Como entender uma criança insegura

Como entender uma criança insegura

Última atualização: 16 novembro, 2016

Um dos escritores e poetas mais aclamados e talentosos com o qual o mundo nos presenteou, Pablo Neruda, dizia com muita sabedoria que “tudo é cerimônia no jardim selvagem da infância”. Diante de uma realidade tão evidente, como é possível que tantos pais e educadores não saibam entender uma criança insegura?

É importante não esquecer que uma criança insegura, além de sua própria genética, é definida pelas experiências pela qual passou ao longo de sua infância e que não foram bem atendidas, compreendidas ou resolvidas.

O que causa a formação de uma criança insegura?

Existem diferentes causas vividas por uma criança insegura que podem produzir quadros de tristeza, ansiedade e inclusive patologias mais graves como o isolamento social, a depressão ou a culpa; isso pelas questões não terem sido resolvidas a tempo.

Um episódio  traumático pode ser a origem da insegurança de uma criança. Isso pode acontecer por diferentes motivos, como a morte de um animal de estimação, experiências em escolas infantis ou mesmo dentro da própria família, podendo até mesmo ser provocado por uma mudança de casa.

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Nunca devemos nos esquecer de que a rotina é uma fonte da segurança para a criança. A estabilidade em seus primeiros anos de vida é necessária para permitir sua formação e educação em um ambiente adequado para ela. É preciso, portanto, que os pais, tutores e educadores sejam muito compreensivos e tenham empatia nessas situações e que compreendam a importância que essas coisas têm para a criança, diferentemente de um adulto.

“Uma das melhores coisas que podem acontecem na vida é ter uma infância feliz”.
– Agatha Christie –

Descobrindo a criança insegura

Uma forma de evitar a educação e formação de uma criança insegura é graças ao reconhecimento precoce da situação. Quanto antes o problema for descoberto, mais fácil será estudá-lo, reconduzi-lo e, inclusive, impedir que ele continue. Para isso, é importante observar uma série de sintomas:

  • Desajustes afetivos: se você observar instabilidade emocional, agressividade, timidez e, inclusive, uma demanda excessiva por afeto e atenção, podem ser sintomas de insegurança.
  • Higiene pessoal alterada: se a criança é excessivamente dependente dos seus pais para a sua higiene, pode-se perceber aí um comportamento inadequado.
  • Desenvolvimento motor inadequado: suas capacidades de movimento podem evoluir de forma pouco adequada, apresentando problemas de deslocamento na hora de andar, motricidade fina para desenhar, etc.
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  • Saúde e sono alterados: uma  alimentação correta e um sono adequado são básicos para a formação de uma criança. Se ela tem problemas em ir para a cama, fica alterada, tem pesadelos, não tem apetite, vomita excessivamente e, inclusive, não tem capacidade de usar talheres, estes podem ser indícios.
  • Comportamentos erráticos e baixo rendimento: os comportamentos erráticos, como mudanças radicais de atitude enquanto brinca ou uma queda em seu rendimento psicológico, podem demonstrar um quadro de insegurança.
  • Comportamento social solitário: uma criança que mostra excesso de atraso em suas habilidades comunicativas ou é teatral demais pode ser uma criança insegura.

Compreender uma criança insegura

Uma vez que temos o diagnóstico e detectamos uma criança insegura, é hora de entendê-la e poder reconduzir pouco a pouco seu comportamento com o objetivo de evitar os quadros psicológicos previamente vistos acima neste artigo.

A primeira coisa que se recomenda fazer para compreender uma criança insegura é manter a calma. Elas recebem um enorme número de estímulos durante a infância e podem ter fases de maior ou menor insegurança. Não podemos nos esquecer de que suas capacidades físicas e psicológicas estão em plena formação, por isso seu comportamento não precisa ser tão alarmante, a não ser que se prolongue por muito tempo.

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A empatia será nossa primeira aliada no momento de compreender uma criança insegura. Diante de seus problemas de comunicação, devemos manter um comportamento muito compreensivo. Tente se lembrar de como você era nessa idade, do que você tinha medo, do que você gostava e do que não, como você via o mundo…

Um especialista em psicologia infantil será de grande apoio neste momento. Para lidar com uma criança assim e saber o que devemos fazer, ninguém melhor do que um profissional para servir como guia na hora de sermos mais compreensivos e termos mais empatia.

Evidentemente, é necessário fazer um exercício consciente de observação. É importante detectar que estímulos e situações causam a insegurança da criança, seja em casa ou na escola que ela frequenta. Dessa forma, é possível reconduzir a situação para que a criança encontre uma rotina mais adequada à sua personalidade.

Por último, o afeto é importantíssimo para a criança insegura. Saber que é querida e amada por aqueles que a cercam, que cuidam dela, a entendem e oferecem o ambiente tranquilo e rotineiro do qual ela precisa é vital para que ela melhore.

“A melhor forma de criar boas crianças e fazê-las felizes”.
-Oscar Wilde-

Como você pode ver, entender uma criança insegura não tem por que ser uma missão impossível. É necessário amá-las com grandes doses de paciência, carinho e empatia, e partir para a ação com o objetivo de evitar que o problema persista e se agrave.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.