As quatro fases do processo criativo, segundo Graham Wallas

As quatro fases do processo criativo propostas por Graham Wallas configuram um dos modelos mais aceitos. Conhecê-las e segui-las pode nos ajudar em qualquer processo criativo.
As quatro fases do processo criativo, segundo Graham Wallas
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 09 novembro, 2021

O processo criativo é isso: um processo. Portanto, envolve a execução de várias etapas de forma sistemática. Existem várias abordagens a este respeito. No entanto, uma das mais conhecidas é a das quatro fases do processo criativo propostas por Graham Wallas.

Por muito tempo, acreditou-se que o processo criativo estava relacionado a agentes externos, como musas ou gênios que intervinham para inspirar o criador. Hoje se sabe que ele é o resultado de uma intensa e complexa atividade cerebral, mas seu funcionamento permanece um mistério.

Graham Wallas foi professor universitário e teórico em ciência política e relações internacionais. Ele se destacou pela sua liderança em várias áreas e fundou, junto com outros colegas, a London School of Economics em Londres. Ele criou uma das teses mais interessantes sobre o processo criativo. Vamos ver do que se trata.

“A humanidade precisa do pensamento criativo se quisermos evitar desastres imediatos ou futuros.”
-Graham Wallas-

As ideias e a criatividade

Idéias são representações mentais que surgem do raciocínio ou da imaginação de um ser humano. Elas estão associadas a processos de reflexão, criatividade e capacidade de aplicar o intelecto. Os conceitos derivam das ideias, que são a base de todo tipo de conhecimento, seja ele artístico, científico ou outro.

Criatividade é a habilidade de gerar novos conceitos ou ideias a partir dos já existentes. Geralmente procura resolver um problema, envolvendo imaginação construtiva e pensamento divergente.

Embora a criatividade seja característica da cognição humana, ela também está presente em várias espécies de animais e totalmente ausente em sistemas algorítmicos de computação. No ser humano, o processo criativo é muito complexo e requer a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais, englobando memória e inteligência, entre outros aspectos.

Não conhecemos todos os processos mentais dos quais a criatividade pode participar, mas o que fica claro para os especialistas é que ela está intimamente associada à imaginação. Trata-se de um poder mental que nos permite recriar ações, consequências ou iniciativas em um espaço abstrato antes de torná-las realidade.

Mulher criativa

As quatro fases do processo criativo de Graham Wallas

Embora existam várias abordagens que analisam e sintetizam a geração de ideias criativas, uma das mais notáveis é a proposta por Graham Wallas. Ele criou um modelo de quatro fases do processo criativo que seguem uma determinada ordem.

Fase 1: Preparação

Esta é a primeira das quatro fases do processo criativo. Busca identificar um problema em um determinado contexto e inclui a compilação de muitas das informações já disponíveis. Requer um esforço consciente e voluntário de compreensão e análise.

Aqui vale esclarecer que, em alguns casos, o problema em si nem poderia ter sido identificado como um problema, o que implica uma maior complexidade para especificá-lo. Em outros casos, o problema pode ser percebido mais como uma dificuldade, desafio ou tarefa. Em qualquer caso, o fundamental nesta fase é compreender plenamente a situação e suas implicações.

Fase 2: Incubação

Esta fase do processo criativo é caracterizada pelo desligamento do problema que nos preocupa por um período de tempo indeterminado. Este período é fundamental para que surjam as ideias que vão nos ajudar a resolver o problema, e funciona de forma inconsciente.

As ideias surgem espontaneamente em um sonho, durante uma caminhada, durante uma viagem ou a qualquer momento. Em alguns casos, é neste ponto que muitos desistem, interrompendo as fases do processo criativo principalmente por não saberem esperar.

Fase 3: Iluminação

De todas as fases do processo criativo, a iluminação é o momento em que as ideias começam a ganhar forma. Corresponde ao momento em que surgem as alternativas para o problema inicial. Alguns autores chamam esse momento de “experiência eureka”. É a fase em que a ideia se materializa em algo concreto.

Inclui também o momento de maior satisfação pessoal, tornando-se uma recompensa pelo investimento realizado e pelo fato de ter conseguido encontrar uma solução em um caminho que ninguém havia percorrido antes.

Fase 4: Verificação

Durante a etapa de verificação, o objetivo é avaliar os resultados para corrigir ou melhorar algum aspecto do desfecho final. Da mesma forma, verifica-se se o processo criativo realmente deu seus frutos e atendeu às expectativas após suas diferentes fases.

Em caso negativo, será necessário voltar à fase de incubação e considerar novas opções para atingir a meta. Aqui, deve-se notar que se os aspectos fundamentais não foram levados em consideração desde o início, seria necessário começar tudo de novo. Na maioria dos casos, essa fase envolve também a socialização dos resultados.

Mulher pensando em soluções

Algumas considerações adicionais sobre as fases do processo criativo

Por fim, deve-se observar que todas as etapas do processo criativo apresentam seus próprios desafios. Existe a parte intelectual, mas também a parte emocional.

Por exemplo, pode ser necessário saber administrar as dificuldades que sempre surgem ao dar um passo à frente e descobrir que, na realidade, entram em jogo variáveis que não tínhamos. Na verdade, é comum que, em vários momentos, a intenção de abandonar tudo apareça com força.

Da mesma forma, a pressão ou o desejo de ver os resultados o mais rápido possível pode prejudicar o trabalho antecipadamente. Esse tipo de processo tem um ritmo próprio, então a paciência é uma virtude necessária para que a ideia criativa acabe se tornando uma aplicação com resultados reais.


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