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Não apenas os humanos: a ciência confirma que as expressões faciais dos animais também revelam o que eles estão pensando.

2 minutos
Usando realidade virtual e análise de microgestos, é possível antecipar decisões e reações em camundongos e macacos. Variações nas pupilas, bigodes e olhar revelam seu estado interno, fornecendo pistas sobre seu bem-estar.
Não apenas os humanos: a ciência confirma que as expressões faciais dos animais também revelam o que eles estão pensando.
Última atualização: 30 agosto, 2025

Você consegue imaginar saber o que seu animal de estimação está pensando apenas olhando para suas expressões faciais? Embora possa parecer incrível, cientistas descobriram que camundongos e macacos revelam certas pistas sobre o que estão sentindo ou prestes a fazer por meio de suas expressões faciais, e não se trata apenas de “caretas engraçadas” ou gestos perceptíveis.

No estudo publicado na Nature Communications, os pesquisadores encontraram sinais quase invisíveis ao olho humano que podem indicar se o animal está alerta, relaxado, concentrado ou prestes a se mover. O mais surpreendente: eles conseguem antecipar decisões antes mesmo que elas sejam tomadas.

Como eles conduziram a pesquisa?

Os cientistas criaram ambientes de realidade virtual para os camundongos e macacos. Eles usaram telas de grande formato ao redor dos animais para navegar por cenários simulados e realizar diversas tarefas, como navegar em um labirinto, encontrar um objetivo ou responder a um estímulo visual ou auditivo.

Durante a realização dessas atividades, foram registradas alterações no tamanho das pupilas dependendo do nível de atenção ou alerta; movimentos dos bigodes em camundongos, necessários para exploração e orientação; e pequenos gestos faciais e mudanças no olhar em macacos, semelhantes às microexpressões humanas.

Esses resultados foram processados por um computador, que aprendeu a associar cada padrão facial a um comportamento. O sistema previu se um camundongo viraria para a esquerda ou para a direita, ou se um macaco reagiria rápida ou lentamente a um estímulo.

A vantagem da realidade virtual

A realidade virtual permitiu um controle preciso do ambiente. O ambiente externo poderia distrair os animais com ruídos, cheiros ou movimentos, dificultando a identificação de quais sinais se relacionam a uma ação específica. Já o ambiente virtual facilita a associação da mudança de expressão com o estímulo que a desencadeou.

Essa abordagem também ajudou a obter dados confiáveis e comparáveis, repetindo as mesmas condições repetidamente. Isso confirmou que muitas das expressões detectadas não eram aleatórias, mas sim respostas consistentes a situações específicas.

E “ler” as expressões de um animal pode ser uma ferramenta útil para avaliar seu bem-estar e ajudar a detectar sinais precoces de estresse ou desconforto em animais de laboratório, zoológicos ou animais domésticos.

Graças a esse avanço científico e à realidade virtual, é possível entender melhor como o cérebro funciona na expressão facial e na tomada de decisões. Isso também incentiva pesquisas futuras em áreas como neurologia, psicologia e inteligência artificial. Embora não falem, os animais têm muito a dizer… e a ciência está aprendendo a ouvi-los.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Tlaie, A., Abd El Hay, M. Y., Mert, B., Taylor, R., Ferracci, P. A., Shapcott, K., Glukohva, M., Pillow, J. W., Havenith, M. N., & Schölvinck, M. L. (2025). Inferring internal states across mice and monkeys using facial features. Nature communications, 16(1), 5168. https://www.nature.com/articles/s41467-025-60296-1

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