Aileen Wuornos, a caçadora de homens

Aileen Wuornos era uma serial killer americana que roubava suas vítimas, todos homens, a quem ela acabou matando com uma arma. Lembrada por seu caráter hostil, taciturno e intimidador, ela seria executada por injeção letal em 2002.

Aileen Wournos se tornou a serial killer mais famosa dos Estados Unidos. A fama foi, sem dúvida, merecida.

Ela nunca demonstrou arrependimento pelos assassinatos que havia cometido, alegando legítima defesa. A realidade é que a vida de Aileen nunca foi fácil desde seu nascimento.

Infância e adolescência

Aileen Carol Wuornos nasceu em 29 de fevereiro de 1956 em Rochester (Michigan, Estados Unidos), como Aileen Carol Pittman, seu nome verdadeiro.

Sua mãe Diane a abandonou seis meses após o parto e seu pai Leo foi preso por abuso infantil. Aileen, sua irmã Laurie e o irmão Keith foram morar com os avós, Lauri e Britta Wuornos, que adotaram os pequenos em 1960.

Uma infância horrível

Sua amiga de longa data, Dawn Botkins, diria em um documentário posterior que viu Aileen sendo severamente espancada por seu avô, mesmo sabendo que havia testemunhas. Além disso, havia rumores de que ela era a filha biológica de seu avô, que se dizia abusar dela e de sua mãe também.

Discussões, brigas e espancamentos eram uma constante naquela família. Um dos muitos episódios deixaria vestígios em sua pele por toda a vida: sua avó queimou sua pele com um líquido inflamável.

Quando ela tinha nove anos, Aileen Wuornos começou a se prostituir. Aos quatorze anos, ela deu à luz um bebê que seria dado para adoção e, após ser expulsa de sua casa, foi morar na floresta.

A esperança de uma vida melhor

Algum tempo depois, Aileen empreenderia uma etapa de viagens pelo país em busca de trabalho. Finalmente, ela acabaria exercendo a prostituição. A pequena Aileen havia se tornado uma mulher, mas era selvagem, sem educação e com um caráter violento que intimidava.

Ela se casou com o presidente do iate clube Lewis Gratz Fell, de quem se divorciou logo depois. Suas entradas e saídas da prisão seriam contínuas por furto de veículos, resistência à autoridade, obstrução da justiça, ameaças com arma de fogo, e um longo etcétera.

Finalmente, ela começaria um relacionamento com Tyria Moore, uma mulher que conheceu em um bar gay da região e por quem se apaixonaria. O casal empreenderia uma série de aventuras criminosas usando nomes falsos.

A  mulher-aranha

Aileen Wuornos foi batizada pelas autoridades como a mulher-aranha, por causa de sua aversão aos homens e seu gosto por usar roupas de couro preto.

Seu melhor amigo era uma pistola calibre 22, que ela alegou que carregava para proteção, mas usada para outro propósito quando um dia ela puxou o gatilho e não pode voltar atrás.

Semeando cadáveres

Tudo começou quando sua vida se encontrou com a de Richard Mallory, um caminhoneiro de 51 anos que passava horas dirigindo pela estrada e que havia sido acusado de agressão sexual. Segundo a versão de Aileen, aquele encontro não foi como os anteriores com outros de seus clientes, e ela acusou Richard Mallory de agredi-la sexualmente por via anal.

Aileen atirou três vezes no peito dele com a pistola, depois envolveu seu corpo em um tapete e o abandonou. Ela não deixou nenhuma pista, motivo pelo qual a investigação também não foi longe.

Um ano depois, os restos mortais de David Spears, 43, assassinado com seis disparos, foram encontrados. Enquanto se fazia a identificação, apenas cinco dias depois, foi encontrado um terceiro corpo com nove impactos; especificamente, a de Charles Carskaddon, de 40 anos.

Em relação ao quarto corpo, identificado como Peter Siems, de 65 anos, várias testemunhas afirmaram que ele havia colocado duas mulheres que estavam pedindo carona em seu carro. As impressões digitais de Aileen Wuornos seriam encontradas na maçaneta da porta.

Dois retratos de Aileen Wuornos e Tyria Moore foram divulgados. Também ajudaria na prisão subsequente o fato de que ambas estivessem vendendo vários objetos de valor pertencentes às vítimas em diferentes casas de penhores.

Uma serial killer

Mais corpos apareceriam. Tudo pararia quando, após ser preso, Tyria apontou Aileen Wuornos como a única autora dos assassinatos. Dessa forma, descobriram o paradeiro de Aileen, que estava bêbada dentro de um carro.

A realidade é que Aileen Wuornos se tornou uma serial killer. Ela não se arrependeu, como detalhou no documentário Aileen Wuornos: The selling of a Serial Killer (1992), a respeito de um dos assassinatos: “Ele mereceu, tenho pena dos parentes dele, mas o que fiz foi me defender “.

Durante o interrogatório, ela admitiu ter assassinado sete homens e desculpou-se por tê-lo feito em legítima defesa.

Em 1992, ela compareceu perante o tribunal e, em 30 de junho do mesmo ano, foi condenada à morte pelo comprovado assassinato de três homens.

Pena

Durante seu tempo na prisão, ela concederia várias entrevistas polêmicas. Às vezes, sua história pode nos dar a sensação de ser uma história ficcional; no entanto, é terrivelmente real. O que resta de Aileen Wuornos são todas as suas declarações onde a verdade e a mentira provavelmente se misturam.

Há quem, longe de defender suas ações, aponte que talvez Aileen tenha sido vítima de um passado disfuncional e horrível, e a raiva acumulada a levou a agir da pior maneira. A realidade é que Aileen Wuornos encontrou seu fim às 9h45 do dia 9 de outubro de 2002, executada por injeção letal aos 46 anos, após 12 anos no corredor da morte na Flórida.

Se existe um filme relacionado à vida de um assassino ou serial killer, esse foi Monster (2003), marcado pela ótima atuação de Charlize Theron, vencedora do Oscar de melhor atriz por esse filme. Baseado na história real de Aileen Wournos, sem dúvidas é um longa-metragem altamente recomendado.