Comida e emoções, uma interação maravilhosa

Comida e emoções, uma interação maravilhosa
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 08 abril, 2022

Você já ouviu falar que “o homem é o que ele come” ? Nada mais certo. E nada mais subestimado também. Com certeza você já leu milhares de vezes que deve se alimentar de forma saudável. Se oferecem milhares de produtos diariamente para alcançar aquela dieta ideal desejada.

E, no entanto, raramente estamos cientes do que comemos ou por que o fazemos. Só olhamos para o assunto quando queremos controlar nosso peso ou estamos doentes. Para a maioria de nós, a comida é mais uma questão de gosto do que de análise. Não paramos para pensar que talvez o que sentimos seja influenciado pelo que comemos.

O que o que comemos diz sobre nossas emoções?

Sentimo-nos inclinados a alguns alimentos e rejeitamos outros, mas não sabemos por quê. Também mudamos nossos hábitos: às vezes estamos morrendo de vontade de tomar um sorvete e outras vezes achamos um doce repulsivo. Que mecanismos operam ali?

Pois bem, estudiosos do assunto indicam que, em princípio, existe uma relação direta entre a quantidade de energia que percebemos como necessária e a inclinação para consumir determinados produtos. O gosto por café, chá preto, mate ou carne está associado à percepção interna de que nos falta energia. Por outro lado, o gosto por açúcar ou álcool está relacionado à sensação de que temos energia demais e precisamos compensar a ansiedade que isso gera em nós.

O consumo desses alimentos, que aparentemente nos ajudam a regular a energia, provoca uma alteração do Ph no sangue. Ele fica mais ácido. É quando surgem problemas digestivos no plano físico e no plano emocional, assim a irritabilidade, a depressão, a ansiedade e os medos aumentam.

Constatou-se também que os seres humanos procuram sabores doces quando vivenciam sentimentos de abandono ou falta de afeto. Não é incomum que os vazios existenciais tentem ser preenchidos com chocolates.

Vários estudos têm sido realizados sobre o consumo de junk food, que se caracteriza por ser muito saboroso, mas com baixíssima quantidade de nutrientes. As conclusões indicam que aqueles que se inclinam a esse tipo de dieta procuram inconscientemente permanecer em estado de indiferença. Eles não querem pensar. Eles não querem sentir. Querem passar, sem parar para contemplar a paisagem. É uma espécie de barreira para evitar algo que os incomoda internamente.

Coma para se equilibrar emocionalmente

A alimentação é uma grande ajuda para alcançar esse equilíbrio entre “Mens sana in corpore sano”, de que os antigos gregos tanto falavam. Segundo especialistas, o grupo de alimentos que melhor contribui para regular as emoções são os cereais. Estes são ricos em vitamina B, que influencia diretamente o sistema nervoso. Foi estabelecido que o consumo frequente de cereais afeta a diminuição da ansiedade e uma boa predisposição para a vida.

Alguns alimentos consumidos em excesso aumentam a produção de adrenalina, a falta de concentração e a tendência à evasão. A este grupo pertencem os estimulantes (café, chá, mate), álcool, açúcares refinados, farinha branca, leite integral e algumas frutas de sabor forte como abacaxi, banana, abacate, manga, mamão e coco.

Outros alimentos ingeridos em grandes quantidades causam um efeito de passividade, concentração e dificuldade de agir. São gorduras saturadas, queijos salgados e secos, ovos, salsichas e sal.

Os alimentos que podem ser consumidos regularmente para equilibrar as emoções e manter a boa saúde do corpo são oleaginosas, legumes frescos, proteínas vegetais, grãos integrais e massas, além de peixes e mariscos. Claro, coma com calma e em boa companhia. Isso aumentará o poder nutricional de qualquer alimento.

Imagem cortesia de Juan Ramón Rodríguez Sosa.


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