Admiro as pessoas nobres que não se acham mais do que ninguém

Admiro as pessoas nobres que não se acham mais do que ninguém
Raquel Aldana

Escrito e verificado por a psicóloga Raquel Aldana.

Última atualização: 14 dezembro, 2021

Todos gostamos das pessoas nobres e humildes, que não se acham mais do que ninguém, que promovem a importância de conhecer as suas próprias limitações através das suas ações e que não fazem alarde desnecessário de virtudes e bondades.

As pessoas nobres fogem da humildade falsa e afetada, do “eu faço muito melhor”, do orgulho narcisista e do egoísmo desmedido. Acontece que a soberba daquelas pessoas com ar de superioridade é tão insuportável quanto desprezível.

Mesmo assim, como veremos a seguir, falar muito e presumir em demasia costuma ser o reflexo de algum tipo de carência, vazio ou descontentamento com a própria vida. Ou seja, o que normalmente expressamos com aquilo de “muito barulho e pouco resultado”.

Pessoas nobres que praticam a bondade

Uma lição de humildade das pessoas nobres

“Eu caminhava com meu pai quando ele se deteve em uma curva e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

– Além da cantoria dos pássaros, você ouve mais alguma coisa?

Agucei os meus ouvidos e alguns segundos depois lhe respondi: “Estou ouvindo o barulho de uma carreta”. – É isso. Disse o meu pai. É uma carreta vazia.

Perguntei ao meu pai: Como você sabe que é uma carreta vazia, se ainda não a vimos?” Então o meu pai respondeu:

– É muito fácil saber quando uma carreta está vazia, pelo barulho. Quanto mais vazia a carreta, maior o barulho que faz.”

Transformei-me em adulto e agora, quando vejo uma pessoa falando demais, interrompendo a conversa de todos, sendo inoportuna ou violenta, se sentindo poderosa e desprezando as pessoas, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: “Quanto mais vazia a carreta, maior o barulho que faz”.

A humildade consiste em calar as nossas virtudes e permitir aos outros descobri-las. Ninguém está mais vazio do que aquele que está cheio de si mesmo.

Pessoas nobres que praticam a bondade

Diga como você se exibe e lhe direi qual é o seu vazio

As pessoas completas são as melhores porque não têm necessidade de competir ou de ter razão. Também não precisam aparentar ou mentir, pois o que são aparece nas suas atitudes, na sua moderação e no seu saber estar.

Por isso a humildade tem como base o respeito pelos outros e a amabilidade. Esse é o pano de fundo dos olhares sinceros, autores destes sentimentos que nascem do coração.

Mas há pessoas que, infelizmente, estão tão vazias que a sua carreta faz muito barulho. Este tipo de gente não faz mais que se exibir e se vangloriar, não contempla a realidade emocional alheia e precisa demonstrar o seu valor através de palavras ocas e portas entreabertas.

Este vazio desolador é consequência de uma baixa autoestima, da ausência de possibilidades e de uma educação emocional pobre. Por isso sempre é preciso e importante trabalhar os nossos vazios, carências e capacidades.

Pessoas nobres que praticam a bondade

Contudo, quando conseguimos algo muito importante para nós, é normal e comum mostrar orgulho. Mas do orgulho pelo esforço e o objetivo alcançado à altivez e à arrogância há uma boa distância.

Neste sentido, para ser humilde com as nossas conquistas e êxitos é preciso ter clareza sobre duas premissas que constituem a base da bondade e da nobreza:

  • Não é preciso exibir as suas conquistas, é suficiente esperar que sigam o seu exemplo. A verdadeira conquista está em se aprimorar a si mesmo e aos outros.
  • Não é preciso exigir da vida o que lhe falta, é preciso agradecer pelo que ela lhe deu.

Nada do que possamos alcançar nos faz dignos de louvor, nem de nos acharmos superiores aos outros. Só a bondade e a humildade nos ajudam a nos elevarmos e se constituirão como suportes da nossa felicidade no caminho.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.