Biografia de Bob Dylan, um músico lendário

Bob Dylan é, atualmente, digno de adoração. Ele transformou a música pop convencional em uma criação de aspecto literário. Interpretou o mundo atual a partir de uma perspectiva que surpreende e comove. Pode-se dizer que é uma lenda viva.
Biografia de Bob Dylan, um músico lendário
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 05 novembro, 2022

Conheça a biografia de Bob Dylan, um dos músicos mais influentes dos séculos XX e XXI. Também simboliza o Prêmio Nobel de Literatura mais controverso da história. Sua música, que é poesia, e sua poesia, que é música, marcaram vários momentos da cultura popular dos Estados Unidos e do mundo todo. Ele é considerado um ícone da contracultura pop.

Uma das coisas que Bob Dylan pediu encarecidamente a um de seus muitos biógrafos foi esclarecer o fato de que seu nome não havia sido inspirado no poeta Dylan Thomas, como muitas pessoas acreditavam.

Segundo ele, sua inspiração havia sido um personagem de uma série de cowboys chamado Matt Dillon. Sobre o poeta, ele disse que “A poesia de Dylan Thomas é para pessoas que não estão realmente satisfeitas na cama, para pessoas que escavam no romance masculino”.

“Nunca tive tempo de me perguntar: ‘Minhas canções são literatura?’. Portanto, agradeço à Academia Sueca por tomar um tempo para refletir sobre essa mesma pergunta e, em última instância, por proporcionar uma resposta tão maravilhosa”.
-Bob Dylan-

A música de Bob Dylan é complexa e interessante. Tem raízes em ritmos tão díspares quanto o rock, o folk, o country, o blues e o jazz.  A parte mais fascinante são suas letras, nas quais explora temas sociais, políticos, literários, filosóficos e espirituais.

Elas o transformaram em uma personalidade única no mundo da música e o levaram a receber o Prêmio Nobel.

A biografia de Bob Dylan, um menino simples

Bob Dylan nasceu em Duluth (Minnesota, Estados Unidos) em 24 de maio de 1941. Seu nome verdadeiro é Robert Allen Zimmerman. Ele vem de uma família judaica, com ascendência ucraniana, pelo lado da família paterna, e lituana, pelo lado materno. Seus antecedentes familiares também têm raízes que remontam à Turquia.

Dylan viveu em sua cidade natal até os 6 anos. Quando tinha essa idade, seu pai contraiu poliomielite e a família se mudou para a cidade natal de sua mãe, Hibbing. Era um lugar que parecia ter parado no tempo.

Bob Dylan o descreveu como um local em que “A cultura se baseava fundamentalmente em circos e feiras, pregadores e pilotos, espetáculos para lenhadores e comediantes, bandas de música e programas de rádio excepcionais”.

Seu pai tinha uma loja de artigos elétricos, e foi ali que o jovem Bob teve seu primeiro trabalho como varredor de rua. Em Hibbing, cursou o ensino médio e teve suas primeiras namoradas, Gloria e Encho. Elas inspiraram seus primeiros versos e poesias.

Também foi nessa cidade que ele aprendeu música e formou as primeiras bandas das quais participou.

Uma mudança substancial

Dylan teve uma breve passagem pela Universidade de Minnesota. Ele abandonou o curso após finalizar o primeiro ano e foi para Nova York. Lá, deparou-se com a verdadeira nação em que morava.

Fez suas primeiras apresentações em Café What ? Nesse espaço, interpretava temas de seu grande ídolo, Woody Guthrie. No fundo, havia sido Guthrie, por meio de sua obra, quem o tinha inspirado a fazer essa viagem incerta.

Bob Dylan aprendeu muito durante aquela época, embora não tenha tido sucesso no sentido estrito do termo. Ele era como uma esponja. Observava, analisava e concluía. Queria saber tudo. Queria se aprofundar em todos os ritmos e nutrir sua formação.

Também era um ávido leitor. Devorou os gregos, Kant, Whitman, Ezra Pound, T. S. Eliot, Ginsberg, Shelley, Poe e William Burroughs, entre outros.

Em seguida, conheceu John Hammond, um caça-talentos com um olho clínico. Ele, por sua vez, colocou Dylan em contato com Albert Grossman, que sentia uma verdadeira devoção pelo jovem de 20 anos que exalava talento.

Durante os próximos quatro anos, criaram verdadeiras obras, e Dylan alcançou a fama.

Um artista único

Em 1965, Bob Dylan se consagrou definitivamente. Sua composição Like a Rolling Stone, daquele ano, foi classificada como a melhor música do século XX por várias publicações dos Estados Unidos.

Dylan criou uma identidade inconfundível nos nove álbuns que produziu naquela década. Até então, não existia, e hoje também não existe, ninguém como ele.

Bob Dylan revolucionou por completo a música pop convencional. Suas letras eram verdadeiros poemas, e sua música era uma combinação deliciosa de sons. Ele se deu ao luxo, inclusive, de abordar temas religiosos e obter com eles um sucesso inesperado.

Conseguiu o que poucos tiveram: um público cativo que o seguiu por décadas. Ainda hoje, ele se mantém plenamente vigente.

Sua escolha como vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2016 causou uma grande agitação. Era a primeira vez que essa honraria era concedida a um músico popular. Apesar de tudo, para a maioria é um prêmio absolutamente merecido. Sobre o assunto, Leonard Cohen disse o que muitos pensam:

“Vou dizer uma coisa sobre terem dado o Prêmio Nobel a Dylan. Para mim, é como colocar uma medalha no monte Everest por ser o mais alto do mundo. Dylan é tão grande que o prêmio é apenas um detalhe, além de uma obviedade”.


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  • Scaduto, A., Pérez, A., & Flórez, J. M. A. (1975). La biografía de Bob Dylan. Ediciones Jucar.


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