Os 6 estágios do desamor e como eles nos afetam psicologicamente

O desamor envolve, na maioria dos casos, um período de luto. Quais fases compõem esse luto até chegar ao momento de se separar?
Os 6 estágios do desamor e como eles nos afetam psicologicamente

Última atualização: 16 fevereiro, 2022

Quem nunca sofreu um desamor ou uma separação? Quando passamos por essa experiência, enfrentamos uma série de estágios associados ao desamor, semelhantes aos que vivemos no luto (pela morte de um ente querido, por exemplo).

No entanto, nem todos eles aparecem sempre, nem precisam aparecer em ordem. Na verdade, o mais comum no luto é passar por alguma  das fases mais de uma vez, ciclicamente, para frente, para trás… e isso não é um sinal de luto patológico. Aprenda sobre os diferentes estágios do desamor e como podemos vivenciá-los a seguir.

Os 6 estágios do desamor

Segundo o artigo de Horno (2018) para a XII Conferência “Blas Taracena del Piñal”, o desamor pode ser considerado um luto ou um vínculo afetivo destrutivo. Neste artigo, focamos o desamor como uma experiência de perda e luto, No luto, passamos por uma série de estágios, neste caso, os estágios do desamor.

De acordo com Velasco et al. (2004), citado em um artigo de Cáceres et al. (2009), o luto é “o processo psicológico de adaptação a uma perda, uma vez que toda perda provoca uma ferida emocional, um dano ao organismo”. Assim, para enfrentar esse luto e se curar, é conveniente passar por uma série de fases. Saiba quais são as mais comuns.

Negação/choque

Assim como no luto pela morte de um ente querido, o primeiro estágio do desamor costuma ser a fase de choque ou negação, principalmente quando nós fomos os deixados.

Nesta primeira fase, nossa mente nega a realidade (inconscientemente) porque ela dói muito. Às vezes, sentimos que estamos tendo um pesadelo do qual queremos acordar.

Mulher triste e apática

Conscientização e primeiro impacto psicológico

Com as horas, dias ou semanas, vamos nos tornando cada vez mais conscientes da nossa nova realidade. Aquela pessoa não quer mais estar em nossas vidas. Começamos a tomar consciência do que nos aconteceu e do fato de termos que enfrentar a situação.

É a fase do primeiro impacto psicológico, que pode ser acompanhada por diferentes emoções: raiva, tristeza, saudade, raiva

Sentimentos opostos

Outra das fases de desamor que costumamos vivenciar (que não precisa estar em terceiro lugar, pode acontecer mais no início, por exemplo) é aquela que está associada a sentimentos contraditórios. Por um lado, sentimos a perda, sentimos saudades do outro, ficamos tristes, temos pouca vontade de fazer planos…

Por outro lado, podemos sentir raiva daquela pessoa, bem como alívio porque o relacionamento era turbulento e finalmente terminou, por exemplo. Sentimentos contraditórios são muito comuns em casos de coração partido e também em diferentes tipos de luto.

É normal senti-los e não devemos nos alarmar por vivê-los; com o tempo e a aceitação progressiva da perda, eles vão perdendo intensidade até desaparecer.

Noites em branco

As noites em branco também constituem outro dos estágios do desamor, embora nem todas as pessoas o vivenciem. Nas noites em branco, temos insônia: acordamos na madrugada (ou não conseguimos dormir quando vamos para a cama) e começamos a revirar tudo.

Surgem perguntas não respondidas sobre o término e o relacionamento, e você pode sentir muita angústia. As boas notícias? Assim como todos os estágios de um coração partido, essas noites também serão espaçadas no tempo até que desapareçam.

Recuperação

A recuperação é um dos estágios do desamor que experimentamos no final desta jornada. É importante diferenciá-lo da fase de aceitação, que explicaremos no próximo ponto.

A recuperação implica uma melhora nas condições físicas e mentais. Depois das noites sem dormir, da angústia e da ansiedade avassaladora em muitos casos, começamos a sentir uma melhora física.

Dormimos melhor, os pensamentos ruminantes vão desaparecendo, comemos melhor e, finalmente, começamos a nos sentir melhor. Nesta fase, avistamos uma pequena luz no fim do túnel. No entanto, ainda não chegamos à aceitação (psicológica) da perda.

Mulher olhando para o horizonte

Aceitação

A aceitação é o último dos estágios do desamor e implica assumir a nova realidade: aceitar que as coisas aconteceram e que não poderiam ter sido diferentes. Envolve deixar de sentir aquela profunda tristeza e começar a tomar consciência de tudo o que foi aprendido durante essa experiência dolorosa, mas necessária.

A aceitação traz paz e tranquilidade, assim como gratidão pelo que foi vivido (embora nem sempre esta última emoção apareça). Resumindo: a aceitação envolve deixar a experiência para trás e sentir que temos a energia (e o desejo) necessários para nos concentrarmos no presente, no “aqui e agora”.

“Aceitar o que aconteceu é o primeiro passo para superar as consequências de qualquer infortúnio.”
-William James-

Os estágios do desamor envolvem emoções diferentes que experimentamos em diferentes graus. É importante saber que, em uma situação de perda (no caso, a perda de um amor), é lógico, saudável e adaptável vivenciar um processo de luto.

Felizmente, com o tempo (e a terapia psicológica em alguns casos), as emoções perdem intensidade, aceitamos a perda e a integramos como parte da nossa história de vida.

“A dor, em si, é um remédio.”
-William Cowper-


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Cáceres, C. et al. (2009). Separación, pérdida y duelo de la pareja para una terapia de divorcio. De Familias y Terapias, 27: 41-60.
  • Grossmann, I., Huynh, A. C., & Ellsworth, P. C. (2016). Emotional complexity: Clarifying definitions and cultural correlates. Journal of Personality and Social Psychology, 111(6), 895–916.
  • Horno, P. (2018). El amor y el desamor en la adolescencia.  XII Conferencia “Blas Taracena del Piñal”. ADOLESCERE, Revista de Formación Continuada de la Sociedad Española de Medicina de la Adolescencia, 6(2).

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.