Como saber se meu parceiro está emocionalmente indisponível?

Existem alguns sinais que revelam quando seu parceiro marca uma distância emocional. Saiba, nesta leitura, quais são aqueles alertas que ajudam a agir sobre o assunto.
Como saber se meu parceiro está emocionalmente indisponível?
Isabel Ortega

Escrito e verificado por a psicóloga Isabel Ortega.

Última atualização: 31 agosto, 2023

Seu parceiro está emocionalmente indisponível? A disponibilidade nessa área se refere à capacidade de cada indivíduo de estar presente e engajado no relacionamento. Envolve uma vontade de expressar e compartilhar emoções, fornecer apoio, responder às necessidades do outro e estabelecer uma conexão profunda e íntima.

Quando ambos os membros estão em harmonia emocional, cria-se um ambiente seguro e de confiança no qual eles expressam livremente o que sentem e suas preocupações. É assim que a intimidade e a conexão profunda entre as pessoas são fomentadas, o que fortalece o relacionamento. Vamos aprender mais sobre o assunto.

Sinais para saber se meu parceiro está emocionalmente indisponível

Determinar se seu parceiro está emocionalmente disponível requer observação e comunicação aberta. Em geral, certas características são evidentes, mas não são definitivas, além disso, deve-se levar em conta que cada pessoa é diferente.

Se você duvida da disponibilidade emocional de seu parceiro, é melhor falar honestamente. Comunicar suas preocupações e necessidades pode ajudar a esclarecer a situação e encontrar maneiras de melhorar sua conexão emocional.

Como saber se essa disponibilidade existe? Tome nota, pois abaixo apresentamos alguns dos sinais indicadores.



Falta de comunicação

Se o seu parceiro evita conversas profundas, não expressa seus sentimentos ou não está disposto a ouvir quando você quer conversar, é um sinal de distância afetiva dele.

Distância e apatia

Se você perceber que seu parceiro está distante, frio ou apático com você ou com o relacionamento, é possível que haja uma desconexão emocional.

Falta de suporte

É uma indicação de falta de disponibilidade emocional se nos momentos de dificuldade você não encontra o apoio do seu parceiro ou se seus sentimentos não são validados ou levados em consideração.

Inconsistência de compromisso

O padrão de estar emocionalmente presente em um momento e depois se distanciar ou desaparecer em outro é um alerta de falta de consistência e comprometimento.

Sem planos de longo prazo

Quando o casal mostra resistência ou evita falar sobre o futuro do relacionamento, como planos de longo prazo ou objetivos compartilhados, está na presença de um mal-estar emocional.

Excesso de tempo gasto em outras atividades

Se a outra pessoa dedica a maior parte de seu tempo e energia a atividades como trabalho, hobbies ou amigos e negligencia a conexão emocional com você, você está diante de uma pista para o problema em questão.

Resistência à intimidade emocional

A relutância em compartilhar pensamentos, medos ou vulnerabilidades mais profundos com você é uma bandeira vermelha adicional quando não há disponibilidade.

O que fazer se meu parceiro estiver emocionalmente indisponível?

É importante cuidar de si e fazer escolhas saudáveis para o seu bem-estar. Se a indisponibilidade emocional do seu parceiro persistir e o deixar infeliz, talvez seja necessário considerar se esse relacionamento é a melhor opção de longo prazo.

Quando o parceiro não está disponível a nível emocional, a situação é complicada e dolorosa. Diante desse cenário, tenha em mente as seguintes recomendações.

Comunique seus sentimentos

Expresse seus sentimentos abertamente ao seu parceiro, deixe-o saber como a atitude dele afeta você e o que você exige no relacionamento. A comunicação clara e honesta ajuda a conscientizar e amplia a possibilidade de mudança.

Reflita sobre suas necessidades

Reserve algum tempo para refletir e avaliar se deseja continuar com um vínculo em que seu parceiro está emocionalmente indisponível. Considere o quanto essa indisponibilidade afeta você e se é algo com o qual você pode conviver a longo prazo.

Defina limites saudáveis

Se a indisponibilidade persistir e não houver sinais de mudança, é fundamental estabelecer limites saudáveis para se proteger. Isso inclui a quantidade de energia emocional que você investe no relacionamento ou se apoia em outros aspectos de sua vida.

Procure ajuda externa

Considere entrar em contato com amigos, familiares ou até mesmo um terapeuta. Conversar com pessoas em quem você confia ajuda a processar seus sentimentos e obter diferentes perspectivas sobre sua situação.

Considere a terapia de casal

Quando a outra pessoa está disposta, a terapia de casal é uma opção valiosa para lidar com a indisponibilidade emocional. Um terapeuta facilita a comunicação e ajuda a explorar as razões por trás da situação que os afeta, além de fornecer ferramentas para melhorar a conexão.

Dificuldades em estabelecer relacionamentos emocionalmente saudáveis

Existem várias razões pelas quais algumas pessoas acham difícil estabelecer relacionamentos emocionalmente saudáveis. Esses fatores são complexos e variáveis. Aqui listamos alguns:

  • Medo de rejeição ou abandono: esse medo leva algumas pessoas a permanecer emocionalmente distantes ou evitar relacionamentos íntimos. Talvez o medo esteja enraizado em experiências passadas ou medos subjacentes.
  • Apego inseguro: os padrões de apego se desenvolvem durante a infância e influenciam os relacionamentos adultos. Se o apego for inseguro, pode prevalecer a desconfiança e a falha na comunicação ou no estabelecimento de uma intimidade emocional saudável.
  • Baixa autoestima e autoconceito negativo: são características que geram inseguranças para acreditar que merecem relacionamentos saudáveis e felizes. Isso pode levar à aceitação de vínculos disfuncionais ou à sabotagem daqueles que poderiam ser saudáveis.
  • Experiências traumáticas ou negativas do passado: pessoas que passaram por traumas emocionais passados, abuso ou relacionamentos tóxicos podem ter dificuldade em confiar, se abrir ou estabelecer relacionamentos saudáveis por causa da ferida emocional não resolvida.
  • Padrões de comportamento aprendidos: crescer em ambientes familiares ou sociais onde relacionamentos disfuncionais eram a norma desencadeiam padrões de comportamento internalizados e repetidos no futuro, dificultando o estabelecimento de laços emocionais saudáveis.
As dificuldades levantadas não são imutáveis. Com consciência, autoexploração e, em alguns casos, apoio terapêutico, as pessoas trabalham para superar esses desafios.

Dicas para lidar com a falta de disponibilidade emocional

Abordar essa questão pode ser difícil, mas é importante para o crescimento e a saúde do relacionamento. Fique atento às seguintes sugestões:

  • Explore as razões: pergunte ao seu parceiro sobre suas experiências passadas, medos ou inseguranças. Tente entender suas perspectivas e emoções.
  • Não use um tom de confronto: mantenha uma atitude aberta e empática, não procure culpar ou criticar seu parceiro, mas concentre-se em compartilhar seus sentimentos e necessidades.
  • Escolha o momento certo: encontre um momento tranquilo e privado, evite abordar o assunto em momentos de tensão ou estresse, pois isso dificulta uma comunicação efetiva.
  • Seja claro e específico: fale sobre como você se sente e como a indisponibilidade emocional de seu parceiro afeta você. Use declarações em primeira pessoa para evitar soar como uma acusação.
  • Encontre soluções juntos: depois de expressar seus sentimentos e perspectivas, trabalhe para encontrar possíveis soluções. Isso inclui terapia de casais, com foco na comunicação emocional ou na exploração de áreas onde ambos podem crescer e melhorar.
  • Escuta ativa: permita que seu parceiro expresse seus pensamentos e sentimentos sem interromper. Ouça com atenção e mostre interesse genuíno por sua perspectiva. Isso incentiva a comunicação aberta e estabelece um espaço seguro para vocês dois.
  • Seja paciente e tenha autocuidado: a mudança leva tempo e esforço. Tenha paciência e autocuidado durante o processo. Se a distância emocional persistir e afetar seu bem-estar, você pode ter que tomar decisões difíceis sobre o relacionamento.


A disponibilidade afetiva de um casal exige empenho e trabalho

A terapia de casal é uma ferramenta valiosa para lidar com a falta de disponibilidade emocional. Um terapeuta fornece orientação e estratégias específicas em favor do relacionamento.

Lembre-se de que o processo exige trabalho e comprometimento de ambas as partes. Não significa estar disponível o tempo todo, e sim estar atento às necessidades emocionais do outro e se esforçar para satisfazê-las, na medida do possível.

A comunicação aberta, o respeito mútuo e a disposição de ser vulnerável são essenciais para cultivar e manter um relacionamento emocional saudável.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Alonso-Ferres, M., Valor-Segura, I & Expósito, F. (2019). Couple conflict-facing responses from a gender perspective: emotional intelligence as a differential pattern. Psychosocial Intervention28(3), 147-156. https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1132-05592019000300005
  • Bisquerra Alzina, R. y Laymuns, G. (2016). Diccionario de emociones y fenómenos afectivos. Valencia: PalauGea Comunicación.
  • Collins, N. L. & Feeney, B. C. (2004). Working models of attachment shape perceptions of social support: evidence from experimental and observational studies. Journal of personality and social psychology87(3), 363–383. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15382986/
  • Davila, J., Karney, B. R. & Bradbury, T. N. (1999). Attachment change processes in the early years of marriage. Journal of Personality and Social Psychology, 76(5), 783–802. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10353202/
  • Feeney, B. C. & Collins, N. L. (2003). Motivations for caregiving in adult intimate relationships: influences on caregiving behavior and relationship functioning. Personality & social psychology bulletin29(8), 950–968. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15189615/
  • Ojeda García, A., Torres González, T., & Moreira Mayo, M. (2010). ¿Amor y Compromiso en la Pareja?: de la teoría a la práctica. Revista Iberoamericana de Diagnóstico y Evaluación – y Evaluación Psicológica, 2 (30), 125-142. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=459645442008
  • Overall, N. C., Fletcher, G. J., Simpson, J. A. & Sibley, C. G. (2009). Regulating partners in intimate relationships: the costs and benefits of different communication strategies. Journal of personality and social psychology96(3), 620–639. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19254108/
  • Overall, N. C., Fletcher, G. J., Simpson, J. A. & Fillo, J. (2015). Attachment insecurity, biased perceptions of romantic partners’ negative emotions, and hostile relationship behavior. Journal of personality and social psychology108(5), 730–749. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25915136/
  • Reyes Ortega, M. A, & Tena Suck, E. A. (2016). Regulación emocional en la práctica clínica: Una guía para terapeutas. Editorial El Manual Moderno. https://clea.edu.mx/biblioteca/files/original/1b3af5334102e93946bfa6f8036b1cbe.pdf
  • Shaver, P. R. & Mikulincer, M. (2002). Attachment-related psychodynamics. Attachment & Human Development, 4(2), 133–161. https://psycnet.apa.org/record/2002-08087-002
  • Simpson, J. A., Collins, W. A., Tran, S. & Haydon, K. C. (2007). Attachment and the experience and expression of emotions in romantic relationships: A developmental perspective. Journal of Personality and Social Psychology, 92(2), 355–367. https://psycnet.apa.org/record/2007-00654-012
  • Simpson, J. A., Rholes, W. S. & Nelligan, J. S. (1992). Support seeking and support giving within couples in an anxiety-provoking situation: The role of attachment styles. Journal of Personality and Social Psychology, 62(3), 434–446. https://psycnet.apa.org/record/1992-19780-001
  • Torres González, T., & García, A. O. (2009). El Compromiso y la Estabilidad en la Pareja: Definición y Dimensiones dentro de la Población Mexicana. Psicología Iberoamericana17(1), 38-47. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=133912613005

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.