Bulbo olfatório: funções e características
Os aromas nos levam a mundos encantadores, especialmente aqueles relacionados à memória. Através deste maravilhoso sentido, não apenas evocamos lembranças, mas também tomamos decisões importantes em nosso dia a dia. Neste artigo, queremos destacar uma parte essencial desse sentido: o bulbo olfatório.
Para entender essa estrutura, iremos defini-la e falaremos sobre cada uma de suas partes e suas funções. Além disso, compartilharemos diferentes fatos curiosos associados ao olfato.
O sentido do olfato
O olfato é um sentido bastante desprezado. No entanto, em várias ocasiões é graças a ele que podemos identificar o que é tóxico para nós. Pense, por exemplo, em um lugar cheio de fumaça; através do olfato poderíamos identificar algo acontecendo e verificar o ambiente.
Além de nos deixar atentos aos potenciais perigos, o olfato influencia as decisões que tomamos em nosso dia a dia. Por exemplo, ao escolher quais roupas podemos continuar usando, decidir quais lugares e pessoas achamos agradáveis, de quais alimentos gostamos, etc.
Os aromas também podem influenciar as nossas emoções. Há alguns que achamos tão agradáveis que nos geram um bem-estar. Os cheiros são tão importantes para aumentar nossa sensação de prazer que chegam, inclusive, a ser estudados no campo do Marketing para atrair os consumidores.
O que é o bulbo olfatório?
Segundo Bear, Connors & Paradiso, autores do livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso, trata-se de uma estrutura cerebral. Ele possui uma forma bulbosa, daí o seu nome. Além disso, deriva do telencéfalo e é responsável por receber informações dos neurônios receptores olfativos.
Além disso, possuímos dois bulbos, embora seja mais comum falar sobre um. No entanto, onde fica o bulbo olfatório? Cada um em um hemisfério do nosso cérebro. Além disso, ele se conecta com a parte interna das narinas.
Antes de conhecer as funções do bulbo olfatório, vale destacar que, embora ele seja responsável por captar os aromas, essa função não se inicia graças a ele.
Os aromas entram pelas narinas e a mucosa nasal os absorve. Ali, vários neurônios traduzem a informação. Depois, ela passa pelo nervo olfatório até chegar ao bulbo olfatório.
Quais são as funções do bulbo olfatório?
No bulbo olfatório, os neurônios realizam sinapses com as células mitrais nos glomérulos, um grupo de neurônios do bulbo olfatório que apresentam diferentes padrões de ativação e nos ajudam a distinguir diferentes moléculas dos cheiros.
Após a informação ser processada pelos glomérulos do bulbo, ela é transmitida para diferentes regiões do cérebro. Por exemplo, para o córtex olfatório primário e secundário, para o córtex orbitofrontal, para o hipocampo e para a amígdala.
Partes do bulbo olfatório
O bulbo olfatório é constituído por camadas, que podem ser distinguidas de acordo com o tipo de célula. Cinco camadas são consideradas, embora seja possível encontrar até sete. Vejamos quais são:
- Camada glomerular: aqui são encontrados os glomérulos, e a sinapse é produzida de acordo com o estímulo percebido. Os glomérulos serão agrupados para que os cheiros semelhantes sejam detectados por grupos neuronais específicos.
- Camada plexiforme externa: nesta camada são encontrados os interneurônios, conectando neurônios entre si e possibilitando o processo de inibição lateral. Além disso, são encontrados os somas das células tufadas.
- Camada celular mitral: aqui as células mitrais transmitirão as informações do olfato para as outras estruturas conectadas ao bulbo. Assim, é nessa camada que as células recebem as informações dos receptores.
- Camada plexiforme interna: nela são encontrados os axônios das células tufadas e mitrais. Nesta camada, as informações captadas são retransmitidas.
- Camada celular granular: é a camada mais profunda. É constituída por células granulares que auxiliam as células mitrais a conectar seus dendritos.
O bulbo olfatório é o principal centro de processamento da informação olfatória. Ele nos permite:
- Perceber a informação dos aromas.
- Distinguir odores.
- Processar a informação dos aromas e relacioná-la com nossas emoções e lembranças.
- Inibir determinados estímulos para nos concentrarmos em um em particular.
- Captar o sabor através da sua conexão com o paladar.
- Regular o comportamento sexual através da captação dos feromônios.
Você sabia que nossos bulbos olfatórios são responsáveis por tudo isso? É incrível, não? Eles são tão essenciais em nossas vidas que, quando um deles é removido, ocorre a anosmia (falta de percepção olfativa).
Agora que você conhece cada uma de suas funções, terá outra perspectiva sobre o sentido do olfato. Trata-se de um sentido tão importante quanto os demais para a nossa sobrevivência, para a tomada de decisões, bem como para as nossas emoções, os nossos comportamentos e as nossas memórias.
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- Bear, M. F. Connors, B. W., PAradiso, M.A. Nuin, X.U., Guillén, X.V & Sol Jaquotor, M.J. (2008). Neurociencias la exploración del cerebro. Wolters Kluwer/Lippicott Williams & Wikins.
- Kandel, E. R., Schwartz, J. H., & Jessel, T.M. (2001). Principios de neurociencia. Madrid: McGrawHill Interamericana.