De acordo com a neurociência, amar nos torna mais inteligentes

Alguns pesquisadores concluíram que amar nos torna mais inteligentes. Isso ocorre porque nosso cérebro tem uma "rede neural de amor" e uma bioquímica específica que ativa e aumenta uma série de funções cognitivas.
De acordo com a neurociência, amar nos torna mais inteligentes
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 05 agosto, 2020

As pessoas costumam dizer que, quando alguém está apaixonado, de uma maneira ou de outra, perde a cabeça. No entanto, a neurociência provou que o oposto acontece: amar nos torna mais inteligentes.

Quando uma pessoa está apaixonada, várias coisas mudam em seu cérebro e fisiologia. Essa experiência é muito especial exatamente por causa disso.

Qualquer pessoa que está apaixonada, particularmente no início do relacionamento, se sente mais acordada e conectada emocionalmente com o mundo. Além disso, ela também se torna mais empática e compassiva.

O fato é que amar nos torna seres humanos melhores. Além disso, a neurociência descobriu que amar também nos torna mais inteligentes. Por quê? A química do amor reside principalmente no cérebro, e a transformação que ocorre quando uma pessoa se apaixona também atinge áreas que desempenham funções cognitivas.

“Sentir o amor das pessoas que nós amamos é um fogo que alimenta as nossas vidas”.
-Pablo Neruda-

Amar nos torna mais inteligentes

Amar nos torna mais inteligentes

Para chegar à conclusão de que amar nos torna mais inteligentes, um grupo de pesquisadores da Universidade de Chicago escaneou o cérebro de várias pessoas que estavam apaixonadas. Essas imagens, além de outros testes, mostraram que as pessoas que amam pensam mais rápido, percebem os comportamentos e as ideias dos outros com mais clareza, e também são mais criativas.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores utilizaram eletrodos. Eles os colocaram nas cabeças dos participantes e então mostraram a eles uma série de fotos, incluindo uma de seus parceiros. Além disso, disseram a eles diferentes nomes, incluindo os de seus parceiros.

Assim, os pesquisadores descobriram que 12 áreas do cérebro eram ativadas quando essas pessoas viam sua pessoa amada ou ouviam seu nome. Uma das áreas que teve uma atividade particularmente intensa foi o giro angular, uma região tradicionalmente associada ao pensamento abstrato e à criatividade. Inclusive, essa atividade não parava quando os participantes viam fotos de outras pessoas ou ouviam outros nomes.

“Perder a cabeça”

Os resultados do estudo foram bem conclusivos: você não “perde a cabeça” quando se apaixona. Inclusive, amar realmente parece nos tornar mais inteligentes.

Os pesquisadores compararam o giro angular  a um pequeno robô que ativa uma complexa rede neural, já que essa área está intimamente ligada a outras regiões do cérebro.

O giro angular desempenha um papel em funções como o processamento de números e idiomas, além de dados autobiográficos altamente complexos. Isso significa que, com o amor, também adquirimos uma capacidade especial de entender melhor nossos próprios comportamentos. Isso acontece em um nível mais profundo do que em situações normais.

Esse aumento do pensamento e da percepção torna as pessoas apaixonadas mais capazes de entender o comportamento dos outros em um plano mais profundo. Assim, elas percebem as características dos outros mais efetivamente e reconhecem seus sentimentos de uma maneira melhor. Portanto, os pesquisadores concluíram que amar também nos torna pessoas melhores.

Você sabia que amar nos torna mais inteligentes?

Além da paixão inicial

Está claro que todas essas ativações e reações cerebrais são mais intensas durante a fase da paixão. No entanto, outro estudo descobriu que os mesmos efeitos podem ser observados mais tarde no relacionamento. Enquanto o amor estava presente, havia benefícios reais, mesmo que esse amor não fosse tão intenso quanto no início.

Um estudo da Universidade da Califórnia confirmou isso. Dessa vez, os pesquisadores estudaram casais que estavam juntos, em média, há 21,4 anos. O que esses casais tinham em comum era que todos afirmaram ainda estar apaixonados pelos seus respectivos parceiros. Os pesquisadores descobriram que seus cérebros reagiram de maneira semelhante à dos casais que mencionamos anteriormente, que haviam se apaixonado recentemente.

Uma observação importante foi uma maior quantidade de dopamina em seus cérebros. A dopamina é um neurotransmissor que tem efeitos importantes no humor e também influencia a atividade cognitiva. Basicamente, ela contribui para regular e modular os fluxos de informação. Nesse sentido, uma deficiência de dopamina causa déficits de memória e de atenção, e dificuldades na resolução de problemas.

Com base em todas essas evidências, pode-se afirmar que amar realmente nos torna mais inteligentes. Essa inteligência não apenas se aplica a questões estritamente cognitivas, mas também abrange o amplo mundo da inteligência emocional. Essa é mais uma razão para amar, sem medo e sem medida.


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  • Lomar, J. (2017). La Inteligencia del Amor: Un viaje del temor al Amor. Borealis.


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