O nome de Abraham Maslow é um dos mais importantes na história da Psicologia. Ele é considerado o pai da chamada “Psicologia Humanista”, uma corrente que podemos situar em um ponto intermediário entre a psicanálise e o behaviorismo, e que teve uma grande influência no desenvolvimento da psicologia.
Abraham Maslow era filho de imigrantes judeus, nasceu no Brooklin, Nova Iorque (EUA.), no dia 1 de abril de 1908. Sua infância não foi nada fácil, pois ele foi vítima de discriminação em várias ocasiões. Talvez tenha sido isso que motivou o seu interesse pelo que acontece na nossa mente sob determinadas circunstâncias.
O próprio Maslow disse, em várias oportunidades, que não foi uma criança feliz. Sua dificuldade para ser aceito estimulou a sua curiosidade. Ele fez da biblioteca a sua segunda casa. Ali, mergulhado entre os livros, começou a cultivar uma inteligência aguda, que sempre o manteve entre os melhores estudantes.
“Um músico deve fazer música, um artista deve pintar, um poeta deve escrever. O que um homem pode ser, ele deve ser”. -Abraham Maslow –
A formação de Abraham Maslow
Em princípio, Abraham Maslow acreditou que a sua paixão eram as leis. Por isso, começou a estudar Direito, mas logo percebeu que a sua verdadeira fascinação estava na Psicologia. Por isso, decidiu ir embora de Nova Iorque e começou a estudar na Universidade de Wisconsin.
Sua vida mudou para sempre durante essa etapa. Casou-se com uma prima mais velha e conheceu quem se transformaria no seu primeiro mentor: Harry Harlow. Juntos, eles começaram a realizar os primeiros estudos sobre os primatas. Chamava-lhe particularmente a atenção o comportamento sexual e as relações de poder nos grupos de animais.
Mais adiante, voltou à Nova Iorque. Trabalhou como professor na Universidade de Columbia. Ali, ele conheceu Edward Thorndike e Alfred Adler. Este último, muito próximo a Sigmund Freud, se transformou no seu segundo mentor.
Depois, Maslow trabalhou como professor no Brooklyn College, da Universidade de Nova Iorque. Foi uma época especialmente prolífica. Ali, ele conheceu Erich Fromm e a Karen Horney, duas eminências da Psicologia que enriqueceram enormemente a sua visão.
As revolucionárias teorias de Maslow
Abraham Maslow foi, sobretudo, um grande observador e um pesquisador apaixonado. Muito além da compreensão do comportamento humano, se motivava pela ideia de encontrar os meios para ajudar os outros a dar passos para a sua realização. Já em sua tese de graduação, ele havia apresentado uma teoria inicial que chamou de “Hierarquia de Necessidades de Maslow”.
Com o tempo, essa hierarquia inicial se transformou no que, logo, ficou conhecido como a “Pirâmide das Necessidades de Maslow”. Nela, se condensam os principais eixos da sua teoria. Ele propõe a existência de um conjunto de necessidades comuns a todos os seres humanos. Tais necessidades partem da satisfação do que é mais básico, até chegar ao mais abstrato.
Desse modo, Maslow propõe que na base da sua pirâmide devem estar as necessidades fisiológicas. Depois, sucessivamente e, em forma ascendente, as necessidades de segurança, a aceitação social, a autoestima e, finalmente, a autorrealização.
A importância de Maslow na Psicologia
Como costuma acontecer, no princípio as teorias de Maslow não tiveram uma boa acolhida. Alguns psicólogos da época, especialmente os da corrente behaviorista, as classificavam como pouco rigorosas em termos científicos. Pensavam que elas tinham mais de Humanismo do que de Psicologia, no sentido estrito.
A corrente psicanalítica também não via essas teorias com bons olhos, porque as suas explicações se afastavam dos postulados básicos de Freud. No entanto, o próprio Maslow deu crédito ao psicanalista de Viena, apesar de indicar que a sua doutrina era insuficiente para entender o comportamento humano. Na sua opinião, Freud havia estudado só aquilo que pertencia ao comportamento neurótico e, portanto, isso deveria ser complementado com o estudo do comportamento saudável.
Apesar das resistências, pouco a pouco a teoria de Abraham Maslow começou a chamar a atenção dos psicólogos do seu tempo. A ideia de que os seres humanos tinham necessidades estruturadas e de que o nosso bem-estar está condicionado por como nós hierarquizamos/priorizamos a satisfação destas necessidades também começou a seduzir os intelectuais de outras disciplinas, como a Sociologia, a Antropologia e o Marketing, entre outras.
Foi assim que, em 1967, a American Humanist Association o nomeou o Humanista do Ano. Maslow nunca deixou de ser professor, mas, em seus últimos anos, só exercia como docente de forma ocasional.
Seu tempo era absorvido por outro de seus projetos que, infelizmente, não pôde concluir. Morreu em 1970 e, a partir de seus postulados, foram assentadas as bases para o que se converteria formalmente na corrente humanista.
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