelecer algum grau de significação.

A validade dessas técnicas foi amplamente reconhecida, razão pela qual vêm sendo utilizadas há muito tempo. O psicólogo Paivio explicou que essas técnicas funcionam devido a três razões:

  • Codificação dual. Muitas dessas estratégias envolvem o emprego de códigos não verbais (imagens) junto a códigos verbais (palavras). O que significa que o mesmo conteúdo está codificado de duas maneiras diferentes. Segundo os princípios conexionistas isso facilitaria o acesso à informação.
  • Organização. Outra maneira de funcionamento desse tipo de estratégia é criar um contexto coerente no qual encaixar a informação. Isso permite ter a informação relacionada, em vez de fragmentada. Por exemplo, é mais fácil se lembrar de uma lista de palavras se formarmos uma frase com elas.
  • Associação. A formação de relações intensas entre elementos também é uma opção para a aprendizagem significativa. As associações intensas ajudam, pois quando se vê um dos elementos o outro rapidamente também vem à mente.
Mulher pensando

Um exemplo de estratégia mnemotécnica é o método da palavra-chave. Esse método é muito útil na hora de aprender vocabulário conflitivo em um idioma estrangeiro. Consiste em uma vinculação fonética e icônica, para uma explicação detalhada.

2. Estratégias estruturais

As estratégias estruturais estimulam a aprendizagem ativa ao incentivar os alunos a selecionar mentalmente elementos relevantes da informação e relacioná-los entre si em uma estrutura. Nesse método encontramos as técnicas de elaboração de mapas conceituais, diagramas de fluxo ou esquemas.

Obviamente, não é suficiente que o professor diga ao aluno que ele deve fazer esquemas e resumos. Tais ferramentas somente serão úteis se o estudante souber como utilizá-los. Por isso, é interessante e produtivo que os professores também ensinem os alunos sobre a elaboração dessas ferramentas. O aspecto mais difícil dessa formação é ensinar a identificar os aspectos mais relevantes ou significativos de um texto ou de uma exposição.

O efeito que essas técnicas têm na aprendizagem aparece rapidamente. Quando organizamos o material em pequenas ideias muito relacionadas entre si, é mais fácil acessá-lo. E também, ao criar associações intensas entre essas ideias, será mais fácil acessar o resto das informações na nossa memória.

A pesquisa nos mostra que aqueles alunos que utilizam essas técnicas aumentam seu rendimento consideravelmente. Além disso, ajudam a formalizar uma compreensão autêntica dos conteúdos, em vez de uma aprendizagem memorizada e superficial. Por isso é interessante incluir essas estratégias de aprendizagem nas aulas.

3. Estratégias generativas

Com as estratégias anteriores, analisamos formas de ajudar os alunos a se lembrar de fatos específicos e a organizá-los em estruturas. Ou seja, são técnicas para lidar com informações novas que devem ser aprendidas. Mas outro aspecto importante da aprendizagem é a integração dos conteúdos novos com os conhecimentos prévios. E é aqui que entram as estratégias generativas.

E. Z. Rothkopf denominou as atividades nas quais o aluno produz conhecimento como “atividades matemagênicas”. Alguns exemplos dessas atividades são: tomar nota, sublinhar, criar e responder perguntas ou repetir em voz alta. Esse tipo de atividade ajuda na compreensão profunda graças ao fato de que força os alunos a integrarem o conhecimento.

Pessoa estudando com uma xícara de café

Muitos psicólogos entendem a aprendizagem ativa como a criação, por parte do aluno, das relações entre as ideias. Por essa razão, as estratégias generativas são uma ótima ferramenta para conseguir despertar esse tipo de aprendizagem nos alunos. Ensinar os alunos sobre como tomar notas ou como fazer perguntas a si mesmos facilita bastante a compreensão profunda e a integração dos conhecimentos adquiridos.

Como vemos, ao longo deste artigo vimos e exploramos diferentes estratégias de aprendizagem com grande potencial e utilidade nas aulas. A pesquisa científica da instrução e da educação nos ajuda a obter essa aprendizagem ativa e profunda que buscamos nos alunos. Seria um grande erro não seguir as diretrizes e as evidências que a psicologia educacional nos proporciona.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.