O gosto amargo da infidelidade

O gosto amargo da infidelidade
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 31 março, 2016

A infidelidade é da responsabilidade tanto da pessoa que é infiel, quanto da que foi traída, porque uma vez reconhecida a infidelidade, ninguém é obrigado a permanecer com o seu companheiro. Cada um sabe com quem e com o que está envolvido.

As partes envolvidas são responsáveis em menor ou maior grau. Nesta área, os caprichos e a imaturidade cobram um preço muito alto. Não valorizar os caminhos do crescimento, os adiamentos e atrasos, as dúvidas com você mesmo…

“A diferença de infidelidade em ambos os sexos é tão real, que uma mulher apaixonada pode perdoar uma traição, o que é quase impossível para um homem”.

-Stendhal-

De qualquer forma, a infidelidade provoca uma grande ferida, principalmente na pessoa que foi enganada. Mas também deixa grandes marcas em quem traiu: nunca será uma pessoa confiável e não consegue confiar em ninguém. Por isso, geralmente a pessoa que é infiel é muito ciumenta.

Aquele que é, nunca deixa de ser

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Normalmente, a pessoa que leva uma vida desordenada, cheia de relacionamentos efêmeros e “triangulares”, dificilmente vai mudar seu comportamento. Na verdade, com o passar dos anos o problema se torna crônico. É melhor não desperdiçar o seu tempo ou a sua vida com alguém assim.

Dessa forma, o amor deixa de ser algo saudável para se transformar em um vício; uma verdadeira perversão. E o resultado de tudo isso são vidas destruídas, pessoas ressentidas, esperanças perdidas. Verdadeiros destroços humanos…

Se ficar preso em um relacionamento assim, você pode estar perdendo a oportunidade de viver um amor verdadeiro. Não um amor ideal, mas uma relação que vai lhe trazer mais alegria do que tristeza. Você é livre para escolher a quem amar; não culpe os outros pelos seus infortúnios.

Nunca mendigue o amor

Muitas vezes, as pessoas fazem da sua vida um inferno. Estão decepcionadas pela traição, mas falta força e coragem para dizer “não quero mais”…

Na verdade, o que pode estar acontecendo com você é uma espécie de parasitismo. É uma réplica de um fenômeno que ocorre na natureza, quando um organismo vive às custas do outro… Neste caso é muito pior, porque estamos falando de amor.

Tudo é uma questão de respeito consigo mesmo, de dignidade e amor por aquilo que somos e o que queremos nos tornar. Não devemos mendigar amor porque tudo o que fizermos sob este parâmetro não terá raízes sólidas e fortes.

Se construirmos um prédio de dez andares com a sua base e os alicerces fracos, mais cedo ou mais tarde ele cairá. O mesmo acontece com o amor; quando a infidelidade e a falta de respeito pelo outro são constantes, ele pode acabar. Não aceite e não justifique esse comportamento.

A infidelidade, muitas vezes, é provocada

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Pode parecer um pouco forte, mas às vezes a infidelidade não é causada por outra pessoa, mas por você mesmo. Algumas pessoas decidem voluntariamente procurar “a pessoa errada” pelos mais diferentes motivos.

Por exemplo, se você sabe que a pessoa gosta de ter mais de um relacionamento de cada vez, e ainda assim decide ficar com ela, de uma maneira ou de outra, está concordando e aprovando com antecedência todas as suas infidelidades.

Então, antes de se queixar e cair em depressão profunda porque o seu parceiro é infiel, analise a situação detalhadamente, porque o problema não é somente da outra pessoa, é também um problema seu. O que o impede de terminar esse relacionamento?

Quem é infiel engana a si mesmo

É claro que uma pessoa infiel não é totalmente inocente. Sem dúvida, é o principal responsável, mas tudo o que acontece com um casal é responsabilidade de ambos.

Algumas pessoas dizem que são infiéis, mas não são desleais porque o seu parceiro sabe que elas têm outros relacionamentos. No entanto, esta sinceridade é apenas aparente: a infidelidade não depende apenas da traição, mas do sofrimento que provoca no parceiro.

Isto não é um ato de sinceridade, mas de puro cinismo. Literalmente, o que fazem é “lavar as mãos”; com trapaças e truques transferem a responsabilidade do seu comportamento para o outro.

“A decisão é sua, você já sabe como eu sou”, dizem com tranquilidade, fugindo da responsabilidade. As pessoas infiéis são egoístas em essência; destroem a sua vida e a dos outros.

Se o relacionamento é aberto e ambos são adultos, a escolha é sua. Entretanto, se um tira proveito da insegurança ou dependência emocional do outro, não estamos falando de uma relação simétrica, mas de um abuso psicológico.

Se não amo e respeito a mim mesmo, ninguém o fará

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Muitos homens e mulheres caem nessa armadilha como cobaias. Um amor que permite e até patrocina essas coisas não é saudável; não é amor.

Um rosto bonito, um corpo bonito, uma palavra agradável, a solidão, a rotina, o tédio… infelizmente existem milhões de razões para justificar a infidelidade. A única certeza é que depois que acontece, o casamento nunca mais será o mesmo.

Nem todas as infidelidades significam que o casamento deve acabar. Não existem verdade absolutas quando se fala de amor. Tudo depende das pessoas envolvidas, das circunstâncias em que os fatos ocorreram e de como o casal consegue lidar com isso.

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Nós podemos superar uma infidelidade? É claro que sim. No entanto, quando se desrespeita um compromisso, fica um gosto amargo na boca que exige de ambos muito esforço para permanecerem juntos.


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