As grandes epidemias da história

As grandes epidemias da história deixaram enormes ensinamentos. Entre eles, o de que os seres humanos são muito vulneráveis ​​por sua biologia e muito fortes por sua inteligência. Algo fica claro: ainda não aprendemos a nos relacionar com a natureza.
As grandes epidemias da história
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 26 junho, 2020

A luta entre o homem e os microrganismos é tão antiga quanto a própria história. Civilizações inteiras, como provavelmente ocorreu com os maias, foram extintas por esses inimigos invisíveis. No entanto, as grandes epidemias da história também deixaram grandes lições. Entre elas, a de que a inteligência humana é capaz de vencer batalhas extraordinárias.

Ao longo da história, várias grandes epidemias deixaram muita dor para trás, mas também importantes conhecimentos e aprendizados. Temos notícia da ocorrência de pelo menos cinco pandemias, que diferem das epidemias pelo seu alcance. Enquanto a epidemia ocorre apenas localmente, a pandemia é de abrangência global.

“A humanidade enfrenta pragas desde o início. Nós caímos, e depois nos recuperamos”.
-Scott Wilson-

Os humanos venceram as cinco pandemias mais mortais graças à inteligência e ao seu produto mais acabado: a ciência. Assim como no passado, hoje milhares de pessoas no mundo trabalham todos os dias para encontrar o caminho de volta à saúde.

As grandes epidemias da história tiveram suas vítimas, mas também seus heróis; suas grandes tristezas, mas também seus momentos gloriosos.

Varíola, a epidemia mais mortal

Varíola, a epidemia mais mortal

A varíola é, até o momento, o mal mais violento e mortal de toda a história. Além disso, é uma das únicas duas doenças que o ser humano conseguiu erradicar por completo. Como diz o ditado: “para grandes males, grandes soluções”; foi o que aconteceu com essa doença, que matou 300 milhões de pessoas.

Na Europa, devastou cidades inteiras no século XVIII. Nos Estados Unidos, causou um colapso demográfico durante a Marcha para o Oeste. Acredita-se que pelo menos 13 milhões de incas tenham sido mortos por esta praga.

Até o século XX, praticamente em todos os anos era registrada uma epidemia de varíola em alguma parte do mundo. Nesse período, a varíola matava pelo menos dois milhões pessoas.

O vírus foi derrotado com sucesso através da ciência e da cooperação. Em plena guerra fria, o vice-ministro da então União Soviética, Víktor Zhdánov, propôs uma luta global. Ele fez com que fosse aprovada a iniciativa de fornecer vacinas a todos os habitantes do planeta.

Em 1980, a doença foi oficialmente declarada como erradicada do mundo.

Gripe espanhola, outra das grandes epidemias da história

Outra das grandes epidemias da história ocorreu em 1918: a gripe espanhola. Foi especialmente assustadora porque atacou pessoas de todas as idades, inclusive cães e gatos. É considerada a epidemia mais devastadora de todas as que já ocorreram, pois matou entre 20 e 40 milhões de pessoas em um único ano.

Acredita-se que o vírus tenha infectado alguém pela primeira vez em março de 2018, no Kansas, EUA. Chegou à Europa na Primeira Guerra Mundial através das tropas americanas. A essa altura, o vírus já havia sofrido uma ou duas mutações que o tornaram extremamente agressivo e mortal.

Essa gripe, muito semelhante à COVID-19, provocou contágios por ondas. A segunda foi a mais mortal e, como foi o caso recentemente, excedeu a capacidade do sistema de saúde.

Na realidade, nunca foi encontrada uma cura para essa doença, apenas alguns tratamentos relativamente eficazes. O vírus desapareceu gradualmente, já que os sobreviventes se tornaram imunes a ele.

Gripe espanhola, uma das grandes epidemias da história

Epidemia de ebola

Embora o ebola não tenha se tornado uma pandemia, é um dos vírus mais mortais da história. Sua taxa de mortalidade varia entre 41 e 89%. Além disso, a doença mata muito rapidamente. Portanto, neste caso, o problema não foi tanto o contágio, mas a letalidade.

O ebola atingiu principalmente países do continente africano, embora também tenha chegado à Espanha e aos Estados Unidos. Um dos aspectos mais marcantes dessa doença são os sintomas graves que ela gera, incluindo hemorragia nas mucosas e nas regiões de punção.

No momento, não existem tratamentos nem vacinas para essa doença. No entanto, várias pesquisas estão progredindo nesse sentido. Desde 2015, existe uma vacina em fase experimental; estima-se que ela seja 100% eficaz.

Assim como outras doenças causadas por vírus, esta também se originou do contato com animais. Hoje, especialmente com o surgimento da COVID-19, começou a se estabelecer a ideia de que é necessário repensar radicalmente nosso relacionamento com o resto da natureza.


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  • Suárez Ognio, L. (2006). Las grandes epidemias y la gripe aviar. Acta Médica Peruana, 23(1), 4-5.


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