Estatística descritiva na psicologia
A estatística é o ramo da matemática que estuda a variabilidade, bem como o processo que a gera, seguindo leis de probabilidade. Hoje, falaremos especificamente sobre a estatística descritiva na psicologia.
A estatística é necessária tanto para fazer pesquisa quando para entender como estas pesquisas estão sendo feitas na atualidade, muito além das conclusões de qualquer estudo.
Assim, o conhecimento deste ramo nos permitirá avaliar a qualidade de um estudo e, portanto, o grau de confiabilidade que suas conclusões possuem.
A estatística descritiva é aquela parte da estatística que se encarrega de coletar, apresentar e caracterizar um conjunto de dados. Dito de outra forma, a estatística descritiva tenta saber o que aconteceu, diferentemente da estatística inferencial, que tenta prever o que vai acontecer no futuro sob um conjunto de condições.
Por exemplo, estas condições costumam ser especificadas por meio de variáveis como a idade, o clima ou o grau de ansiedade. Assim, a estatística descritiva na psicologia tem o objetivo de resumir, de uma maneira útil para o pesquisador e o leitor, o que aconteceu em um determinado estudo.
Como mencionamos antes, as variáveis são um dos eixos centrais da estatística descritiva – e também da não descritiva. Uma variável engloba um conjunto de valores, e dependendo de como forem estes valores, podemos falar de:
- Variáveis quantitativas: podem ter um valor numérico (idade, preço de um produto, renda anual).
- Variáveis qualitativas: não podem ser medidas numericamente (como sexo, nacionalidade ou cor da pele) e nem ser diretamente escaladas.
As variáveis também podem ser classificadas em:
- Variáveis unidimensionais: só reúnem informação sobre uma característica de uma população. Por exemplo, a altura dos alunos de uma escola.
- Variáveis bidimensionais: reúnem informação sobre duas características da população. Por exemplo, altura e idade dos alunos de uma escola.
- Variáveis multidimensionais: reúnem informação sobre três ou mais características de uma população. Por exemplo, altura, peso e idade dos alunos de uma escola.
Assim, os dados (números ou medidas compiladas a partir da observação) podem ser de dois tipos:
- Dados discretos: são respostas numéricas que surgem de um processo de contagem.
- Dados contínuos: são respostas numéricas que surgem de um processo de medição.
Escalas de medição em estatística descritiva na psicologia
Medir é o processo de vincular conceitos abstratos com indicadores empíricos. O resultado desse processo se chama medida.
Existem quatro escalas de medição possíveis, utilizadas para ajudar na classificação de variáveis. Nesse sentido, as propriedades de confiabilidade e validade são muito importantes na estatística descritiva, já que falam sobre a qualidade da medição.
Afinal, de que servem dados que tenham sido mal coletados em sua origem?
Escala nominal
Esta escala atribui números a categorias que não precisam de uma ordem (não podemos dizer que uma categoria seja maior do que outra). Além disso, estas categorias são mutuamente excludentes.
Um exemplo pode ser o sexo ou a cor. Assim, a opção escolhida seria excludente das demais. Esta escala é usada para variáveis qualitativas.
Escala ordinal
Aqui, são estabelecidas categorias com dois ou mais níveis que implicam uma ordem entre si. Como na escala anterior, também são categorias mutuamente excludentes, mas agora podemos situar os valores das variáveis em uma ordem.
Por exemplo, a escala poderia ser vista nas respostas de um questionário:
- Discordo totalmente.
- Discordo.
- Indiferente.
- Concordo.
- Concordo totalmente.
Estas opções de resposta podem ser codificadas com números que vão de um a cinco, sugerindo uma ordem pré-estabelecida. No entanto, não podemos saber, pelo menos não sem a ajuda de procedimentos estatísticos avançados para estimá-la, a distância entre duas categorias.
Assim, podemos falar que o objeto de pesquisa tem mais ou menos de algo, mas de maneira simples, não podemos falar sobre quão maior é este algo (inteligência, memória, ansiedade, etc).
Esta escala também é usada para variáveis qualitativas.
Escala intervalar
Nesta escala a distância entre os valores é quantificada. A medição do intervalo possui, além disso, as características das duas medições anteriores. Assim, estabelece a distância entre uma medida e outra.
A escala de intervalo se aplica a variáveis contínuas. No entanto, não é possível ter um zero absoluto nesta escala. Um exemplo claro deste tipo de medida é um termômetro. Quando ele marca zero graus, significa uma ausência de temperatura.
Esta escala é aplicada para variáveis quantitativas.
Escala de razão
Por último, esta escala reúne as características das anteriores. Determina a distância exata entre os intervalos de uma categoria. Além disso, tem um ponto de zero absoluto no qual não existe a característica ou atributo a ser medido.
Por exemplo, o número de filhos: zero filhos significa ausência de filhos. Esta escala é aplicada para variáveis quantitativas.
Frequências na estatística descritiva
Uma distribuição de frequências é uma listagem dos possíveis valores (ou intervalos) que uma variável pode assumir, junto com o número de observações para cada valor.
- A frequência absoluta registra o número de vezes em que um determinado valor aparece entre as observações.
- A frequência relativa registra a proporção ou porcentagem de ocorrência de um determinado valor das observações.
Esta distribuição de frequências costuma ser representada por meio de tabelas. Assim, deve incluir todos os possíveis valores de uma variável. Além disso, deve indicar o total de observações (n) que foram realizadas.
Quando temos uma grande quantidade de categorias de dados e algumas delas têm frequências muito baixas, pode ser interessante agrupá-las em intervalos.
Indicadores da estatística descritiva na psicologia
Por último, os indicadores em estatística são usados para descrever um conjunto de dados por meio de um número. Assim, este número resume uma característica da distribuição dos dados analisados. Alguns destes indicadores são:
- Indicadores da tendência central
- Média.
- Moda.
- Mediana.
- Indicadores de dispersão
- Variância.
- Mínimo/Máximo.
- Amplitude.
- Amplitude interquartil.
Assim, com a ajuda destes conceitos, a estatística descritiva se encarrega de organizar, calcular e analisar representações dos dados para oferecer ao pesquisador e, por extensão, à comunidade científica, um mapa completo do que ocorreu em seu estudo.
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