O Alzheimer e o uso de aplicativos móveis

Existem muitos tipos de terapias não medicamentosas, mas será que os aplicativos móveis podem fazer parte desse grupo?
O Alzheimer e o uso de aplicativos móveis
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Escrito por Elena García

Última atualização: 08 novembro, 2022

Os aplicativos móveis se tornaram um elemento cotidiano que usamos (ou tentamos usar) para melhorar a nossa qualidade de vida. Como o uso desses aplicativos apresenta essa qualidade potencial, eles também poderiam ser utilizados para realizar intervenções em demências, especificamente no caso do Alzheimer.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela presença de comprometimento cognitivo e comportamental de início insidioso e curso progressivo. O seu início geralmente ocorre na idade adulta, principalmente na velhice (Valls-Pedret, Molinuevo e Rami, 2010).

A progressão da doença tem seu correlato na perda de autonomia e independência das pessoas que dela sofrem. Isso, consequentemente, costuma provocar uma diminuição na qualidade de vida, tanto para o paciente quanto para a família.

Como não existe um tratamento 100% eficaz para esse tipo de demência, o mais adequado é iniciar um tratamento combinado de terapia farmacológica e terapia não farmacológica. As TICs estão enquadradas na terapia não farmacológica.

Podemos definir as TICs como recursos, ferramentas e programas que são utilizados para processar, gerir e partilhar informação através de vários suportes tecnológicos (computadores, celulares, tablets…) (Rodríguez, S., 2016).

Este conjunto de recursos, em que destacamos os aplicativos móveis, é um excelente complemento para os profissionais que trabalham com pessoas com doença de Alzheimer, pois apoiam e ajudam no desenvolvimento, acompanhamento e cumprimento dos objetivos traçados nos tratamentos.

“A importância do diagnóstico precoce é fundamental, pois permite definir a causa do distúrbio, realizar exames e tomar medidas farmacológicas e terapêuticas”.
– Archibaldo Donoso –

O alzheimer e os aplicativos móveis

Definição e tipos de aplicativos móveis

Um aplicativo móvel é um programa ou software que pode ser baixado e acessado diretamente do seu smartphone ou de algum outro dispositivo móvel (Gosalvez, D. e Rodero, D., 2012). Segundo Delia, Galdamez, Thomas e Pesado (2013), existem três tipos:

Aplicativos web

Projetados para ser executados no navegador do dispositivo móvel. Esses aplicativos são desenvolvidos com a mesma tecnologia usada para criar sites.

O melhor é que cumprem com certas propriedades, por exemplo, que o usuário possa utilizá-los com diferentes clientes ou navegadores.

Aplicativos nativos

Eles são projetados para ser executados em uma plataforma específica. Ou seja, devem ser considerados o tipo de dispositivo, o sistema operacional a ser utilizado e a sua versão.

Aplicativos híbridos

Esse tipo é uma combinação do melhor dos dois tipos de aplicativos anteriores. Portanto, seriam a opção ideal, pois se adaptam a qualquer dispositivo móvel.

Em que áreas podemos usar os aplicativos móveis?

Segundo Monteagudo (2012), podemos usá-los em diferentes áreas:

Médico usando celular

Utilidade do uso de aplicativos no mal de Alzheimer

  • Telediagnóstico: identificação de anomalias, sintomas… Ampliando a cobertura possível das necessidades 24 horas por dia, 365 dias por ano. O uso de aplicativos móveis para o diagnóstico remoto também pode ser um grande aliado para a detecção precoce da doença de Alzheimer.
  • Telemonitoramento: através do monitoramento remoto do usuário. Isso melhora a assistência à saúde prestada pelos profissionais que realizam a execução dos tratamentos. O telemonitoramento seria complementado com o diagnóstico remoto.
  • Ajuda para o cuidador: através dos diversos aplicativos móveis existentes hoje, o cuidador principal, que é quem assume mais responsabilidades, pode obter informações do seu interesse, localizar o paciente ou mesmo encontrar um grupo de iguais para se apoiar (grupos de apoio).
  • Acompanhamento das atividades básicas e instrumentais da vida diária. Permitem conhecer a evolução do paciente e fazer a avaliação dos resultados obtidos nas funções cognitivas examinadas.
  • Gestão da evolução dos pacientes nas diferentes tarefas propostas.
  • Independência e autonomia para os usuários. Existem diversos aplicativos no mercado que permitem conhecer a localização dos pacientes, que podem orientar o usuário ou mesmo auxiliar no reconhecimento de pessoas no ambiente mais próximo.

Em suma, o uso de aplicativos móveis na área social e de saúde, mais especificamente na doença de Alzheimer, pode ter efeitos benéficos para os pacientes e seus familiares. Além disso, pode facilitar o início do processo terapêutico.


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  • Aplicaciones para personas con demencia. Apps para cuidadores. Apps para profesionales. Recuperado el 6 de Marzo de 2019 de http://www.crealzheimer.es/crealzheimer_01/recursos/apps/apps_enfermos/index.htm
  • Delia, L., Galdámez, N., Thomas, P., Pesado, P. (2013). Un análisis experimental de tipo de aplicaciones para dispositivos móviles. XVIII Congreso Argentino de Ciencias de la Computación.
  • Gosálvez, D. y Rodero, D. (2012). Dispositivos móviles y apps sociosanitarias. Recuperado de http://www.easp.es/ideo/wp-content/uploads/2012/05/Disp_mov_apps_sociosan.pdf.
  • Monteagudo, J L. (2012). Capacidades y oportunidades de innovación en tic para Alzheimer. Instituto de Salud Carlos III – Ministerio de Economía y Competitividad. Madrid: Unidad de Investigación en Telemedicina.
  • Valls-Predet, C., Molinuevo, J L. y Rami, L. (2010). Diagnóstico precoz de la enfermedad de Alzheimer: fase prodrómica y preclínica. Revista Neurol 51, 471-80.

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