A Teoria Z da Liderança de William Ouchi

A Teoria Z baseia-se no estilo de liderança japonês em que o humanismo e a confiança dos trabalhadores com seus superiores são aspectos decisivos. De acordo com o professor William Ouchi, bons relacionamentos são fundamentais para a produtividade.
A Teoria Z da Liderança de William Ouchi
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

A teoria Z de liderança foi cunhada na década de 1980, coincidindo com o boom econômico de muitas empresas asiáticas. Foi o professor William Ouchi, um nipo-americano, que desenvolveu essa teoria com uma ideia muito específica. Quis enfatizar a necessidade de criar uma nova cultura empresarial na qual o colaborador se sinta realizado na própria organização.

Essa realização pessoal sempre partiu de boas relações entre os próprios trabalhadores e os chefes. Isso significava, basicamente, criar outro tipo de filosofia em que os gestores fossem participantes da dinâmica de trabalho. Trabalhar com os mesmos objetivos e desenvolver mecanismos adequados de treinamento e promoção seriam alguns desses elementos definidores.

Hoje sabemos que empresas como IBM, Procter & Gamble e Hewlett-Packard são organizações Z. As políticas que as definem são muito diferentes do resto do mercado empresarial. São ambientes de trabalho em que os colaboradores se sentem integrados, motivados e evidenciam ligações muito positivas entre toda a equipe humana que compõe estas organizações.

A Teoria Z promove o trabalho em equipe, a confiança e a tomada de decisão coletiva. Dessa forma, a empresa aumentará sua produtividade e os funcionários se sentirão mais satisfeitos e motivados.

Grupo simbolizando a teoria Z de liderança
Na teoria Z, o líder deve conhecer e se adaptar a cada funcionário individualmente. Entender que nem todas as pessoas são iguais é uma prioridade.

O que é a teoria Z da liderança?

A primeira coisa que pode chamar a atenção para a teoria Z de liderança é a letra que a designa. Tem uma explicação. Foi em 1983 que o professor William Ouchi publicou um estudo comparativo das práticas de gestão americanas e japonesas. Ele queria ir um pouco além das contribuições feitas pelo empresário Douglas McGregor na década de 1940.

McGregor, chave na gestão de recursos humanos, cunhou as teorias X e Y para definir os dois tipos mais comuns de organização. Na Teoria X assume-se que o empregado é pessimista e mostra uma aversão inata ao trabalho. Por outro lado, a teoria Y considera o trabalhador como o ativo mais importante da empresa.

Pois bem, William Ouchi estabeleceu a Teoria Z para enfatizar a ideia de que a qualidade de uma empresa é definida pelo seu humanismo no tratamento do funcionário. Um bom líder deve promover empregos permanentes e uma filosofia que garanta o bem-estar e a motivação do trabalhador. E isso requer cuidar e trabalhar uma série de aspectos muito específicos. Iremos analisá-los.

A chave para o sucesso da chave do método japonês, segundo o professor Ouchi, era a relação que existia entre chefes e empregados.

Decisões coletivas

Na medida do possível, é necessário envolver todas as figuras de uma organização na tomada de decisões relevantes. Nesse caso, a clássica empresa vertical em que o gerente e os diretores estão no topo do poder, muda. Mecanismos de comunicação são estabelecidos para que boa parte das ações e mudanças sejam pactuadas.

Formação contínua

A empresa se encarrega de fornecer treinamento contínuo a todos (funcionários e gerentes incluídos) com o objetivo de aprimorar o talento inato de cada figura. Este mecanismo de formação constante é um elemento prioritário.

Emprego estável e de longo prazo

Outro fator da Teoria Z é que todo colaborador tem a percepção e segurança de que seu trabalho é decisivo para os objetivos do negócio. Isso implica que seu contrato deve ser fixado. Esta é a única maneira de desenvolver um compromisso autêntico com a própria organização.

Rotação de trabalho

Este elemento é muito interessante e prático. A teoria Z de liderança estabelece que cada trabalhador deve ter a oportunidade de descobrir e ser treinado em todas as tarefas da empresa. Dessa forma, você tem uma consciência mais ampla de como esse ambiente de trabalho funciona. Além disso, habilidades valiosas são adquiridas.

As rotações de trabalho são uma variável muito comum nesse tipo de filosofia.

A importância da conciliação

Já na década de 1980, o professor William Ouchi destacou a relevância de lidar com a conciliação familiar e profissional. A empresa tem a obrigação de facilitar medidas e estratégias para que cada colaborador possa atender às suas necessidades particulares. Ajustar horários, oferecer licenças e atender a cada particularidade é essencial.

O colaborador deve sentir-se ligado ao ambiente e aos propósitos da empresa, sentir-se incluído e altamente motivado. Só assim você poderá dar sentido à sua existência através deste trabalho.

Confiança interpessoal

Nós apontamos isso no início. Um pilar essencial da teoria Z de liderança é promover a convivência, o respeito e a confiança entre todos os membros de um ambiente de trabalho. O humanismo é entendido como aquela capacidade de criar relações saudáveis e harmoniosas.

No entanto, William Ouchi insistiu na necessidade dessas ligações irem além do meramente formal. Por isso, propôs a organização de dinâmicas fora do horário de trabalho, como eventos esportivos e de lazer, etc.

Teoria Z de liderança e a necessidade de conhecer cada funcionário

O bom líder deve saber se comunicar com cada trabalhador. Não é apenas necessário saber seus nomes, se deve entender como é cada pessoa, descobrir sua história, suas necessidades e frustrações. Ao entrar em contato com o universo pessoal de cada colaborador, é possível não apenas melhorar sua situação, mas também descobrir quais deficiências a empresa possui e potencializar seu comprometimento com ela.

Chefes e funcionários devem estar comprometidos e motivados para atingir os mesmos objetivos.

Uma teoria inspiradora

A Teoria Z de William Ouchi procurou formar uma força de trabalho altamente engajada e leal à empresa. Insistiu que, se fossem criadas as condições e a filosofia empresarial adequadas, o trabalhador sempre daria o melhor de si e permaneceria naquela organização por toda a vida.

Pois bem, como podemos supor, esses preceitos são difíceis de cumprir e desenvolver no século XXI. Em um mercado de trabalho tão fluido e instável, não é fácil para um funcionário se comprometer com uma empresa com corpo, talento e alma. Assim, e embora na prática esta abordagem nem sempre seja cumprida, a teoria é apreciada e inspiradora.

De fato, existem empresas norte-americanas que seguem essa tendência e estão bem posicionadas no mercado. Talvez precisemos reformular muitas políticas e mentalidades.


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  • Ouchi, William (1981) Teoria Z. como pueden las empresas hacer frente al desafío japonés. Alianza
  • Ouchi, William (2009) The Secret of TSL: The Revolutionary Discovery That Raises School Performance. ‎ Simon & Schuster
  • Ouchi, William & Price, Raymond. (1993). Hierarchies, clans, and Theory Z: A new perspective on organization development.. Organizational Dynamics. 21. 25-44. 10.1016/0090-2616(78)90036-0.

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