3 elogios que destroem a autoestima na infância
Todo livro de autoajuda fala sobre a importância do elogio na infância. Algo que, sem dúvida, aumenta nossa autoestima e nos ajuda a moldar nossa personalidade. Elogiar é uma coisa muito simples: elogiamos nosso filho quando ele passa uma prova, quando ele faz algo bom, quando desenha algo muito bonito.
Mas, dizer às crianças o quão bem elas fazem certas coisas, dizer a elas que você as considera quase maravilhosas, as torna realmente autoconfiantes, felizes e garante uma boa autoestima?
“O homem pode defender-se dos ataques; contra o elogio se está sempre indefeso”
-Sigmund Freud-
O lado oculto do elogio
Claro, é bom ser elogiado pelo que você faz. Uma palavra positiva nos ajuda a continuar, a desenvolver ainda mais essa capacidade que temos de conseguir algo ou de fazê-lo melhor. Por exemplo, se você passar em um exame e for elogiado, isso o encorajará a continuar estudando e obter melhores notas. Ou podem te ajudar a fazer um esforço para passar aquela matéria que você não gosta muito.
Mas, o que acontece quando o elogio se torna repetitivo? O que acontece quando sempre esperamos um elogio e, surpreendentemente, não o recebemos? O elogio pode nos fazer escolher o caminho mais fácil, em vez de tentar melhorar.
Além disso, o elogio pode nos fazer vacilar no que não gostamos. Ou seja, podemos querer apenas obter um resultado positivo para obter elogios, mas isso não significa que gostamos da tarefa. É importante que as crianças não pensem numa recompensa cada vez que fizerem algo. O elogio pode ser paralelo ao recebimento de um presente toda vez que você obtém um resultado positivo.
As crianças devem entender a responsabilidade de fazer o que fazem. Assim como, devem ser consistentes com os resultados que obtêm em relação ao esforço que dedicam ao trabalho que estão realizando.
“Aquele que faz o bem desinteressadamente, sem interesse em elogios e recompensas, no final terá ambos”
Elogios que destroem sua autoestima
Se focarmos nos elogios que as crianças podem receber desde a infância, podemos encontrar 3 elogios fundamentais que acreditamos que promovem a autoestima quando, na verdade, promovem o contrário.
1. Elogiara habilidade, não o esforço
Este é um erro muito grave que leva a muitos problemas. O trabalho duro é o que vai contar, o que vai realmente influenciar no resultado. Mesmo que você seja muito inteligente, se não se esforçar, não conseguirá nada.
Por exemplo, aquele aluno que tem a capacidade de passar, mas não a aproveita. A falta de esforço é o que ele vai ganhar mais tarde. Sempre é melhor elogiar o esforço, porque se elogiarmos a habilidade você destruirá a autoestima.
2. Elogiar de forma exagerada, sem especificar
Alguns elogios são muito exagerados. Alguns exemplos: “você é um gênio”, “você é um artista”, etc. Esses elogios podem ter um efeito contraproducente nas crianças e, em vez de elevá-las e fortalecer sua autoestima, têm o efeito oposto.
Aprenda a fazer elogios mais realistas como “gostei…”, “como foi bom…”, mas não aumente artificialmente a autoestima da criança, porque se você disser a ela que ela é um gênio, ela vai acreditar! E isto pode fazê-la parar de se esforçar.
3. Adicionar mais pressão não é a solução
Quando elogiamos, às vezes colocamos mais pressão do que deveríamos. Se alguém pensa que somos um gênio, podemos perceber que temos que manter sempre esse status. A criança será colocada sob pressão totalmente desnecessária.
É importante que se esforcem e superem, mas pressão não é o mesmo que motivação. É importante que a criança esteja motivada e não pressionada.
“Não devemos acreditar demais em elogios. A crítica às vezes é muito necessária”
Embora a palavra “elogio” seja algo positivo, como podemos ver, pode ser muito negativa se não a usarmos como deveríamos. Aprenda a elogiar da maneira certa e pense que às vezes não é necessário, pelo menos não excessivamente.
Elogie, mas elogie o esforço, a superação, a motivação! Não recompense o fácil ou exagere. É importante que as coisas sejam difíceis de alcançar, só assim saberemos o valor que elas realmente têm.
Imagens cortesia de Claudia Tremblay