Aripiprazol: o que é e para que é usado?

O Aripiprazol, ou Abilify, é um antipsicótico atípico. Tem um perfil de efeitos adversos muito favorável e sua eficácia e segurança são apoiadas por vários estudos.
Aripiprazol: o que é e para que é usado?

Última atualização: 09 maio, 2021

O aripiprazol, também conhecido como Abilify, é um antipsicótico atípico. Trata-se de um medicamento eficaz e bem tolerado. É usado em pacientes com esquizofrenia, transtorno bipolar e episódios maníacos.

Na Europa, foi aprovado para o tratamento da esquizofrenia em 2004. Depois, em 2008, a Agência Europeia de Medicamentos – EMEA – também autorizou seu uso para o transtorno bipolar, especialmente no transtorno bipolar tipo I.

É um fármaco diferente dentro do seu grupo, e isso o torna mais interessante. Algumas das suas vantagens em comparação com outros antipsicóticos são:

  • Menor frequência de sedação.
  • Não afeta a função cognitiva do paciente.
  • Menor incidência de efeitos adversos.
  • Pode ser administrado por injeção intramuscular.
  • Maior adesão ao tratamento.

Isso o torna um medicamento amplamente usado atualmente.

Aripiprazol

Para que o aripiprazol é usado?

O aripiprazol é indicado para o tratamento de:

  • Esquizofrenia em adultos e adolescentes com mais de 15 anos de idade.
  • Episódios maníacos em pacientes com transtorno bipolar com mais de 13 anos.

Administrado por via oral, é eficaz no tratamento de pacientes com esquizofrenia e transtorno bipolar, bem como em episódios maníacos. Atua tanto na fase aguda quanto na fase de manutenção. Também se mostrou eficaz na prevenção de recaídas. O aripiprazol age tanto nos sintomas positivos quanto nos negativos da esquizofrenia:

  • Sintomas positivos: alucinações, agitação, distúrbios comportamentais, etc.
  • Sintomas negativos: abatimento, apatia, depressão, falta de interesse, etc.

Uma importante novidade desse medicamento são suas diferentes formas de administração. Elas são úteis em diferentes situações e podem ser uma boa alternativa para muitos pacientes. A administração intramuscular é frequentemente usada para controlar a agitação nesses pacientes. A apresentação do injetável de liberação estendida também tem resultados positivos no retardo de recaídas.

Esta forma de administração melhora a adesão ao tratamento. Com ela, não é necessário tomar o medicamento por via oral todos os dias; uma injeção mensal é suficiente.

Também é usado junto com outros medicamentos para tratar a depressão, como no transtorno depressivo maior resistente. A adição de aripiprazol em baixas doses aumenta o efeito do antidepressivo.

Alguns estudos afirmam que o aripiprazol também pode ser útil em outros distúrbios, como na doença de Alzheimer. Poderia ajudar com os sintomas psíquicos e também com os psicóticos. Outro caso seria a doença de Parkinson. Nela, é comum o aparecimento de psicose. Em alguns estudos, é observada uma melhora com esse medicamento, mas não em outros. Mais estudos ainda são necessários para embasar o seu uso.

Mecanismo de ação

O aripiprazol é um antipsicótico atípico. No entanto, ele tem um mecanismo de ação diferente. A maioria das drogas do seu grupo são antagonistas da dopamina. Em contraste, o aripiprazol exerce uma ação agonista parcial nos receptores D2 da dopamina.

Assim, o aumento da neurotransmissão da dopamina faz com que aumente a sua concentração no cérebro. Isso tem um efeito benéfico sobre os sintomas positivos e negativos da esquizofrenia.

Ele também tem um efeito agonista parcial sobre a serotonina 5HT1A. Esta ação está associada a uma maior eficiência contra:

  • Sintomas depressivos.
  • Ansiedade.
  • Sintomas cognitivos.
  • Sintomas negativos.

Além disso, o aripiprazol exerce um potente antagonismo nos receptores da serotonina 5HT2A, 5HT2B e 5HT6. No entanto, tem ação mínima sobre outros tipos de receptores.

Mulher esquizofrênica

Efeitos colaterais

As reações adversas mais comuns no tratamento com aripiprazol são:

  • Diabetes mellitus.
  • Insônia.
  • Ansiedade.
  • Inquietação.
  • Acatisia (agitação psicomotora).
  • Transtorno extrapiramidal.
  • Tremores.
  • Dores de cabeça.
  • Sedação.
  • Sonolência.
  • Tontura.
  • Fadiga.
  • Náusea, vômito, etc.

No entanto, a incidência de efeitos adversos desse medicamento é baixa, especialmente se o compararmos com outros antipsicóticos de seu grupo. É um medicamento bem tolerado e seguro. Inclusive, é endossado por vários estudos.

O tratamento com aripiprazol está associado a um ganho de peso mínimo e a uma alteração mínima dos parâmetros metabólicos. Da mesma forma, existe um baixo risco de sofrer de sintomas extrapiramidais e síndrome metabólica.

Embora seu perfil de efeitos adversos seja muito favorável, não devemos esquecê-los. É importante ajustar bem as doses porque os efeitos adversos são mais frequentes à medida que elas aumentam. Deve ser iniciado com doses baixas e ir aumentando aos poucos.


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