Escala subjetiva de felicidade: em que consiste?

O bem-estar é um aspecto muito pessoal, cuja avaliação é influenciada por diferentes fatores. A Escala de Felicidade Subjetiva nos permite medir essa percepção individual.
Escala subjetiva de felicidade: em que consiste?
Elena Sanz

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A felicidade é o maior desejo de todos os seres humanos. No entanto, devido à sua ambiguidade, é difícil estabelecer uma definição concreta e projetar instrumentos para avaliá-la efetivamente. A Escala de Felicidade Subjetiva cumpre esse objetivo com alta confiabilidade através de um procedimento simples.

Desde o início do estudo da psicologia, o interesse geral se concentrou no domínio patológico e negativo do comportamento humano. Felizmente, nos últimos tempos, cientistas sociais têm dado mais atenção ao estudo dos pontos fortes e das habilidades, cujo maior expoente é a felicidade representada como um construto social.

O que é a felicidade?

A felicidade pode ser definida como um estado de plenitude, satisfação, alegria e prazer. Está positivamente relacionada a diversos aspectos físicos, psicológicos e sociais da vida das pessoas.

Assim, pessoas felizes parecem ter uma melhor saúde física e um sistema imunológico mais forte. Além disso, elas alcançam maiores taxas de sucesso em vários âmbitos da vida, como o profissional, o financeiro, o conjugal e o social.

Pode-se pensar que essa relação é unidirecional: as conquistas deixam as pessoas mais felizes. No entanto, foi demonstrado que o fenômeno funciona em ambas as direções.

As pessoas felizes tomam melhores decisões e têm uma interpretação mais adaptativa da realidade. Elas respondem de uma maneira mais funcional às experiências cotidianas e se recuperam mais rapidamente após os fracassos. Ou seja, sua forma particular de pensar e agir as leva ao sucesso.

Outro aspecto importante a considerar é o fato de que a felicidade significa algo diferente para cada pessoa. Outros instrumentos projetados para avaliá-la tentaram medir aspectos específicos, talvez ignorando a realidade mais relevante: a felicidade é subjetiva.

É por isso que a Escala de Felicidade Subjetiva fornece uma visão mais ajustada, pois leva em consideração a percepção de cada indivíduo.

A felicidade não consiste em uma conquista sistemática de realizações. Há aqueles que “têm tudo” e não se sentem felizes. Por outro lado, outras pessoas são capazes de encontrar a felicidade mesmo nos momentos mais adversos.

A escala subjetiva da felicidade

Baseada nessa premissa, a escala que analisamos neste artigo mede a percepção subjetiva de bem-estar de cada pessoa. Para isso, utiliza uma estrutura simples de quatro perguntas que devem ser respondidas com base em uma escala de 1 a 7, da seguinte maneira:

  • Quão feliz você se considera em geral? Escolha uma resposta entre 1 (muito pouco feliz) e 7 (muito feliz).
  • Comparado à maioria de seus colegas, quão feliz você se considera? Responda com um valor de 1 (menos feliz) a 7 (mais feliz).
  • Algumas pessoas são muito felizes em geral. Elas desfrutam da vida independentemente do que acontece e tiram o máximo proveito de tudo. Até que ponto essa caracterização o descreve? Responda escolhendo um valor entre 1 (nem um pouco) e 7 (completamente).
  • Algumas pessoas não são muito felizes. Embora não estejam deprimidas, elas nunca parecem ser tão felizes quanto podiam. Até que ponto essa caracterização o descreve? Responda escolhendo um número entre 1 (completamente) e 7 (nem um pouco).

Para calcular seu resultado, basta somar suas quatro pontuações e dividir o número resultante por quatro. O valor obtido indica o seu nível de felicidade subjetiva atual. A pontuação média da população em geral varia de acordo com sexo, idade e outras características pessoais. No entanto, geralmente oscila entre 4,5 e 5,5.

A utilidade da Escala de Felicidade Subjetiva

Utilidade da Escala de Felicidade Subjetiva

Esse instrumento de avaliação foi testado em populações de diferentes idades, gêneros e culturas, provando ser, em todas elas, uma medida confiável da felicidade subjetiva. A confiabilidade e a validade da escala fazem dela uma ferramenta simples e útil para determinar o nível de bem-estar percebido.

Além disso, os resultados obtidos nessa escala parecem se correlacionar com outros conceitos importantes, como o otimismo e a extroversão. As pessoas com essas características são mais propensas a obter pontuações mais altas em felicidade. Portanto, se a sua pontuação nessa escala for baixa, tente mudar o seu foco: a felicidade é subjetiva.


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