Há coisas que já considero perdidas, mesmo sabendo onde encontrá-las

Há coisas que já considero perdidas, mesmo sabendo onde encontrá-las
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Há coisas que já deixei para trás e, embora saiba onde encontrá-las, sei que a vida às vezes é uma viagem sem volta. Mas, não tenho medo nem me arrependo de nada, porque sei pelo que vale a pena lutar e também reconheço quais batalhas são inúteis… Aquelas pelas quais não vale a pena se machucar.

Quantas coisas você já considerou perdidas durante a sua vida? Às vezes é difícil vê-las; é difícil perceber que cada esforço que investimos, cada aspecto do qual abdicamos por causa de certas pessoas ou de alguns projetos, são como fios de fumaça escapando por uma janela aberta.

A razão pela qual temos essa dificuldade para perceber que, às vezes, tudo o que fazemos não vai adiantar muito, é o próprio custo emocional. Ou seja, a ilusão, os sonhos, as esperanças. São essas emoções positivas que nos encorajam todos os dias e são elas que, mais de uma vez, podem nos deixar com os olhos vendados.

Até que chega a decepção, até que chega esse momento em que percebemos que a balança da vida está um pouco desequilibrada, que não nos resta mais nada, que não recebemos nada e que aquele sonho, no fim das contas, era um sonho ruim.

Fizemos algo de errado? Será que talvez devêssemos nos arrepender de tudo o que fizemos? Nunca. Quem não luta por seus sonhos não é corajoso; quem não luta por suas ilusões não chega à lua. Orgulhe-se de sua coragem, mas lembre-se de que desistir de forma oportuna também é algo prudente e sábio…

Essas batalhas inúteis na nossa vida…

Daria Petrilli

Vamos começar apontando algo importante: ninguém sabe que uma batalha ou um sonho será inútil até recebermos todo o impacto da dura realidade. Até então, a esperança alimentará cada passo e cada pensamento, cada esforço e cada ato investido.

Não importa se estamos falando de um trabalho, uma amizade ou um relacionamento amoroso. A vida é uma longa sucessão de momentos em que nos colocamos à prova, com capítulos para desfrutar, lutar e aprender. Porque a aprendizagem é essa chave vital que deve ser a espinha dorsal de cada dia da nossa existência.

É possível que você tenha cometido erros e que, a essa altura, já tenha considerado muitas coisas perdidas. Você deve se lamentar por isso? Em absoluto. Lamentar um erro é alimentar a amargura por uma escolha feita em um momento específico de nossas vidas.

Os erros são assumidos, compreendidos, processados e integrados ao que chamamos de “baú das experiências”. E, se esses momentos vividos trazem lembranças ruins, não os alimente todos os dias, não leve flores para eles. As memórias desagradáveis devem ser substituídas pelo aqui e agora, pela felicidade de hoje.

Nenhuma batalha é inútil porque se trata de vida vivida e experiência adquirida. No entanto, não se esqueça de que o mais importante de tudo isso é saber perceber o quanto antes que esse projeto não merece os nossos esforços. Que essa relação não merece os nossos sacrifícios ou o nosso sofrimento.

Quando é a hora de “considerar algo perdido”?

Lucy Campbell

Esta pode parecer uma pergunta óbvia, mas, na verdade, ela não é. Por isso, vamos nos aprofundar nesse aspecto. De fato, é muito possível que, neste exato momento, muitos de nós estejamos nutrindo esperanças e projetos em uma dimensão que não merece ou “que não nos merece”.

Vamos olhar, por meio da reflexão, para os seguintes pontos:

1. O poder das falsas expectativas

Há momentos em que cometemos o erro de culpar os outros por alimentar falsas ilusões em nós quando, na verdade, é possível que a responsabilidade recaia sobre nós mesmos. Por exemplo, há pessoas que ficam de olho em um certo emprego dos sonhos quando é possível que nem mesmo tenham a formação ou as aptidões necessárias.

Há também aqueles que fixam todas as suas emoções e ansiedades em uma pessoa que, na verdade, nunca deu nenhuma pista de que sinta algo por ele ou por ela. Ou seja, nunca devemos perder de vista a objetividade, o equilíbrio e as perspectivas.

2. O custo emocional

Essa força interior que os seres humanos possuem, chamada de emoção, é na verdade um motor tão poderoso quanto perigoso. Às vezes, ela nos fazer dar tudo, até mesmo o nosso último suspiro, por essa pessoa amada, por aquele sonho tão almejado.

Christian Schloe

Não vemos os limites e abrimos o coração sem ler o manual de instruções, aquele que como primeira regra deveria nos dizer “seja prudente, cuide de si mesmo, proteja a sua autoestima”. No entanto, isso nem sempre é o que fazemos.

Devemos aprender a ser mais receptivos, a dizer a nós mesmos que também merecemos RECEBER. Essa amizade te oferece apoio, cumplicidade, respeito e reconhecimento? Então siga adiante.

Essa relação afetiva te traz felicidade, alimenta as suas ilusões? A pessoa investe tanto quanto você, ela já renunciou a alguma coisa da mesma forma que você teve que fazer em alguma ocasião? Se não for dessa maneira, reflita e tome uma decisão.

Daremos por perdida toda coisa ou pessoa que se alimenta de egoísmo, que não nos reconhece, que tira as nossas forças e ilusões em vez de nos enriquecer. Vá em frente e feche portas, você sabe muito bem onde elas estão, mas você também sabe muito bem onde VOCÊ QUER ESTAR.

Cortesia da imagem: Daria Petrilli, Christian Shloe


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